(1904-1988): Aos 19 anos e sem opções, sentou praça na Escola de Aviação Militar, no Campo dos Afonsos. Como soldado, participou da luta contra o movimento paulista de 1924, por meio do qual o tenentismo fizera outra tentativa para derrubar o governo e realizar uma política liberal, impossível sob o domínio das oligarquias. Em 1925, foi promovido a cabo. Em 1926, Dinarco, já como terceiro sargento, torna-se instrutor de voo e mecânico chefe de manutenção. A oportunidade surgiu, com o movimento armado de 1930: o sargento Dinarco sequestrou um avião, levando-o para Minas Gerais e juntando-se às forças rebeldes que acabariam por triunfar. Comissionado tenente, teve de matricular-se na Escola Militar do Realengo, para confirmar o comissionamento e, em 1934, tornava-se segundo-tenente da aviação militar.
Em 1926, lera o clássico de John Reed, Os Dez Dias que Abalaram o Mundo, livro que deixou nele profunda impressão. A leitura do Manifesto Comunista, em 1932, mostrou o seu caminho para o resto da vida. Ingressou no PCB em 1933, ainda na Escola Militar.
Como os demais companheiros de Partido, participou da Aliança Nacional Libertadora (ANL), em cuja direção havia inúmeros militares. Foi expulso das Forças Armadas após a derrota a insurreição armada de 1935 e preso. Na prisão conheceu dirigentes do movimento comunista nacional e internacional, recebendo ensinamentos teóricos que permitiram que ele verificasse o acerto de sua decisão: a saída estava no socialismo. Fora cassado e até “morto”, para efeitos legais. Aliás, esses “mortos-vivos” constituíram espetáculo curioso e amargo da vida brasileira. Dinarco jamais conheceu a anistia, jamais foi “ressuscitado”. Com a “Macedada” (uma lei limitada de anistia), foi libertado depois de 17 meses de prisão, juntamente com grande quantidade de presos políticos, contra os quais nada fora imputado como crime.
Como voluntário, Dinarco foi para a Espanha, em defesa da República, incorporando-se à Brigada Garibaldi, que se destaca na Batalha de Ebro. Vencidos os republicanos, Dinarco, como centenas de outros, passou à França, onde foi preso e internado num campo de concentração. Cabia-lhe, agora, o trabalho forçado nas obras da Linha Maginot, com que a França esperava conter as forças alemãs na guerra que se aproximava. Aproveitando-se do clima conturbado provocado pela guerra, Dinarco empreendeu fuga espetacular para Paris, onde entrou em contato com membros da Resistência Francesa, juntando-se a outros brasileiros.
Através de peripécias diversas, conseguiu voltar ao Brasil no final de 1942. Aqui, com a maior parte dos companheiros presos e a direção do PCB destruída, a tarefa principal consistia em reconstruir o Partido. Dinarco participou ativamente desse esforço, viajando por diversos estados brasileiros. Na chamada Conferência da Mantiqueira (1943), em que foram traçados os rumos para a difícil etapa que se iniciava, foi eleito para o Comitê Central.
No V Congresso do PCB, retornou ao Comitê Central e ascendeu à Executiva. Exilou-se em 1971 e foi um dos primeiros a retornar ao Brasil, voltando a atuar no PCB.