MIA > Biblioteca > Ho Chi Minh > Novidades
O triunfo da Revolução de Outubro na Rússia abalou o mundo inteiro.
O marxismo-leninismo começou a propagar-se na China, um dos maiores países do mundo, que os imperialistas qualificavam com desprezo de "leão adormecido"’.
No dia 1 de Julho de 1921, num pequeno quarto da luxuosa cidade de Xangai, 12 revolucionários – entre os quais se encontrava o camarada Mao Tse-tung – reuniram-se para fundar o Partido Comunista Chinês, que contava então com 50 membros (para um efetivo atual de 17 milhões). Desde então, os destinos da China começaram a mudar.
Após 28 anos de uma luta das mais heróicas sob a direção do Partido Comunista, tendo à cabeça o camarada Mao Tse-tung, o Exército de Libertação aniquilou mais de 8 milhões de homens das tropas de Tchiang Kai-chek, equipadas pelos Estados Unidos e expulsou os imperialistas americanos do território chinês. Em 1949, a República Popular da China viu a luz do dia.
Em 12 anos de edificação sob a direção do Partido Comunista, os 650 milhões de chineses rivalizando de ardor e trabalhando com abnegação, fizeram da China, antes agrícola e atrasada(1), um país socialista poderoso.
Quarenta anos gloriosos, quarenta anos de vitórias. Numerosos camaradas escreveram sobre a grandiosa história do Partido Comunista Chinês irmão. Quanto a mim, queria apenas referir o seguinte: O Vietname e a China são dois países vizinhos, que desde há séculos têm relações estreitas entre si. É evidente que existem igualmente laços particularmente estreitos entre a revolução chinesa e a revolução vietnamita.
— Foi por intermédio da China que a influência da Revolução de Outubro e o marxismo-leninismo se propagaram até o Vietname.
— Foi na China que foram organizadas, com a ajuda devotada dos camaradas chineses, a Associação da Juventude Revolucionária do Vietname (1925), a Conferência de Unificação dos diferentes grupos comunistas do Vietname num partido marxista-leninista (1930), o primeiro Congresso do Partido Comunista Indochinês (1935).
— O esmagamento pela URSS dos militaristas japoneses no Nordeste contribuiu para a vitória da resistência chinesa, e a vitória da resistência chinesa criou condições favoráveis que permitiram à Revolução de Agosto triunfar no Vietname.
— A partir de 1946, o Partido Comunista Chinês teve de conduzir uma luta contínua contra as tropas reacionárias de Tchiang Kai-chek ajudadas pelos Estados Unidos (desde o início da guerra civil, os Americanos equiparam os 4 milhões e 300 mil homens de Tchiang Kai-chek com armas modernas, além das que foram tiradas a um milhão de soldados japoneses). Em 1947, Tchiang Kai-chek apoderou-se de Yenan. Em condições tão difíceis, O Partido Comunista e o povo chinês apoiaram a nossa resistência nacional de todo o seu coração até à vitória total.
— Na hora atual, em conjunto com a União Soviética e os outros países irmãos, a China dá-nos uma assistência devotada para a nossa edificação do socialismo no Norte a fim de constituir uma base poderosa para a reunificação pacífica do país.
As relações existentes entre a revolução chinesa e a revolução vietnamita assentam em mil laços estabelecidos pelo dever, a gratidão e a afeição.
Viva a gloriosa amizade que nos une!
Pessoalmente tive por duas vezes a honra de militar no seio do Partido Comunista Chinês.
Encontrando-me em Kouang-tcheu de 1924 a 1927, dedicava-me a seguir o movimento revolucionário no nosso país ao mesmo tempo que cumpria as tarefas confiadas pelo Partido Comunista Chinês. Na China, o movimento operário e camponês estava em plena efervescência. A partir de Maio de 1925, rebentaram greves políticas em quase todas as grandes cidades. A mais importante foi a greve contra os imperialistas britânicos, em Hong-Kong, na qual participaram mais de 250.000 operários e que durou 16 meses. O movimento camponês começava também a alargar-se, sobretudo em Hou-nan (graças ao trabalho de organização do camarada Mao Tse-tung) e em Kouang-tung (sob a direção do camarada Pung Bai). A fim de impulsionar o movimento camponês, o camarada Mao organizou cursos de formação de formação de quadros de propaganda chamados a militar entre os camponeses nas 19 províncias do país.
Eu participava na tradução de documentos destinados ao trabalho no país assim como na propaganda para o estrangeiro, isto é, escrevia artigos sobre o movimento operário e camponês para um jornal de língua inglesa.
A segunda vez que fui à China (fins de 1938), estava-se em plena resistência antinipônica. Como sokdado de 2ª classe do VIII Exército de Marcha, eu assumia as funções de responsável do clube de uma unidade em Gui-lin. Seguidamente, fui eleito secretário de célula do Partido (e encarregado, além disso, da escuta do rádio) duma unidade em Heng-yang...
(Assim, pude adquirir um pouco de experiência em matéria de edificação do Partido na URSS, em matéria de luta contra o capitalismo na França e contra os colonialistas e os feudais na China). Entretanto os camaradas chineses ajudaram-me a estabelecer a ligação com o nosso país. O nosso Comitê Central enviou um camarada para se encontrar comigo em Long-tcheu. Completamente deslastrado por um "amigo", X. teve de regressar ao país antes da minha chegada a esta cidade.
Pouco depois, os camaradas chineses conseguiram ajudar-me a estabelecer a ligação e a regressar ao país para continuar as minhas atividades.
Assim, os comunistas do mundo inteiro prosseguem um mesmo e nobre objetivo, unem-se estreitamente, e baseando-se no marxismo-leninismo e no internacionalismo proletário, estão ligados por uma afeição fraternal.
Aproveito esta ocasião para enviar em nome do Partido, do governo e do nosso povo, as minhas mais afetuosas e calorosas saudações ao grande Partido Comunista Chinês, tendo à cabeça o bem-amado camarada Mao Tse-tung.
Notas de rodapé:
(1) "Uma pobreza, duas ausências": Provérbio chinês, para caracterizar o país antes da Revolução. Economia: pobre. Cultura e ciência modernas: ausentes. (retornar ao texto)
Inclusão | 09/03/2015 |