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Primeira edição: Volná, nº 21, 19 de maio de 1906. V. I. Lênin, Obras, 4ª ed. em russo, t. 10, págs. 400/401
Fonte: A aliança operário-camponesa, Editorial Vitória, Rio de Janeiro, Edição anterior a 1966 - págs. 269-270
Tradução: Renato Guimarães, Fausto Cupertino Regina Maria Mello e Helga Hoffman de "La Alianza de la Clase Obrera y el Campesinado", publicado por Ediciones en Lenguas Extranjeiras, Moscou, 1957, que por sua vez foi traduzido da edição soviética em russo, preparada pelo Instituto de Marxismo-Leninismo adjunto ao CC do PCUS, Editorial Política do Estado, 1954. Capa e apresentação gráfica de Mauro Vinhas de Queiroz
HTML: Fernando Araújo.
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Saudamos calorosamente o apelo do grupo operário de deputados da Duma, o mais próximo de nós por suas convicções, que representa a primeira mensagem direta dos deputados, não ao governo, e sim ao povo. O exemplo dos deputados operários deveria ser seguido, a nosso ver, pelo grupo trudovique ou camponês da Duma.
No apelo dos deputados operários dizem-se muitas coisas justas; mas, a nosso ver, contém ele alguns equívocos.
Os camaradas operários querem «empenhar-se para que a Duma prepare a convocatória de uma Assembleia Constituinte». Não é provável que possam confiar para isso em toda a Duma ou, pelo menos, em sua maioria. Os liberais, que dominam a Duma, prometeram mais de uma vez ao povo convocar uma Assembleia Constituinte; porém, longe de cumprir esta promessa, nem sequer apresentaram esta reivindicação abertamente e com firmeza na Duma. Os deputados operários podem confiar, nesta questão, com maior ou menor segurança, no grupo trudovique, nos representantes camponeses. Daí que a classe operária não possa colocar a tarefa de apoiar toda a Duma: os liberais russos são demasiadamente inseguros. Será melhor que os operários orientem seus esforços no sentido de apoiar os deputados camponeses e de estimulá-los para que intervenham com plena independência e atuem como autênticos representantes do campesinato revolucionário.
O proletariado demonstrou sua capacidade de luta. Agora, acumula forças para iniciar uma nova e decidida luta, mas somente junto com os camponeses. Têm razão, por isso, os deputados operários quando exortam o proletariado a não deixar-se levar por qualquer provocação e a não suscitar, sem necessidade, choques abertos com o inimigo. O sangue proletário é caro demais para ser derramado sem necessidade e sem confiança segura na vitória.
Só a massa camponesa, depois de convencer-se da impotência e da insuficiência da Duma atual, pode servir aos operários de apoio firme que garanta a vitória. Embora as diretrizes e resoluções das assembleias operárias sejam muito úteis para organizar a classe operária com vistas à luta, não é nelas que se pode encontrar um apoio efetivo contra um inimigo que já se preparou para responder com a violência mais selvagem às reivindicações do povo. Pelo contrário, a classe operária deve explicar também às massas camponesas que se equivocam ao depositar candidamente suas esperanças em solicitações, diretrizes, instâncias e queixas.
Os acontecimentos não evoluem hoje na Rússia no sentido de que seja possível resolver com palavras e votações a grande luta sobre o destino do povo: a terra e a liberdade.