(1905-1968): Nasceu no Rio de Janeiro. Entre 1925 e 1928 cursou a Escola Militar do Realengo, no Rio de Janeiro, e a seguir foi classificado no 1o Regimento de Infantaria (1o RI), na Vila Militar. Junto com Juraci Magalhães, que servia no mesmo regimento, passou a integrar o grupo de "tenentes" revolucionários liderado por Juarez Távora. Em 1930 foi designado para servir no 22º Batalhão de Caçadores (22º BC), na cidade da Paraíba, hoje João Pessoa, e aí teve participação destacada na deflagração da Revolução de 1930. Na data marcada para o início da insurreição, 3 de outubro, servia como oficial de dia em sua guarnição e foi encarregado de aprisionar os oficiais legalistas ali presentes. Tomada a capital da Paraíba, dirigiu-se para os estados de Pernambuco, Alagoas, Sergipe e Bahia, onde participou da deposição dos governos locais comprometidos com a velha ordem. Após a vitória do movimento, passou a exercer a função de secretário de Juarez Távora, que foi designado delegado militar do Governo Provisório na região Norte-Nordeste. Não demorou, contudo, a demitir-se por considerar que a atuação de seu chefe se tornara inoperante. Decepcionado com os rumos do governo Vargas, denunciou a inspiração fascista das legiões revolucionárias incentivadas por membros do governo e passou a se articular com elementos da oposição. Comprometeu-se com a Revolução Constitucionalista deflagrada em julho de 1932 em São Paulo contra o governo federal, mas foi preso imediatamente após o início do levante e permaneceu na cadeia até o fim do movimento, em outubro do mesmo ano. Em seguida foi enviado para o exílio em Portugal, onde viveu até o final de 1933. Em Lisboa, fez leituras e estudos que o aproximaram do socialismo. De volta ao Brasil, fixou-se no Rio de Janeiro como comerciante e passou a manter contatos com elementos do Partido Comunista (PCB), ao qual viria a se filiar. De volta ao Exército, foi designado para servir no 8º BC, no município de São Leopoldo (RS). Dedicou-se então à organização da Aliança Nacional Libertadora (ANL), frente de esquerda que reunia comunistas, socialistas e outros setores na luta contra o integralismo e o fascismo. Foi presidente da comissão diretora municipal da ANL em São Leopoldo e vice-presidente da comissão diretora estadual gaúcha. Seu envolvimento com a ANL acabou valendo-lhe uma punição disciplinar que redundou em prisão e transferência para o Rio de Janeiro. Cumpria sua pena no 3º RI, na Praia Vermelha, quando foram deflagrados em Natal e Recife levantes armados liderados por setores da ANL. Sob as ordens de Luís Carlos Prestes, unidades da capital federal também se jogaram na insurreição. Coube a Agildo Barata o comando do movimento no 3º RI. O levante, entretanto, durou apenas algumas horas e foi facilmente dominado pelas forças fiéis ao governo. Agildo foi condenado pela Lei de Segurança Nacional a dez anos de prisão, que foram efetivamente cumpridos, e perdeu sua patente do Exército. Solto em 1945, passou a defender no interior do PCB o alinhamento do partido a Vargas em função do apoio deste aos Aliados na Segunda Guerra Mundial. Essa posição, também defendida por Prestes, acabou prevalecendo no interior do partido. Em janeiro de 1947 Agildo elegeu-se vereador no Rio de Janeiro, então Distrito Federal, na legenda do PCB. O partido, no entanto, teria seu registro cancelado em maio seguinte. Em janeiro de 1948 seria a vez dos parlamentares comunistas, que tiveram seus mandatos cassados. Em 1956, abalado pela divulgação do relatório de Nikita Kruschev no XX Congresso do Partido Comunista da União Soviética, denunciando os crimes de Stalin, Agildo passou a defender uma radical democratização das estruturas partidárias. Não obtendo sucesso na defesa de suas propostas, no ano seguinte resolveu deixar o PCB. [Fonte: Dicionário Histórico-Biográfico Brasileiro pós-1930. 2ª ed. rev. e atual. Rio de Janeiro: Ed. FGV, 2001. 5v. il. (1. ed. 1984)]