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Fonte: Cuba Debate - Contra o Terrorismo Midiático
Transcrição e HTML: Fernando A. S. Araújo
A agência de notícias alemã DPA divulgou ontem que a CIDH da OEA aprovou um relatório, sublinhando que Cuba “continuou transgredindo” os direitos fundamentais ao manter as “restrições” aos direitos políticos e civis da população, ao mesmo tempo que continuou sendo o “único” país da região onde não há liberdade de expressão alguma.
Será que nessa apodrecida instituição existe uma CIDH? Sim, existe, respondo-me. E qual é sua missão? Julgar a situação dos direitos humanos nos países membros da OEA. Os Estados Unidos fazem parte dessa instituição? Sim, é um dos seus membros mais honoráveis. Alguma vez condenou o governo dos Estados Unidos? Não, jamais. Nem sequer os crimes de genocídio cometidos por Bush, que custaram a vida de milhões de pessoas? Não, nunca!, como vai cometer essa injustiça. Nem sequer as torturas da Base de Guantánamo? Que nós saibamos, nem uma palavra.
Conseguimos pela Internet uma cópia do acordo contra Cuba. Puro lixo. Dedica-se à bisbilhotice contra-revolucionária. É longo, ao estilo do pessoal do Departamento de Estado, paradigma político e chefe da OEA. Com quanta razão Roa a chamou de Ministério de Colônias ianque!
Cabe perguntar a essa desavergonhada instituição que se nós fomos expulsos da OEA por proclamarmos nossas convicções e não somos membros dessa instituição, que direito tem a julgar-nos? A OEA faria a mesma coisa com a República Popular China, o Vietnã e outros países que proclamaram como Cuba sua adesão aos princípios marxista-leninistas?
A OEA deveria saber que há muito tempo que não fazemos parte dessa igreja, nem partilhamos seu catecismo. Partimos de posições diferentes. Se formos falar em liberdade de expressão, devemos lembrar-lhe que em nosso país não é reconhecida a propriedade privada sobre os meios de comunicação. Foram sempre os proprietários desses meios os que determinaram o quê se escrevia e quem escreviam, o quê era transmitido ou não, o quê era exibido ou não. Os analfabetos e semi-analfabetos não o podem fazer, e durante centenas de anos, enquanto reinou o colonialismo e se desenvolveu o sistema capitalista desde que foi inventada a imprensa, as quatro quintas partes da população não sabiam ler nem escrever, nem existia a educação gratuita e pública.
Os modernos meios de comunicação o transformaram tudo. Hoje só através de gigantescos investimentos se pode dispor dos centros que divulgam as notícias por todo o planeta e só aqueles que os manejam decidem o quê se divulga e como se divulga, o quê se publica e como se publica.
São evidentes os esforços que realiza o Pentágono para monopolizar a informação e as redes de Internet. O nosso próprio país é bloqueado no acesso a essas fontes. Seria melhor que a CIDH prestasse conta ao mundo dos recursos que gasta sua burocracia em tolices, em lugar de analisar essas realidades e informar aos países da América Latina dos gravíssimos perigos que ameaçam a liberdade de expressão de todos os povos do planeta.
Para questionar o papel de Cuba nesse terreno, teria que começar por reconhecer, sem ambages, que esta tem sido a nação que mais tem feito pela educação, a ciência e a cultura, entre todos os povos do planeta, e seu exemplo é seguido hoje por outros governos revolucionários e progressistas. Se tiverem alguma dúvida, podem perguntar às Nações Unidas.
Neste hemisfério os pobres jamais tiveram liberdade de expressão, porque nunca receberam a educação de qualidade e os conhecimentos eram reservados unicamente para as elites privilegiadas e burguesas. Não culpem agora a Venezuela, que tanto tem feito pela educação após a Revolução Bolivariana, nem à República do Haiti, abatida pela pobreza, as doenças e catástrofes naturais, como se essas fossem as condições ideais para a liberdade de expressão que proclama a OEA. Façam o que Cuba faz: ajudem primeiro a formar massivamente pessoal de qualidade da saúde, enviem médicos revolucionários aos cantos mais afastados do país, que contribuam em primeiro lugar a preservar a vida; transmitam-lhes programas e experiências de educação; exijam que as instituições financeiras do mundo desenvolvido e rico enviem recursos para construir escolas, formar mestres, produzir medicamentos, desenvolver sua agricultura e sua indústria, e depois falem dos direitos do homem.