(1931-2018): Economista franco-egípcio, Samir Amin desenvolveu estudos sobre os mecanismos de dominação entre o centro e a periferia do capitalismo e participou na criação do Fórum Social Mundial. Residente em Dacar há mais de 40 anos, ali dirigiu a partir de 1970 o Instituto Africano das Nações Unidas para o Desenvolvimento Económico e do Planeamento e, dez anos depois, o Gabinete Africano do Fórum do Terceiro Mundo, uma das primeiras ONG africanas, que junta académicos da África, Ásia e América do Sul. Nascido no Egito, com mãe francesa, estudou no Liceu Francês do Cairo e prosseguiu estudos superiores em Paris, onde em 1957 se doutorou em Economia Política. Em seguida trabalhou para administração pública do seu país natal, de onde foi afastado, partindo para o Mali, onde foi adjunto do Ministério do Planeamento. Regressou à universidade em França, onde deu aulas e integrou o PCF. A saída do partido deu-se no fim da década de 1960, em apoio da corrente maoísta. Samir Amin destacou-se no debate das ideias marxistas mas foi o seu trabalho sobre as relações de dependência nas relações entre o centro e a periferia do capitalismo, em particular a africana, asíatica e latino-americana, que marcou o seu legado. O seu livro “O Desenvolvimento Desigual”, publicado em França em 1973, tornou-o uma figura maior entre os críticos da globalização e também uma referência para uma geração de economistas africanos. Quase três décadas depois viria a testemunhar e a participar no nascimento dos movimentos alter-globalizadores. No início deste século, foi um dos promotores do Fórum Social de Porto Alegre, que se realizou na cidade brasileira de Porto Alegre, juntando dezenas de milhares de ativistas de todo o mundo.