(1915-2006): Ana Lima Carmo, mais conhecida pelo nome literário Ana Montenegro, formada em Direito e Letras, jornalista, poeta e militante comunista brasileira. Filiou-se ao Partido Comunista Brasileiro em 1945. Foi co-fundadora do periódico "Movimento Feminino", editado durante dez anos, que servia de instrumento de divulgação das lutas e conquistas das mulheres brasileiras. Colaborou nos jornais cariocas Correio da Manhã e Imprensa Popular. Com a ascensão do regime militar e da ditadura de 1964, foi a primeira mulher a ser exilada, tendo ficado fora do país por mais de quinze anos. Durante esse período, foi membro da Comissão da América Latina pela Federação Democrática Internacional de Mulheres (FDIM). Trabalhou, durante o exílio, em organismos internacionais, como a ONU e a UNESCO Foi redatora da Revista "Mulheres do Mundo Inteiro", órgão da FDIM. Militante do Partido Comunista Brasileiro (PCB) por mais de 50 anos, Ana lutou bravamente pelo restabelecimento da democracia no Brasil e, em consequência disso, teve a sua vida conturbada por perseguições políticas. Entre 1985 e 1989 participou do Conselho Nacional dos Direitos da Mulher e foi assessora da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), na sessão baiana, atuando em defesa dos direitos humanos e membro do Fórum de Mulheres de Salvador. Em 2005, junto com mais 999 mulheres, foi indicada ao Prêmio Nobel da Paz. Sempre afirmava que, "respeitar o povo é respeitar suas necessidades". Além do ativismo em defesa da mulher, lutou também durante muitos anos contra o racismo, com um grande trabalho junto à população negra.