Recentemente, os imperialistas norte-americanos voltaram a evidenciar sua intenção sinistra de agredir nosso país. Como é de seu conhecimento, quando os imperialistas ianques tentaram levar a questão coreana à Assembleia Geral da ONU, os delegados da União Soviética e de diversos outros países se posicionaram categoricamente favoráveis à retirada simultânea das tropas soviéticas e estadunidenses da Coreia, defendendo que a solução do problema fosse confiada à escolha livre de seu povo. No entanto, os imperialistas norte-americanos, em flagrante violação do direito à autodeterminação do povo coreano, submeteram ilegalmente a questão à apreciação da Assembleia Geral da ONU.
Embora, em uma sessão do segundo período destinada a discutir o problema coreano, os delegados de diversos países tenham proposto convidar o representante coreano à reunião, os imperialistas estadunidenses se opuseram. Nessa sessão da Assembleia Geral da ONU(1), recorreram ao seu mecanismo de votação para forçar a aprovação de uma “resolução” que estabelecia a “Comissão Provisória das Nações Unidas sobre a Coreia” e previa a formação de um “governo” na Coreia por meio de “eleições” supervisionadas por essa comissão. Trata-se de uma afronta intolerável à nossa nação e de um flagrante desafio ao desejo e à demanda unânimes dos povos amantes da paz em todo o mundo pela plena soberania e independência da Coreia, bem como pelo seu desenvolvimento por vias democráticas. Além disso, configura uma artimanha ardilosa dos Estados Unidos para encobrir, sob a insígnia da ONU, seus atos descarados de intervenção nos assuntos internos da Coreia.
Os imperialistas norte-americanos podem instrumentalizar a dita “resolução” da ONU para dar vazão às suas conspirações, visando transformar a Coreia em sua colônia.
Nosso povo, outrora forçado a suportar quase meio século de escravidão sob a dominação colonial do imperialismo japonês, agora enfrenta a ameaça do imperialismo estadunidense, que tenta submetê-lo novamente à condição de escravo colonial. Como podemos permitir tal ultraje?
Devemos nos opor e rejeitar firmemente essas intrigas dos ianques, desmascarando suas conspirações diante da opinião imparcial do mundo, de modo que seu verdadeiro caráter repugnante de agressores seja totalmente exposto.
É imprescindível elaborar uma matéria de rádio contundente que denuncie o caráter ilegítimo da “Comissão Provisória das Nações Unidas sobre a Coreia”, forjada pelo imperialismo norte-americano, e expresse a posição resoluta do nosso Partido a respeito.
Agora, o povo anseia ouvir a voz do nosso Partido acerca da criação de tal comissão.
Devemos redigir e publicar em breve uma matéria que evidencie e condene as manobras do imperialismo estadunidense, desferindo um golpe retumbante em seu pérfido plano de colonizar a Coreia, ao mesmo tempo em que mobilizamos energicamente todos os coreanos na luta contra a referida comissão.
Na matéria, deve-se dar ênfase aos seguintes pontos.
Em primeiro lugar, é necessário deixar claro, por meio de argumentos lógicos, que a imposição do imperialismo estadunidense para que a ONU discutisse e decidisse unilateralmente sobre o problema interno da nação coreana, na ausência de seu delegado, constitui uma ofensa intolerável e um ato flagrantemente ilegal.
A resolução da ONU que visa estabelecer a referida comissão é fruto da pressão norte-americana, exercida por meio de seu mecanismo de votação. Por conseguinte, devemos declarar terminantemente que o povo coreano não reconhece, em hipótese alguma, este documento ilegal.
Da mesma forma, devemos desvelar os objetivos dos imperialistas norte-americanos ao introduzirem esse instrumento intervencionista da ONU na Coreia.
Em síntese, seu objetivo é servir-se do nome da ONU para legitimar internacionalmente sua agressão e intervenção na Coreia, com o intuito de convertê-la, a longo prazo, em sua colônia permanente.
Ademais, a matéria deve indicar claramente as tarefas de luta do povo sul-coreano.
A principal incumbência que lhe compete, neste momento, é unir-se resolutamente sob a bandeira da independência nacional, opor-se à entrada da “Comissão Provisória das Nações Unidas sobre a Coreia” em nosso território e, ao lado dos compatriotas do Norte, estabelecer, o quanto antes, um governo unificado, democrático e independente, por meio da luta coletiva em nível nacional.
Nesta mesma noite, é fundamental redigir essa matéria, expondo e denunciando os antecedentes da criação da referida comissão e transmiti-la amanhã pelo rádio. A rapidez da comunicação radiofônica é de extrema importância para o êxito no confronto com o inimigo. Para mantermos a iniciativa nesse campo, não podemos deixar escapar a oportunidade e o momento. À vista disso, camarada chefe do Departamento de Propaganda, cabe ao senhor redigi-la, em vez de delegá-la a outra pessoa. Embora redigir uma matéria não seja tarefa fácil, é imprescindível que todos os nossos funcionários saibam fazê-lo. Pode-se afirmar que a habilidade de escrever é um valioso instrumento de luta para os revolucionários.
Quando terminá-la, a revisarei.
O senhor mesmo a lerá no rádio com uma voz exortativa e vigorosa. Dessa maneira, será possível ressaltar o caráter oficial da mensagem, conferindo-lhe um impacto muito maior do que se fosse lida por um locutor.
Daqui em diante, intensificaremos nosso engajamento na luta radiofônica. Por isso, é essencial que o senhor lidere todos os funcionários da rádio, orientando-os a cumprir sua missão com a mais elevada consciência política.
O rádio é o meio de agitação e propaganda mais poderoso à disposição de nosso Partido. O senhor deve dedicar atenção contínua ao trabalho da rádio, induzindo seus funcionários a cumprir suas missões de forma irrepreensível.