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Resolução do CC do POSDR (b)
Sobre a Questão da Oposição dentro do CC
V. I. Lénine
2 (15) de Novembro de 1917
Transcrição autorizada |
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Publicado: sem os primeiros três pontos a 17 (4) de Novembro de 1917, no nº 180 do Pravda.
Publicado integralmente pela primeira vez em 1932, no tomo XXX das 2ª e 3ª edições das Obras de V. I. Lénine.
Fonte: Obras Escolhidas em três tomos, Edições "Avante!", 1977,
t2, pp 411-412.
Tradução:
Edições "Avante!" com base nas Obras Completas de V. I. Lénine, 5.ª ed. em russo, t.35,
pp. 44-46.
Transcrição e HTML: Manuel Gouveia
Direitos de Reprodução: © Direitos de tradução em língua portuguesa reservados por Edições
"Avante!" — Edições Progresso Lisboa — Moscovo.
O Comité Central considera que a presente reunião tem uma importância histórica e por isso é necessário fixar as duas posições aqui reveladas.
- O Comité Central considera que a oposição que se constituiu dentro do CC se afasta por completo de todas as posições básicas do bolchevismo e da luta de classe proletária em geral, repetindo palavrinhas profundamente não marxistas sobre a impossibilidade da revolução socialista na Rússia, sobre a necessidade de ceder aos ultimatos e ameaças de demissão por parte da evidente minoria da organização dos Sovietes, frustrando assim a vontade e a decisão do II Congresso dos Sovietes de Toda a Rússia, sabotando assim a ditadura nascente do proletariado e do campesinato pobre.
- O Comité Central atribui a essa oposição toda a responsabilidade pelo retardamento do trabalho revolucionário e pelas vacilações criminosas no presente momento, propõe-lhe que transfira para a imprensa a sua discussão e o seu cepticismo, afastando-se do trabalho prático, em que não acredita. Pois nesta oposição nada há senão a intimidação pela burguesia e o reflexo do estado de espírito da parte fatigada (e não revolucionária) da população.
- O CC confirma que é impossível renunciar ao governo puramente bolchevique sem trair a palavra de ordem do Poder Soviético, uma vez que a maioria do II Congresso dos Sovietes de Toda a Rússia, sem excluir ninguém do congresso, entregou o poder a este governo.
- O Comité Central confirma que, sem trair a palavra de ordem do poder dos Sovietes de deputados operários, soldados e camponeses, é impossível entrar num regateio mesquinho para integrar nos Sovietes organizações que não são de tipo soviético, isto é, organizações que não são uniões voluntárias da vanguarda revolucionária das massas que lutam para derrubar os latifundiários e os capitalistas.
- O Comité Central confirma que ceder aos ultimatos e ameaças da minoria dos Sovietes equivale a renunciar por completo não só ao Poder Soviético mas também ao democratismo, pois tais cedências equivalem ao receio da maioria de usar a sua maioria, equivalem à submissão à anarquia e à repetição dos ultimatos por parte de qualquer minoria.
- O Comité Central confirma que, sem ninguém excluir do II Congresso dos Sovietes de Toda a Rússia, está ainda agora plenamente disposto a fazer regressar os que se demitiram e a reconhecer uma coligação com estes no âmbito dos Sovietes, que, consequentemente, são absolutamente falsas as afirmações de que os bolcheviques não querem partilhar o poder com ninguém.
- O Comité Central confirma que no dia da formação do actual governo, horas antes da sua formação, o CC convidou para a sua reunião três representantes dos socialistas-revolucionários de esquerda e propôs-lhes formalmente que participassem no governo. A recusa dos socialistas-revolucionários de esquerda, embora fosse temporária e condicional, faz recair sobre estes socialistas-revolucionários de esquerda, plena e totalmente, toda a responsabilidade por não se ter chegado a um acordo com eles.
- O Comité Central recorda que o II Congresso dos Sovietes de Toda a Rússia aprovou uma resolução, apresentada pela fracção bolchevique, que exprimia a disposição de completar o Soviete com soldados das trincheiras e camponeses das localidades, das aldeias — que, por conseguinte, são absolutamente falsas as afirmações de que o governo bolchevique é contra uma coligação com os camponeses. Pelo contrário, o CC declara que a lei agrária do nosso governo, copiada integralmente do mandato socialista-revolucionário, demonstrou de facto a plena e mais sincera disposição dos bolcheviques de realizar uma coligação com a enorme maioria da população da Rússia.
- O Comité Central confirma, por último, que, não obstante todas as dificuldades, a vitória do socialismo, tanto na Rússia como na Europa, só será assegurada com a continuação firme da política do governo actual. O Comité Central exprime plena confiança na vitória desta revolução socialista e convida todos os cépticos e vacilantes a abandonarem todas as suas
hesitações e a apoiarem de todo o coração e com uma energia sem limites a actividade deste governo.
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