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Orelha
CHE EM SIERRA MAESTRA, Depoimento inédito de uma guerrilheira, da historiadora Merceditas Sánchez Dotres, integra-se às comemorações e homenagens manifestadas em todos os continentes ao guerrilheiro Ernesto Che Guevara .
Nessa perspectiva, o Centro Cultural Manoel Lisboa, com este lançamento editorial, presta merecido tributo àquele que foi um valoroso guerreiro da História das Américas. Portanto, registra seu reconhecimento à luta de Che pela construção do socialismo na América Latina.
A vontade tenaz do comunista Ernesto Che Guevara de tomar o mundo mais humano cobrou-lhe a vida numa dívida de morte. Enquanto a História se encarregou de resgatar uma eternidade para sua memória.
Primeiro ele aparece como um herói, ao lado de outros famosos guerreiros, para depois surgir no imaginário popular dos camponeses bolivianos na figura de um santo.
Fuzilado, há 30 anos, na escola de Higuera, em Valle Grande, na Bolívia, pelos agentes da CIA, é grandiosa a imagem de Che Guevara . A cada dia escrevem-se livros a respeito desse revolucionário personagem, exaltando-lhe a franqueza e a grandeza de caráter, o humanismo intrínseco à sua natureza, a solidariedade para com os trabalhadores explorados e oprimidos pela burguesia dos países dependentes e dos países imperialistas. Essas revelações encontram-se na obra de Maria Mercedes, conferindo o devido valor ao homem Ernesto Guevara de la Serna.
A bravura e obstinação pela construção de um sistema de governo fraterno e igualitário, o desprendimento da vida em pró deste, oferecido à revolução socialista das Américas, despertou nos camponeses uma veneração religiosa, pois o chamam de “San Ernesto de La Higuera”. O fato de esse fenômeno social ter se generalizado entre os camponeses da Bolívia já era previsto e temido por seus algozes, que lhe esconderam os restos mortais por 30 anos.
Oportuna iniciativa do Centro Cultural Manoel Lisboa, trazendo de Havana os originais de Maria Mercedes, ex-guerrilheira em Sierra Maestra, descrevendo seu aprendizado ao lado de Che nas montanhas de Cuba. Esta divulgação no Brasil contribui para uma leitura completa do perfil de uma das figuras mais brilhante e universal do socialismo.
Che em Sierra Maestra, Depoimento inédito de uma guerrilheira, incorpora-se às grandes publicações do gênero escritas na aurora do novo milênio. Merceditas pinta um retrato original de Che. Evidencia-lhe o prazer por leituras e discussões filosóficas que exercitava nos curtos intervalos dos combates, citando obras clássicas de autores estrangeiros, lembrando nomes de poetas e romancistas da literatura universal.
Narra o amor que devotava aos filhos, a ternura com a qual se recordava dos pais, a carinhosa lembrança de sua terra de origem, a Argentina, onde nasceu em Rosário no ano de 1928.
Estas memórias apresentam Che como uma figura humana cheia de generosidade para com o semelhante. O fervor que devotava a Cuba, sua segunda pátria, e a vontade nobre de tornar-se um guerreiro do mundo, transferem-no do plano material à dimensão transcendente do mito.
Nas páginas de Che em Sierra Maestra, Depoimento inédito de uma guerrilheira, Maria Mercedes Sánchez Dotres reconta fatos vivenciados por ela, Che Guevara , Fidel Castro e seus companheiros, descrevendo o épico heróico que foi Sierra Maestra, uma das passagens mais belas da História das Américas.
Alves Dias
Sociólogo e artista plástico
Olinda, outubro de 1997