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Em dezembro de 1836, três meses depois de sua entrada para a Universidade de Berlim, Marx abandonou à Jenny von Westphalen, com quem secretamente noivara durante as férias de 1836 em Treves, três cadernos de poesias. No fim do semestre universitário (fevereiro-março de 1937), enche um novo caderno de versos e manda-o para seu pai em comemoração de seu 55.° aniversário. Algum tempo depois, Marx, que conta dezenove anos, julga severamente, numa carta escrita a seu pai a 10 de novembro de 1837, esses ensaios de mocidade, impregnados de um romantismo então na moda, contra o qual se levantará tão asperamente mais tarde. Os três primeiros cadernos de poesias de Marx perderam-se. O Instituto Marx-Engels-Lenine conseguiu encontrar o caderno de 1937 que contém, além disso, uma parte dos poemas incluídos nos primeiros manuscritos.
No estado de espírito em que me encontrava, a poesia lírica devia necessariamente constituir o primeiro objeto de meu estudo, ou, pelo menos, o mais agradável e o mais indicado; minha situação e toda a minha anterior evolução faziam com que essa poesia fosse puramente idealista. Fiz, de um “mais além” tão distante quanto meu amor, todo o meu céu e a minha arte. Uma realidade que se esfuma e se dissipa no infinito, acusações contra os tempos presentes, sentimentos vagos e confusos, uma ausência total de naturalidade, construções nas nuvens, uma oposição absoluta entre o ideal e a realidade, retórica e raciocínios em lugar de inspiração poética, entretanto, com um certo calor de sentimentos e um certo esforço para voos líricos: eis o que caracteriza todas as poesias dos três primeiros cadernos que Jenny de mim recebeu. A amplitude dessas aspirações vagas e sem limites que se manifestam sob as formas mais variadas, se expandem nesses poemas, em lugar de neles se concentrar(1).
...No fim desse semestre, procurei novamente a dança das Musas e a música dos sátiros, e, no último caderno que lhe mandei, o idealismo brilha através de um humor forçado (Skorpion e Félix) ou ainda através de um drama fantástico e imperfeito (Oulanem) até que, enfim, se transforma inteiramente e evolui para uma fórmula de arte pura, a mais das vezes a propósito de assuntos sem inspiração e de ideias sem impulsos.
Entretanto, esses últimos poemas são os únicos que me fizeram entrever de repente, como por meio de uma varinha mágica — ah! esse toque me transtornou — o reinado da verdadeira poesia, como algum longínquo palácio feérico, e todas as minhas criações se desfizeram em pó(2).
(MARX, Carta a Henri Marx em 10 de novembro de 1837. Obras, t. I,12, pgs. 214-218, edit. al.)
Não nos surpreendemos encontrando um dos aspectos atualmente numerosos do princípio cristão-cavalheiresco, moderno feudal, numa palavra, do princípio romântico.
Esses senhores, porque não querem reconhecer a liberdade como um dom natural devido à luz geral da razão, mas como um presente sobrenatural de uma constelação favorável de astros, porque consideram a liberdade somente como o fato individual de certas pessoas e de certas classes, são obrigados, para ser consequentes, a subordinar a razão e a liberdade gerais aos maus desígnios e às quimeras de "sistemas logicamente ordenados”. Para salvar as liberdades particulares dos privilegiados, eles proscrevem a liberdade geral da natureza humana. Mas, como a corja do século XIX e a própria consciência do cavalheiro moderno infectado por esse século não podem compreender aquilo que em si é incompreensível, porque desprovido de todo sentido, isto é, como determinações interiores, essenciais, gerais, podem estar ligadas a certos indivíduos humanos por contingências exteriores acidentais, particulares, sem estar ligadas à essência do homem, nem à razão em geral, sem ser, por conseguinte, comuns a todos os indivíduos: eles procuram necessariamente refugio no miraculoso e no mistico. Como, ainda mais, a situação verdadeira desses senhores no Estado moderno não corresponde absolutamente à ideia que eles se fazem de sua situação, porque vivem num mundo situado fora da realidade, e, por conseguinte, a imaginação ocupa-lhes o lugar da cabeça e do coração, e, necessariamente, não estando satisfeitos com a prática, se agarram à teoria, mas a uma teoria de além, à religião que, algumas vezes, entre suas mãos, adquire um rancor polemico, impregnado de tendências políticas e torna-se de modo mais ou menos consciente, apenas um véu sagrado para esconder desejos muito profanos, mas ao mesmo tempo fantásticos.
(MARX, Os Debates da 6.ª Dieta Renana. Obras, t. I, pgs. 198-199, ed. al.)
Nas novas instruções(3) sobre a censura exprime-se outra profundeza, pode-se dizer o romantismo do espírito. Enquanto que o antigo édito sobre a censura exige cauções exteriores, prosaicas, podendo portanto ser definidas pela lei, garantias que permitem mesmo o consentimento do redator indesejável, as novas instruções, pelo contrário, tiram ao editor de um jornal, toda vontade própria e ordenam a prudência preventiva do governo, a grande previdência e a profundidade intelectual das autoridades que baseiem suas decisões em qualidades interiores, subjetivas, exteriormente indetermináveis. Mas, se a imprecisão, a delicadeza íntima e a enfase subjetiva do romantismo se transformam nalguma cousa de puramente exterior, somente no sentido em que a contingência exterior aparece não mais em sua precisão e seus limites prosaicos, mas numa glória maravilhosa, uma profundeza e um esplendor imaginários — as instruções dificilmente escaparão desse destino romântico.
...Antigamente, as instruções entravam em conflito com o édito sobre a censura devido à sua ortodoxia; agora é por causa de seu romantismo que é sempre, e ao mesmo tempo, poesia tendenciosa. A caução em dinheiro, que é uma garantia propriamente dita, prosaica, torna-se uma garantia ideal, e essa garantia ideal se transforma em situação muito real e individual que adquire uma significação mágica fictícia.
(MARX, Observações sobre as Novas Instruções Prussianas Relativas à Censura. Obras, t. I, pgs. 168-170, ed. al.; Ed. Costes, Obras Filosoficas, t. I, pgs. 151- 155).
A Situação da Classe Trabalhadora na Inglaterra, obra escrita por Engels, de novembro de 1844 a março de 1845, e aparecida em junho de 1845, em Leipzig, esboça as condições de existência do proletariado no país mais evoluído da época. Esse estudo econômico constitui uma etapa decisiva no desenvolvimento de Engels para o socialismo científico, enquanto que o pensamento de Marx a ele chegava através da filosofia.
No quadro que traça da Inglaterra, Engels fala da atitude pseudo-revolucionária de uma parte da nobreza. Essa “fronda” anticapitalista de elementos aristocráticos reacionários, qualificada pelo Manifesto do Partido Comunista de “socialismo feudal”, agrupava um certo número de “toris humanitários”, entre os quais Disraeli, constituídos em partido da “jovem Inglaterra”.
As intenções da “Jovem Inglaterra” consistem numa restauração da antiga “merry England”(4), com seus aspectos brilhantes e seu feudalismo romântico; essa finalidade é, está claro, irrealizável e mesmo ridícula; constitui um desafio a todo o desenvolvimento histórico, mas a boa intenção e a coragem de se levantar contra a ordem estabelecida e os preconceitos existentes e reconhecer a baixeza da ordem estabelecida, valem já alguma cousa... Inteiramente isolado, levanta-se o germano-inglês Thomas Carlyle que, torie de origem, vai além de seus predecessores. Alcança mais profundamente a causa da desordem social que qualquer outro burguês inglês e reclama a organização do trabalho. Espero que Carlyle, que encontrou o bom caminho, esteja em condições de continuá-lo. Meus votos e os de muitos alemães o acompanham!
(Nota de 1892). Mas a revolução de fevereiro fez dele um reacionário completo; o justo ressentimento contra os filisteus se transformou num despeito de filisteu amargurado contra a onda histórica que o jogou à margem...
(ENGELS, A Situação da Classe Trabalhadora na Inglaterra. Obras, t. IV, p. 278, edit. al.; Edit. Costes, t. II, p. 273, nota.)
Thomas Carlyle (1795-1881), escritor inglês, conhecido principalmente pelo seu trabalho: Os Heróis e o Culto dos Heróis e sua Historia da Revolução Francesa, fustigou violentamente o capitalismo, mas de um ponto de vista reacionário. À burguesia cupida, à aristocracia ociosa, ele opõe “a verdadeira aristocracia” e o “culto dos heróis”. Sua concepção idealista da história, concebida como uma “usina inesgotável de biografias”, tende a substituir a análise realista dos fatos pelo partidarismo e a apologia, a exaltação da Idade Média e o elogio das virtudes feudais. O romantismo pequeno-burguês de Carlyle, contem elementos de crítica revolucionaria que Engels pôs em relego principalmente na Situação da classe trabalhadora na Inglaterra; mas, como Engels demonstra em seus artigos, Carlyle é, sobretudo, e cada vez mais, reacionário, considerando as diferenças de classe como diferenças da natureza, elogiando a excelência do chicote para manter os proletários na servidão e trabalhando, através de imprecações e anátemas, contra o egoismo burguês, na apoteose dos burgueses como indivíduos fortes. Para quebrar o movimento revolucionário das massas ele conta sobre o advento de personalidades poderosas.
Engels consagrou dois artigos a Carlyle. O primeiro apareceu nós Anais Franco-Alemães (Paris, 1844) e foi escrito sobre o livro de Carlyle: Passado e Presente, aparecido em Londres, em 1843.
Um resíduo de romantismo torie e certos pontos de vista humanitários de Goethe de um lado, a Inglaterra cética e empírica do outro, eis os fatores que bastam para deduzir toda a concepção de Carlyle.
...Carlyle se queixa do vazio e da inanidade da época, da decomposição interna de todas as instituições sociais. Sua queixa é fundamentada, mas só as lamentações não bastam; para remediar o mal é preciso procurar-lhe a causa; e, se Carlyle o tivesse feito, teria verificado que essa dissolução e essa inanidade, essa falta de ânimo, essa irreligião têm por causa a própria religião.
...Porque nós sabemos que toda essa mentira e essa imoralidade vêm da religião, que a hipocrisia religiosa, a teologia, são o protótipo de todas as outras mentiras e hipocrisias; estamos no direito de englobar sob o termo de teologia toda a mentira e a hipocrisia do presente, como foi feito pela primeira vez por Feuerbach e B. Bauer. Que Carlyle leia essas obras quer saber de onde vem a imoralidade que empesta todas nossas ralações.
Uma nova religião, um culto panteísta dos heróis, um culto do trabalho devem ser criados ou esperados. Impossível, todas as possibilidades da religião estão esgotadas...
(ENGELS, “A situação na Inglaterra”. Passado e Presente, de Carlyle. Obras, t. II, págs. 424-426 ed. al.)
A revolução de 1848 e as jornadas de junho determinaram uma viravolta no pensamento de numerosos ideólogos burgueses. Foi assim que as tendências reacionarias de Carlyle se acentuaram mais ainda. Voltando a Carlyle, que acaba de publicar seus Panfletos do Último Dia: O Tempo Presente e Prisões Modelos. Engels escreveu um estudo para a Nova Revista Renana, periódico que Marx e Engels, então em Londres (1850), editavam em Hamburgo. A Nova Revista Renana teve uma breve existência: quatro cadernos de fevereiro a abril de 1850 e um número duplo em novembro de 1850.
Thomas Carlyle é o único escritor inglês sobre o qual a literatura alemã exerceu uma influência direta e muito importante. Nem que seja por mera polidez, um alemão não deixa passar as obras de Carlyle sem lhes dar atenção.
Vimos pela última obra de Guizot(5) as capacidades da burguesia que ele considera em seu fim. Nas duas brochuras Carlyle que temos diante dos olhos, assistimos ao declínio literário diante das lutas históricas tornadas extremamente agudas, às quais tenta opor suas inspirações desconhecidas, imediatas, proféticas,
Thomas Carlyle tem o mérito de se haver levantado, através de suas obras, contra a burguesia e isso numa época em que as concepções, os gostos e as ideias dela reinavam inteiramente sobre a literatura inglesa oficial; e ele o fez de maneira, algumas vezes, revolucionária. É o que faz, em sua História da Revolução Francesa, em sua apologia de Cromwell, em seu panfleto sobre o cartismo, no Past and Present(6). Mas em todos esses escritos, a crítica do presente está estreitamente ligada à uma apoteose muito pouco histórica da Idade Média, muito frequente, aliás, entre os revolucionários inglesas, por exemplo em Cobbett e numa parte dos cartistas. Enquanto que no passado Carlyle admira, pelo menos, as épocas clássicas de uma certa fase social, o presente o desespera e o futuro o amedronta. Onde reconhece ou chega mesmo a glorificar a revolução, esta se concentra para ele num individuo isolado, um Cromwell ou um Danton. É a eles que consagra o culto dos heróis, proclamado em suas Lectures on Heros and Hero-Worship(7), como o único refúgio fora do presente saturado de desespero, como a nova religião.
O estilo de Carlyle é como suas ideias. É uma reação direta, violenta contra o estilo amaneirado dos burgueses ingleses modernos, cuja semsaboria enfática, prolixidade prudente, tédio confuso, sentimental e moralizador — primitivamente inventado pelos cockneis instruídos — contaminou toda a literatura inglesa. Carlyle, pelo contrário, tratou a língua inglesa como matéria inteiramente bruta que precisava ser inteiramente refundida. Expressões e palavras envelhecidas foram ressuscitadas; outras foram inventadas segundo o modelo alemão, especialmente segundo João-Paulo. O novo estilo muitas vezes grandiloquente e de mau gosto, mas frequentemente brilhante e sempre original. Sob este aspecto igualmente as Latter-Day Pamphlets(8) acusam um singular recuo.
É aliás significativo que, de toda a literatura alemã, o espírito que mais tenha exercido influência sobre Carlyle não tenha sido Hegel, mas o farmacêutico literário João-Paulo.
O culto do gênio, que Carlyle compartilha com Strauss, foi, nas brochuras em questão, abandonado pelo gênio. Nada mais resta além do culto.
...Vê-se que o “nobre” Carlyle toma como ponto de partida uma concepção inteiramente panteísta. Todo o “processus” histórico é determinado não pela própria evolução das massas viventes dependendo, bem entendido, de condições determinadas, mas por sua vez historicamente criadas e mutáveis; é regido por uma lei da natureza eterna, invariável para todos os tempos, uma lei da qual ele se afasta hoje e da qual se aproxima amanhã, e cujo conhecimento exato decide de tudo. Este conhecimento exato da lei eterna da natureza é a verdade eterna; tudo o resto é falso. Esta concepção leva todas as contradições reais entre as classes, tão diferentes segundo as diferentes épocas, a uma só contradição eterna entre aqueles que encontraram a lei eterna da natureza e agem de acordo com essa lei, isto é, os sábios e os nobres, e aqueles que deformam essa lei e agem contrariamente a ela, quer dizer os tolos e os biltres. A diferença, entre as classes que desenvolveu historicamente, torna-se assim uma diferença natural que se deve aceitar e venerar como parte da lei eterna da natureza, em homenagem aos nobres e aos sábios da natureza: é o culto do gênio. Toda a concepção do “processus” histórico se reduz a trivialidades sem importância devidas à sabedoria dos iluminados e dos franco-maçons do século passado, à moral simplista da Flauta encantada e a um saint-simonismo infinitamente decadente e banalizado. E eis que se apresenta a velha questão de saber quem deve governar: questão discutida profusamente, com vulgaridade e importância e resolvida enfim no sentido de que são os nobres, os sábios e os iniciados que devem governar; daí esta conclusão que se impõe espontaneamente: deve-se governar muito, muito mesmo; nunca se governaria de mais, porque o governo é a revelação e afirmação continuas da lei da natureza em face das mesmas. Mas como descobrir os nobres e os sábios? Não é um milagre sobrenatural que os revela; é preciso procurá-los. Tornamos a encontrar aqui as diferenças de classes históricas transformadas em diferenças puramente naturais. O nobre é nobre porque é sábio, porque é iniciado. É preciso portanto procurá-lo entre as classes que detêm o monopólio da instrução, isto é, entre as classes privilegiadas; serão essas mesmas classes que terão que encontrá-lo em seu seio, que terão de se pronunciar sobre seu direito de aspirar ao título de nobre e de sábio. As classes privilegiadas tornam-se, assim, senão nobres e sábias em conjunto, pelo menos classes “articuladas”; enquanto que as classes oprimidas são naturalmente classes “mudas e desarticuladas” e a dominação de classes está assim novamente consagrada. Toda essa rumorosa indignação se transforma num reconhecimento ligeiramente velado da dominação de classe existente; se alguém se aflige e resmunga, é somente porque os burgueses não dão a seus gênios desconhecidos um lugar à testa da sociedade e, por motivos muito práticos, não dão nenhuma atenção às bobagens quiméricas desses setores. Por outro lado, verifica-se aqui, mais uma vez, como as tagarelices pomposas se transformam no contrário, como o nobre, o iniciado e o sábio tornam-se na prática um rústico, um ignorante e um louco: Carlyle oferece-nos um exemplo impressionante.
...A era nova, na qual domina o gênio, diferencia-se portanto da antiga principalmente pelo fato de o chicote julgar-se genial. O gênio de Carlyle se diferencia de qualquer guarda de prisão ou de qualquer inspetor de mendigo pela sua indignação virtuosa e sua consciência moral que o levam a maltratar os pobres unicamente para elevá-los a seu nível. Vemos aqui como, em sua cólera expiadora, esse gênio tão afirmativo justifica e exagera fantasticamente as infâmias do burguês. Se a burguesia inglesa equiparou os pobres aos criminosos para exterminar o pauperismo, se ela em 1833 promulgou uma lei contra os pobres, Carlyle acusa os pobres de alta traição porque o pauperismo produz o pauperismo! Como, anteriormente, a classe, que a história fizera a classe dominante, — a burguesia industrial, participava do gênio pelo único motivo de ser a classe dominante, do mesmo modo. agora classe é tanto mais excluída de gênio, tanto mais objeto da cólera desencadeada de nosso reformador desconhecido, quanto mais é oprimida. Assim acontece com os pobres. Mas sua cólera moral e nobre atinge seu mais alto grau contra os “mariolas” inteiramente infames e ignóbeis, quer dizer, criminosos. Deles se ocupa a brochura consagrada às prisões modelos.
Essa brochura só se distingue da primeira pela sua maior fúria tanto mais fácil quanto é dirigida contra aqueles que a sociedade existente rejeita oficialmente, contra pessoas mantidas nas grades; uma fúria que renunciou até ao precário pudor com o qual se revestem ainda, formalmente, os burgueses comuns. Do mesmo modo que em seu primeiro panfleto estabelece uma hierarquia completa dos nobres e se põe a procurar o mais nobre entre os nobres, Carlyle arranja aqui uma hierarquia também completa de biltres e de infames e se esforça por deitar a mão no mais malvado dos malvados, no maior malfeitor da Inglaterra para ter a volúpia de prendê-lo. Suponhamos que o encontre e que o enforque; um outro tornar-se-á então o pior e deve ser por sua vez enforcado, depois um outro e assim, sucessivamente, até que se chegue aos nobres, depois aos mais nobres e que não fique mais ninguém senão Carlyle, o mais nobre que, perseguindo os criminosos, se torna o assassino dos nobres e também assassinou entre os malfeitores aqueles que ainda eram nobres; o mais nobre dos nobres torna-se subitamente o mais infame dos malfeitores, e, como tal, deve enforcar-se a si mesmo. Assim seriam resolvidas as questões relativas ao governo, ao Estado, à organização do trabalho e à hierarquia dos nobres e a lei eterna da natureza seria enfim realizada.
(ENGELS, Thomas Carlyle: Panfletos do Último Dia, n.° 1; O Tempo Presente; n.° 2: Prisões Modelos. Londres, 1850. Obras Póstumas de Marx-Engels-Lassalle, editadas por Mehring, t. III, pgs. 414-426,. ed. al.)
As aristocracias francesa e inglesa, por sua posição histórica, foram levadas a escrever panfletos contra a sociedade burguesa moderna. Na revolução francesa de 1830, no movimento inglês para a Reforma, elas haviam sucumbido uma vez mais sob os golpes do parvenu.
Para elas, não era mais possível uma luta politica séria. Restava-lhes apenas a luta literária. Ora, no terreno literário também, a velha fraseologia da Restauração tornara-se impossível. Para criar-se simpatia era preciso que a aristocracia aparentasse perder de vista seus interesses próprios e levantasse seu libelo contra a burguesia, unicamente no interesse da classe operária explorada. Dessa maneira, reservava-se a satisfação de ridicularizar seu novo senhor e ousava-se cantarolar a seus ouvidos profecias mais ou menos pejadas de ameaças.
Assim nasceu o socialismo feudal, mistura de jeremiadas e de Pasquinadas, de reminiscências do passado e de ameaças do futuro. Se algumas vezes sua crítica amarga, mordaz e espirituosa, atingia o coração da burguesia, sua impotência absoluta em compreender a marcha da história moderna constantemente a cobriu de ridículo.
À guiza de bandeira, esses senhores arvoravam o alforje do mendigo para congregar atrás de si o povo. Mas, desde que o povo (indo atrás deles), via em suas costas os velhos brasões feudais, se dispersava com grandes risadas irreverentes.
Uma parte dos legitimistas franceses e a “Jovem Inglaterra” foram quem melhor deu ao mundo esse espetáculo.
(MARX e ENGELS, Manifesto do Partido Comunista. Obras, t. VI, pgs. 546-5.7, ed. al., Bureau de Edições pgs. 31-32).
Marx e Engels, num artigo escrito em comum e publicado na Nova Revista Renana (1850), criticam o romantismo pequeno-burguês de Daumer que, em sua obra: A Religião do Novo Século levanta-se contra a religião tradicional e preconiza a volta à natureza e o culto da mulher. Este adversário do cristianismo veio aliás terminar como um clerical militante.
“É de desejar, — exclamam Marx e Engels no artigo da Nova Revista Renana, — que a indolente economia camponesa bávara, desse solo que faz crescer igualmente os curas e os Daumer, seja enfim revolvida de todas as maneiras pela agricultura moderna e as máquinas modernas.”
Vemos aqui como a crassa ignorância do fundador especulativo da religião se transforma numa acentuada covardia. O senhor Daumer, diante da tragédia da história que, ameaçadoramente, marcha sobre ele, refugia-se no seio da pretensa natureza, isto é, no estúpido idílio camponês e prega o culto da mulher para dissimular sua própria resignação de mulher.
(MARX e ENGELS, Daumer - A Religião do Novo Século. Obras Póstumas de Marx, Engels e Lassalle, editadas por Mehring, pg. 403, ed. al.)
O “desenvolvimento”, cuja ruína provoca as jeremiadas do senhor Daumer, é o desenvolvimento do tempo em que Nuremberg florescia como uma cidade livre, onde a indústria de Nuremberg, essa espécie híbrida entre a arte e a profissão, desempenhava um papel considerável; é o desenvolvimento da pequeno-burguesia alemã, desenvolvimento que decai ao mesmo tempo que essa pequeno-burguesia declina. Se a decadência das classes do passado, por exemplo, a cavalaria, pôde fornecer matéria para grandiosas obras da arte trágica, a pequeno-burguesia não pode naturalmente dar mais do que manifestações impotentes de sua maldade fanática, coletâneas de máximas e de ditados à Sancho Pança. O senhor Daumer é a continuação seca, destituída de todo “humour” de Hans Sachs. A filosofia alemã, torcendo as mãos e se lamentando à cabeceira de seu pai criador — o pequeno-burguês alemão — eis o quadro comovedor que nos apresenta a religião do novo século.
(ENGELS, Daumer - A Religião do Novo Século. Obras Póstumas de Marx, Engels e Lassalle, editadas por Mehring, t. III, p. 404, ed. al.)
Os revolucionários italianos de 1848 invocavam, a propósito de suas lutas contra a Áustria, as “guerras de libertação” travadas pela Alemanha em 1813-1815 contra Napoleão. Engels, num artigo na Deutsche Brusseler Zeitung (“Uma palavra a La Riforma”, 24 de fevereiro de 1848), lembra ao jornal italiano La Riforma que não se podia comparar a luta emancipadora e progressista da Itália contra a Áustria as guerras reacionarias que terminaram nos “tratados infames de 1815”. Essas guerras, que Engels dissecou no The Northern Star (25 de outubro de 1845), só fizeram reforçar, na Alemanha, a ideologia dos “teutômanos”; despertaram um romantismo apaixonado pela antiguidade e a Idade Média germânicas e o nacionalismo exasperado e obtuso aos poetas “patrioticos” (Korner, Arnat, Schenbendorf, Eichendorf, etc,) e associações de estudantes (burschenschaften).
São justamente também esses jornais, são justamente também esses encarniçados comedores de franceses de 1813, que agora levantam contra os italianos os mesmos gritos que lançavam noutra época contra os franceses, que entoam louvores a Àustria cristã e germânica e pregam a cruzada contra a perfidia weiche e a frivolidade weiche, porque os italianos são Weiches pelo mesmo motivo que os franceses o são!
Os italianos querem saber que simpatia podem encontrar entre esses grosseiros fanfarrões da época da libertação, que ideia esses fanáticos de cabelos ruivos se fazem da nação italiana? Citaremos somente a canção bem conhecida de A. A. L. Follen;
Mas Alles Wunder von dem Lande singen
Wo Mandoline und Guitarre klingen,
Im dunkein Laub die Goldorange gluht;
Ich lobe mir die deutsche Purpurflaume
Und Borstorfs Apfei am Belaubten Baume(9).
E essa fúria poética num homem que é habitualmente sobrio continua em desatino. Depois vêm as representações mais cômicas de bandidos, de punhais, de montanhas vomitando chamas, da perfídia welche, da infidelidade das mulheres italianas, dos percevejos, dos escorpiões, do veneno das serpentes, dos assassinatos, etc., que este amigo virtuoso das ameixas vê às duzias em todas as estradas italianas e, finalmente, esse filisteu entusiasta agradece a seu Deus o se encontrar num país em que o amor e a amizade, das algazarras com pancadarias em mesas, das filhas de pastores fiéis e de olhos azuis, da lealdade e do bem-estar — numa palavra, no país da fidelidade alemã. Eis as invenções e os preconceitos dos heróis de 1813 sobre a Itália que, naturalmente, eles nunca viram.
(ENGELS, Uma palavra à “La Riforma”, Obras, t. VI, pg. 416, ed. al.)
Aconteceu na história humana o mesmo que na paleontologia. Causas que se encontram diante de nosso nariz não são, a princípio, percebidas nem pelos espíritos mais eminentes, e isso devido a certain judicial blindness(10). Mais tarde, quando chega a hora, admiramo-nos de que aquilo que não foi visto anteriormente se torne tão evidente por toda parte. A primeira reação contra a Revolução Francesa e o progresso que a acompanha, foi naturalmente de ver todas as cousas com os olhos da Idade Média, romanticamente, e inclusive homens como Grimm, não foram disso isentos. A segunda reação é — e isso corresponde à direção socialista, se bem que esses sábios nem suspeitem de sua afinidade com ela — olhar para além da Idade Média as épocas primitivas de cada povo. Então, eles ficam surpresos de encontrar o mais novo no mais antigo e mesmo o Egalitarians to a degree(11) — cousa que arrepiaria Proudhon.
(MARX, Carta a Engels em 25 de março de 1868. Correspondência t. IV, p. 33, ed. alemã)
Marx e Engels viam no romantismo reacionário que exaltava o passado pelo ódio ao presente e cantava a glória da religião e da sociedade feudal, a expressão dos interesses de classe da nobreza, vencida e espoliada pela Revolução Francesa de 1789. Chateaubriand pela sua vida, como por sua obra, é o representante mais qualificado desse romantismo reacionário.
Em minhas horas vagas aprendo agora o espanhol. Comecei por Calderon; de seu Mágico Prodigioso — o Fausto Católico — Goethe utilizou não somente certas passagens, mas a disposição de cenas inteiras para o seu Fausto. Depois li — horribile dictu — em espanhol, o que me teria sido impossível conhecer em francês, Atala e René, de Chateaubriand e alguns excertos de Bernardin de Saint-Pierre.
(MARX, Carta a Engels em 3 de maio de 1854. Correspondência, t. II, pg. 28, ed. al. Edit. Costes t. IV, p. 35.)
Li o livro de Sainte-Beuve sobre Chateaubriand, um escritor por quem sempre senti repulsa. Se o homem se tornou tão célebre na França é porque, sob todos os pontos de vista, é a incarnação mais clássica da vaidade francesa e veste essa vaidade, não com a roupagem leve e frívola do século XVIII, mas com a romântica, e o faz pavonear-se num estilo novo; nele, se encontra a falsa profundeza, um exagero bizantino, uma faceirice sentimental, uma cintilação multicolorida, word pinting(12): o teatral, o sublime, numa palavra, um amontoado de mentiras como nunca jamais existiu ainda nem na forma nem no fundo.
(MARX, Carta a Engels em 30 de novembro de 1873. Correspondência» t. IV, página 409, ed. al.)
Estudando a cloaca espanhola, caí nas mãos desse digno Chateaubriand, esse fabricante de bela literatura, que alia de maneira a mais repugnante o ceticismo elegante e o voltairianismo do século dezoito ao sentimentalismo elegante e ao romantismo do século dezenove. Essa aliança não podia deixar de marcar época na França do ponto de vista do estilo, se bem que, mesmo na estilo, o falso salta frequentemente aos olhos apesar de todos os artifícios. Quanto a seu lado político, o simplorio se revelou em todo o seu esplendor no Congresso de Verona, e a questão é simplesmente saber se ele conseguiu “dinheiro de contado” da parte de Alexandre Pavlovitch ou se se deixou comprar exclusivamente por “flatteries”(13), às quais esse vaidoso era mais sensível do que ninguém. Recebeu at all instance(14) de Peyersbourg, a ordem de Santo André. A vanitas do senhor Visconde (?) espirra por todos os seus poros, se bem que esteja em namoro ora mefistofélico, ora cristão, com a vanitatum vanitas(15). Tu sabes que, no momento do congresso, Vilele era primeiro-ministro de Luis XVIII e Chateaubriand embaixador francês em Verona. Em seu Congresso de Verona — que talvez tenha lido — ele divulga os atos, debates, etc. Começa por uma curta história da revolução espanhola de 1820 a 1823. Para caracterizar essa “história” basta dizer que o autor coloca Madrid sobre o Tejo (unicamente para lembrar o ditado espanhol que esse rio cria ouro, e conta que Riego à frente de 10.000 homens (na realidade 5.000) foi ao encontro do general Freyre que comandava 13.000 homens; que Riego foi derrotado e se retirou com 15.000 homens. E o faz bater em retirada não para a Sierra de Ronda, mas para a Sierra Morena a fim de poder compará-lo ao herói da Mancha. Anoto isso en passant(16) para caracterizá-lo. Quase nenhuma data está certa.
...E o que há de muito divertido é que esse fraseólogo do Deus de São Luis que deve conservar o trono da Espanha para um petit-fils de Henri IV(17), escreve muito cavalierement(18) ao general Guilleminot que “não se zangue”, que não receie, bombardeando Cadiz, que uma bala venha a atingir Ferdinand VII, etc.”
Resta, em todo caso, a esse ami intime(19), dos grandes Carrel, Lamennais, Beranger, etc., a honra de ter — com seu amigo Alexandre — durante dez anos na Espanha, alimentado a maior intrigalhada que se pode imaginar, e isso com os riscos de derrubar os seus Boubons.
Outro traço desse peregrino do Santo Sepulcro: ele próprio conta no Congresso do Verona que impôs a Luis XVIII e a Vilele, como embaixador em Londres, Polignac o qual não era aceito nem por um nem por outro. Mais tarde, sob Carlos X, quando ele próprio era embaixador em Roma, apresentou bruscamente e com o maior estrondo seu pedido de demissão, desde que Polignac tornou-se ministro porque, segundo declarou de então em diante, a “liberdade” está perdida.
Se releres esse livro não é provável que diminuas teu nojo pelos crapauds(20) e os seus grandes homens.
(MARX, Carta a Engels, 26 de outubro de 1854. Correspondência, t. II, p. 58, ed. al.)
O romantismo feudal servia-se, algumas vezes, em suas polêmicas contra a burguesia liberal, de argumentos que pareciam mais “materialistas” que os dos liberais. Lavergne-Peguilhem, em seu livro: As leis do movimento e da produção (1838), escrevera que “a forma de economia constituía a bases da organização da sociedade e do Estado”. O que Lavergne-Peguilhem e, com ele, toda a escola histórica romântica: Haller, Adam Müller, Marwitz, etc., queriam demonstrar era que sendo a forma verdadeira e natural da economia a forma feudal o regime politico devia corresponder a essa forma: era portanto preciso voltar ao Estado feudal dos séculos XIII e XIV!
Em sua carta a Mehring, datada de 28 de setembro de 1892, Engels demonstra que o materialismo histórico de Marx nada tem de comum com o pseudo-materialismo da escola histórica romântica que oculta, sob sua fraseologia com pretensões científicas, concepções espiritualistas e retrógradas.
Marx, durante sua estada em Bonn e em Berlim, aprendera a conhecer Adam Müller e a Restauração(21) do senhor Haller; ele só falava com certo desprezo dessa linguagem oca, enfática, empolada dos românticos franceses, Joseph de Maistre e de Bonald.
(ENGELS, Carta a Mehring em 28 de setembro de 1892. Die Lessing Legende, p. 440, Stuttgart 1893, ed. al.)
Marx e Engels julgaram severamente Richard Wagner “o musicista imperial de Bismarck” ao qual acusam de ter, para efeito da apologética nacionalista, falsificado a realidade. No Anti-Dühring, Engels chama Eugène Dühring “um Ricardo Wagner filosófico” tão vaidoso quanto o outro.
Numa carta da primavera de 1882, Marx se exprime em termos os mais vivos a respeito do texto dos Nibelungen, de Wagner, que falseiam completamente os tempos primitivos. “Onde se viu dizer que o irmão beijasse a irmã como a uma esposa,”(22) A esses “deuses de luxuria” de Wagner que, à maneira moderna, dão, com um pouco de incesto um gosto picante às suas intrigas galantes, Marx responde: “Nos tempos primitivos, a irmã era a mulher, e isso era moral.
(ENGELS, A Origem da Família, da Propriedade Privada e do Estado, págs. 20-21, Ring Verlag, Zürich, ed. al.; Edit. Costes, p. 24)
A questão do Oriente (que terminará pela revolução na Rússia seja qual for o resultado da guerra contra a Turquia) e uma revista às forças de combate da social-democracia deveriam bastar para convencer o filisteu alemão culto que há causas mais importantes no mundo do que Ricardo Wagner e sua música do futuro.
(MARX, Carta ao professor Freud, em 21 de janeiro de 1877. Texto fornecido pelo Instituto Marx-Engels-Lenine).
Notas de rodapé:
(1) Marx opõe aqui Dichten a Breiten, fazendo um jogo de palavras intraduzível. (retornar ao texto)
(2) As poesias de Marx, seu drama Oulanem e alguns capítulos Skorpion e Felix, romance humorístico, figuram no tomo I das Obras editadas pelo Instituto Marx-Engels-Lenine. (retornar ao texto)
(3) Enquanto que o antigo édito sobre a censura de 18 de outubro de 1819 focalizava não o redator, mas seus escritos garantidos pela caução em dinheiro depositado pelo editor do jornal, as instruções de 24 de dezembro de 1841 se preocupavam não com os escritos, mas com a pessoa do redator. Além da caução em dinheiro do editor, exigiam do redator uma tríplice garantia: capacidade literária, caráter, situação social. Na verdade, o censor se guiava pela situação social, o que fez com que Marx dissesse que “a garantia ideal se transforma numa situação muito real e individual”. (retornar ao texto)
(4) Alegre Inglaterra. (retornar ao texto)
(5) Trata-se do livro de Guizot: Por que Triunfou a Revolução da Inglaterra? (Paris, 1850), que Marx e Engels analisam na Nova Revista Renana. Marx e Engels terminam o artigo sobre o livro de Guizot, com estas palavras: “Realmente, não só os reis desaparecem, mas também as capacidades da burguesia desaparecem”. (retornar ao texto)
(6) Passado e Presente. (retornar ao texto)
(7) Os Heróis e o Culto dos Heróis. (retornar ao texto)
(8) Panfletos do Último Dia. (retornar ao texto)
(9) Que se cante a maravilha do país
Onde se escuta o som do bandolim e da guitarra,
Onde a laranja dourada brilha sob a folhagem sombria;
Eu canto a ameixa alemã purpúrea
E a maçã de Borstorf sobre a árvore coberta de folhas. (retornar ao texto)
(10) Uma certa cegueira devida a preconceitos. (retornar ao texto)
(11) Homens iguais até certo ponto. (retornar ao texto)
(12) Verbalismo (em inglês no original). (retornar ao texto)
(13) Lisonjas (em francês no original) (retornar ao texto)
(14) Em todo caso (em inglês no original) (retornar ao texto)
(15) Vaidade das vaidades (em latim no original) (retornar ao texto)
(16) De passagem (em francês no original) (retornar ao texto)
(17) Neto de Henrique IV (em francês no original) (retornar ao texto)
(18) Cavaleirescamente (em francês no original) (retornar ao texto)
(19) Amigo íntimo (em francês no original) (retornar ao texto)
(20) Sapos (em francês no original) (retornar ao texto)
(21) Trata-se da obra em seis volumes de Charles Louis de Haller, teórico reacionário e homem público suíço: “Restauração da Ciência do Governo (1816-1834), Marx cita a obra e o autor em 1842, em seus artigos da Gazeta Renana sobre Os Debates da 6ª Dieta Renana – Obras, t. I, p. 191 (ed. al.). (retornar ao texto)
(22) Palavras de Sigmundo, nos Nibelungen. (retornar ao texto)
Inclusão | 03/07/2019 |