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O objetivo desta antologia é tornar conhecido, de maneira tão completa quanto possível, o pensamento de Marx e de Engels sobre a literatura e sobre a arte.
Um trabalho desse gênero se impunha, tanto mais quanto esse pensamento é pouco ou mal conhecido, abrangendo uma esfera que ficou, durante muito tempo, fora da investigação científica. Tornando-o acessível ao público francês, num momento em que o interesse pelo marxismo cresce cada vez mais, quisemos preencher uma lamentável lacuna.
Os textos incluídos nesta antologia são, a nosso ver, necessários à formação de uma crítica literária marxista na França, da qual Lafargue foi — até o presente — o único representante, e à elaboração de uma historia marxista da literatura francesa.
A organização de uma antologia é empreendimento sempre delicado. A ausência do texto pode falsear o sentido da passagem reproduzida. É a dificuldade habitual dessa espécie de trabalho. Tivemos o maior cuidado em evitá-la, esforçando-nos antes de tudo por não desvirtuar, com cortes arbitrários, o pensamento dos autores, e em seguida preceder os textos de algumas linhas que os situam.
Abstivemo-nos cuidadosamente de todo comentário e de toda interpretação, deixando que os textos falassem por si próprios.
A ordem seguida é, não cronológica, mas temática; os escritos de Marx e Engels se classificam, eles próprios, em conjuntos de problemas. Contudo, empenhamo-nos em respeitar, dentro desse conjunto, a cronologia.
Os títulos não eram, geralmente, dados pelos autores. Nossos títulos são, assim, tirados do próprio texto; quando tal não sucede, eles exprimem a ideia central desse texto.
Todos os escritos relativos à literatura e a arte foram reproduzidos na íntegra, salvo algumas observações puramente episódicas. Ainda fizemos cortes, como nos estudos de Engels sobre Beck, Goethe e Carlyle, eles nada alteram nem o sentido nem o desenvolvimento geral da explanação.
Se não citamos todas as passagens da Sagrada Família consagradas a Eugene Sue, é que Marx aproveitou os Mistérios de Paris simplesmente como pretexto para refutar as concepções filosóficas e sociais dos jovens-hegelianos.
Uma grande parte dos textos, notadamente as cartas de Marx e Engels a Lassalle, a carta de Engels a Paul Ernst, os estudos de Engels sobre Beck, Goethe e Carlyle, e o estudo de Lassalle, são inéditos em francês.
Todos os textos foram por nós traduzidos segundo os originais alemães e ingleses. Quando nos servimos de uma tradução francesa tivemos sempre o cuidado de revê-la e, se necessário, corrigi-la.
Para todo este trabalho recorremos constantemente à excelente edição das Obras Completas de Marx e Engels publicadas pelo Instituto Marx-Engels-Lenine.
É-nos particularmente grato exprimir a nossa gratidão ao Instituto Marx-Engels-Lenine, que pôs à nossa disposição originais de Marx e Engels que só esse Instituto possui. Agradecemos igualmente aos eminentes críticos soviéticos Michel Lifschitz, Georges Lukács e particularmente a Franz Schiller, as indicações que nos forneceram e os subsídios que encontramos em seus artigos e em suas obras, assim como à camarada Rachel Nagler que, em Moscou, nos prestou precioso auxilio.
Jean Fréville
Inclusão | 03/07/2019 |