"O núcleo essencial deste escrito de L. Feuerbach transparece, de forma sintética e acutilante, no princípio 51, sob a proposta de um novo imperativo categórico: “Sê apenas um homem que pensa; não penses como pensador, isto é, numa faculdade arrancada à totalidade do ser humano real e para si isolada; pensa como ser vivo e real, exposto às vagas vivificantes e refrescantes do oceano do mundo; pensa na existência, no mundo como membro do mundo, e não no vazio da abstracção como uma mónada isolada, como monarca absoluto, como um deus indiferente e exterior ao mundo - podes, depois, estar certo de que os teus pensamentos são unidades de ser e de pensar.” Este parágrafo insinua os motivos teóricos ou os filosofemas em virtude dos quais Feuerbach ganhou o seu lugar na história do pensamento: a dissolução da teologia em antropologia, portanto o esboço de um ateísmo teórico e consequente, o enlace do homem com a natureza, o consórcio entre razão e sensibilidade, o significado do corpo, a implicação do eu e dos outros no conhecimento, a convicção de que a realidade exige uma nova filosofia que não pense o concreto de forma abstracta, mas o abstracto de modo concreto." (da Apresentação)
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