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Fonte: Cuba Debate - Contra o Terrorismo Midiático.
Transcrição e HTML: Fernando A. S. Araújo.
Direitos de Reprodução: licenciado sob uma Licença Creative Commons.
Nossa época é caracterizada por um fato que não tem precedentes: a ameaça à sobrevivência da espécie humana imposta pelo imperialismo ao mundo.
A dolorosa realidade não deveria surpreender ninguém. Via-se aproximar a passos acelerados nas últimas décadas, a um ritmo difícil de imaginar.
Isso significa que Obama é responsável ou promotor dessa ameaça? Não! Demonstra simplesmente que ignora a realidade e não deseja nem poderia ultrapassá-la. Ou melhor, sonha coisas irreais em um mundo irreal. “Idéias sem palavras, palavras sem sentido”, como expressou um poeta brilhante.
Ainda que o escritor norte-americano Gay Talese, considerado um dos principais representantes do novo jornalismo, garantisse em 5 de maio — segundo informa uma agência de notícias européia — que Barack Obama encarnava a melhor história dos Estados Unidos no último século, o que poderia partilhar-se em alguns aspectos, em nada altera a realidade objetiva do destino humano.
Originam-se acontecimentos como o desastre ecológico que acaba de se produzir no Golfo do México, que demonstram quão pouco podem os governos contra os que controlam o capital, que tanto nos Estados Unidos como na Europa são, através da economia em nosso planeta globalizado, os que decidem o destino dos povos. Tomemos como exemplo as medidas que partem do próprio Congresso dos Estados Unidos, publicadas pela mídia mais influente desse país e da Europa, tal como foram divulgadas na Internet, sem alterar uma palavra.
“Rádio e TV Martí mentem ao difundir informações sem fundamento, reconhece um relatório da Comissão de Relações Exteriores do Senado norte-americano que recomenda que ambas as estações sejam retiradas definitivamente de Miami e re-localizadas em Washington para se integrarem “plenamente” ao aparelho propagandístico da Voz da América.
“Além de enganar seu público” [...] “ambas as emissoras usam “uma linguagem ofensiva e incendiária” que as desqualificam.
“Após 18 anos Rádio e TV Martí falharam “em penetrar de maneira sensível na sociedade cubana ou influenciar o governo cubano”…”
“O relatório divulgado nesta segunda-feira recomenda fusionar o Escritório de Transmissões para Cuba (OCB) — por suas siglas em inglês — com a Voz da América, a rádio oficial de propaganda do governo dos Estados Unidos.
“Problemas com o respeito das normas jornalísticas tradicionais, uma audiência minúscula, interferências radiais pelo Governo cubano, e alegações de nepotismo e compadrio têm afetado o programa desde o começo”, reconhece a Comissão presidida pelo Senador democrata John Kerry.”
“O comitê recomenda tirar urgentemente ambas as estações de Miami sublinhando a necessidade de contratar de maneira mais equilibrada o pessoal para conseguir um “produto” despolitizado e profissional, valoram os senadores.
“O relatório Kerry faz referência a Alberto Mascaró, o sobrinho da esposa de Pedro Roig, Diretor Geral de Rádio e TV Martí, que foi contratado —graças a seu parente — de diretor do serviço latino-americano da Voz da América.
“O documento assinala pormenorizadamente como em fevereiro de 2007, o ex-diretor da programação de TV Martí, “conjuntamente com um parente de um membro do Congresso” têm confessado sua culpabilidade em uma corte federal por ter recebido aproximadamente 112 000 dólares em comissões ilegais de parte de um empreiteiro da OCB. O ex-empregado da OCB foi sentenciado a 27 meses no cárcere e a pagar uma multa de 5 000 dólares por ter açambarcado “50 por cento de todo o dinheiro pagado por TV Martí para a produção de programas pela firma Perfect Image”.”
Até aqui o artigo de Jean Guy Allard aparecido no sítio Web de Telesul.
Outro artigo, dos professores norte-americanos Paul Drain e Michele Barry, da Universidade de Stanford (Califórnia), replicado no sítio de Internet Rebelião, informa:
“O bloqueio comercial norte-americano contra Cuba, promulgado depois que a revolução de Fidel Castro derrubasse o regime de Batista, alcança seus 50 anos em 2010. Seu objetivo explícito consistiu em ajudar o povo cubano a alcançar a democracia, mas um relatório de 2009 do Senado dos EEUU concluiu que “o bloqueio unilateral contra Cuba tem fracassado”.”
“…Apesar do bloqueio, Cuba tem obtido melhores avanços sanitários do que a maior parte dos países latino-americanos, comparáveis aos da maioria dos países desenvolvidos. Cuba tem a esperança média de vida mais alta (78,6 anos) e a maior densidade de médicos per capita, 59 médicos por 10.000 habitantes, bem como as taxas mais baixas de mortalidade em menores de um ano (5,0 por cada 1 000 crianças nascidas vivas), e de mortalidade infantil (7,0 por cada 1 000 crianças nascidas vivas) entre os 33 países latino-americanos e do Caribe.
“Em 2006, o governo cubano destinou uns 355 dólares per capita para a saúde” [...] “O custo sanitário anual destinado a um cidadão dos EEUU foi nesse mesmo ano de 6 714 dólares [...] Cuba também destinou menos fundos para a saúde do que a maioria dos países europeus. Porém os baixos custos em cuidados sanitários não explicam os sucessos de Cuba, que poderiam se atribuir ao maior esforço na prevenção da doenças e nos cuidados sanitários primários que a Ilha tem estado cultivando durante o bloqueio comercial norte-americano.
“Cuba possui um dos sistemas de cuidados sanitários primários preventivos mais avançados do mundo. Mediante a educação de sua população na prevenção da doença e na promoção da saúde, os cubanos dependem menos dos produtos médicos para manter sadia sua população. O contrário acontece nos EEUU, que depende enormemente de provisões médicas e tecnologias para manter sadia sua população, mas a um custo econômico bem elevado.”
“Cuba tem as taxas mais altas do mundo de vacinação e de partos atendidos por trabalhadores sanitários experientes. Os cuidados assistenciais dispensados nos consultórios, nas policlínicas e nos maiores hospitais regionais e nacionais são gratuitos para os pacientes…”
“Em março de 2010, o Congresso dos Estados Unidos da América tem apresentado um projeto de lei para fortalecer sistemas sanitários e alargar o envio de trabalhadores sanitários experientes a países em vias de desenvolvimento” [...] “Cuba também continua enviando médicos a trabalhar em alguns dos países mais pobres do planeta, uma prática que se iniciou em 1961.”
“Na frente norte-americana interior, dado o recente impulso em apóio de uma reforma sanitária, existem oportunidades para aprender de Cuba válidas lições sobre como desenvolver um sistema sanitário verdadeiramente universal, que coloque ênfase nos cuidados primários. A adoção de algumas das políticas sanitárias mais sucedidas de Cuba poderia ser o primeiro passo rumo a uma normalização das relações. O Congresso poderia encarregar o Instituto de Medicina que estudasse os sucessos do sistema sanitário cubano e como iniciar uma nova era de cooperação entre os cientistas norte-americanos e cubanos.”
Por sua vez, o portal de notícias Tribuna Latina publicou recentemente um artigo sobre a nova Lei de Imigração em Arizona:
“Em conformidade com uma sondagem que publicam a cadeia CBS e o jornal “The New York Times”, 51 por cento considera que a lei é o enfoque adequado relativamente à imigração enquanto 9 por cento considera que se deveria ir ainda mais longe nesta matéria. Frente a eles, 36 por cento considera que em Arizona foi-se “longe demais”.”
“…dois de cada três republicanos apóiam a medida” [...] “ao passo que apenas 38 por cento dos democratas se mostra em favor da lei…”
“Por outro lado, um de cada dois reconhece que é “bem provável” que como conseqüência desta norma sejam apreendidas “pessoas de determinados grupos raciais ou étnicos com mais freqüência do que a outras” e 78 por cento reconhece que suporá uma maior carga para a Polícia.
“Outrossim, 70 por cento considera provável que como conseqüência desta medida o número de residentes ilegais e a chegada de novos imigrantes ao país se reduza…”
Na quinta-feira 6 de maio de 2010, sob o título de “Arizona: Um morto de fome com presunções”, foi publicado um artigo da jornalista Vicky Peláez em Argenpress, que começa recordando uma frase de Franklin D. Roosevelt: “Lembre-se, lembre-se sempre, que todos nós somos descendentes de imigrantes e revolucionários.”
É um documento tão bem elaborado que não quero concluir esta Reflexão sem incluí-lo.
“As marchas multitudinárias deste 1 de maio, em repúdio à nefasta lei anti-imigrante aprovada em Arizona, estremeceram a toda América do Norte. Ao mesmo tempo, milhares de estadunidenses, políticos, juristas, artistas, organizações cívicas exigiram ao governo federal declarar inconstitucional a lei SB1070 que tem semelhança com leis da Alemanha nazi ou da África do Sul em tempos do apartheid.
“Contudo, apesar da forte pressão contra a nefasta lei, nem seu governo, nem 70 por cento dos habitantes desse Estado não querem aceitar a gravidade da situação que criaram para usar os indocumentados como culpados da severa crise econômica que estão atravessando. Enquanto pedem dinheiro a Barack Obama para pagar 15 mil polícias, estão radicalizando sua política racista. A governadora Jan Brewer declarou que “a imigração ilegal implica o aumento do crime e o surgimento do terrorismo no Estado”.
“Igualar os indocumentados com terroristas, autoriza à polícia a disparar contra pessoas só pela cor de sua pele, por sua vestimenta, pelo que levam nas mãos ou até por sua forma de caminhar. Sem dúvida alguma, afetará também os 280,000 americanos nativos que vivem marginalizados e em extrema pobreza como a outras minorias, para além dos hispanos, que encontraram refúgio e o trabalho nesta zona árida dos EE.UU.
“Seguindo o republicano, Pat Buchanan que diz: “Os Estados Unidos devem tornar mais forte a cruzada pela libertação da América do Norte das hordas bárbaras de esfomeados estrangeiros portadores de doenças exóticas”, a governadora Brewer, depois de arremeter contra indocumentados jornaleiros, operários da construção, empregadas domésticas, jardineiros, trabalhadores de limpeza, encaminhou sua campanha contra os professores de origem hispana.
“Conforme seu novo decreto, os professores com um sotaque marcado não poderão ensinar nas escolas. Mas ali não conclui sua cruzada porque a “limpeza étnica” em todos os tempos históricos sempre esteve acompanhada pela ideologia. A partir de agora os “estudos e projetos étnicos” ficam abolidos nas escolas. Também proíbem o ensinamento de temas que podem promover ressentimento para com uma raça ou classe social. Isto implica politizar o conhecimento, convertendo os mitos criados pelo sistema norte-americano em realidade. Também significa desterrar os pensadores mais respeitados nos EEUU, como Alexis de Tocqueville que dizia em 1835 que “o lugar onde um anglo-americano coloca sua bota fica para sempre como seu. A província de Texas ainda pertence aos mexicanos, mas dentro em breve não haverá um mexicano ali. E assim acontecerá com qualquer outro lugar”.”
“A única consciência dos racistas é o ódio e única arma para vencê-lo é a solidariedade dos homens. Este estado já foi vencido quando se negou a dar feriado o dia de Martín Luther King, o boicote foi sólido e contundente…”
Fonte |
Inclusão | 08/09/2019 |