(1861): Reforma que aboliu a servidão na Rússia. A necessidade da reforma foi determinada por todo o curso do desenvolvimento económico do país e pelo crescimento do movimento camponês de massas contra a exploração feudal. A reforma camponesa foi um passo na via da transformação da Rússia numa monarquia burguesa. A 19 de Fevereiro de 1861, Alexandre II assinou o Manifesto e o «Regulamento» sobre os camponeses que se libertaram da servidão. Foram «libertados», ao todo, 22,5 milhões de camponeses servos dos latifundiários. Porém, a propriedade latifundiária foi conservada. As terras camponesas foram declaradas propriedade dos latifundiários. Os camponeses só podiam obter um lote, em conformidade com normas estabelecidas pela lei (e se o latifundiário estivesse de acordo) caso pagassem um resgate. O resgate era pago pelos camponeses ao governo tsarista, que entregava a soma estabelecida aos latifundiários. Segundo cálculos aproximados, a nobreza feudal tinha, após a reforma, 71,5 milhões de deciatinas (amiga medida agrária russa equivalente a 1,09 ha), enquanto os camponeses tinham 33,7 milhões de deciatinas. Os latifundiários, graças à reforma, apossaram-se de 1/5 e às vezes de 2/5 das terras camponesas. O antigo sistema de corveias foi apenas minado pela reforma, mas não aniquilado. Os latifundiários mantinham nas suas mãos as melhorei partes dos lotes camponeses («terras cortadas», bosques, prados, bebedouros, pastagens, etc), sem os quais os camponeses não podiam manter uma exploração agrícola independente. Antes de chegar a acordo sobre o resgate, os camponeses eram considerados como sendo provisoriamente obrigados a trabalhar para o latifundiário, a cumprir obrigações para com o latifundiário sob a forma de renda em dinheiro e de corveias. O resgate pelos camponeses dos seus próprios lotes era um roubo descarado praticado pelos latifundiários e pelo governo tsarista.