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Primeira edição: Bednotá, nº 478, de 7 de novembro de 1919. Assinado: Lênin. V. I. Lênin. Obras, 4.ª ed. em russo, t. 30, págs. 103/105
Fonte: A aliança operário-camponesa, Editorial Vitória, Rio de Janeiro, Edição anterior a 1966 - págs. 507-509
Tradução: Renato Guimarães, Fausto Cupertino Regina Maria Mello e Helga Hoffman de "La Alianza de la Clase Obrera y el Campesinado", publicado por Ediciones en Lenguas Extranjeiras, Moscou, 1957, que por sua vez foi traduzido da edição soviética em russo, preparada pelo Instituto de Marxismo-Leninismo adjunto ao CC do PCUS, Editorial Política do Estado, 1954. Capa e apresentação gráfica de Mauro Vinhas de Queiroz
HTML: Fernando Araújo.
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O núcleo principal de leitores de Bednotá é constituído por camponeses. É, por ocasião do segundo aniversario do Poder Soviético, ao saudar dezenas de milhões de camponeses trabalhadores, emancipados do jugo dos latifundiários e capitalistas, direi algumas palavras sobre esta emancipação.
O Poder Soviético, o poder dos trabalhadores, poder que derrubou o jugo do capital, luta na Rússia com dificuldades inauditas, incríveis.
Os latifundiários e os capitalistas da Rússia, e com eles os de todo o mundo, lutam com ódio feroz contra o Poder Soviético, temerosos de seu exemplo, temerosos de que ele atraia as simpatias e o apoio dos operários do mundo inteiro.
Conspirações no interior do país, suborno dos tchecoslovacos, desembarque de tropas estrangeiras na Sibéria, em Arkhanguelsk, no Cáucaso, no Sul, nas proximidades de Petrogrado; centenas de milhões de rublos destinados a ajudar Koltchak, Denikin, Yudenitch e outros generais tsaristas; a tudo recorrem os capitalistas de todos os países, que juntaram fortunas de milhões e bilhões por conta dos pedidos de guerra; de tudo se lança mão para derrubar o Poder Soviético.
E tudo em vão. O Poder Soviético mantém-se firme, vencendo estas dificuldades sem precedentes, inauditas, fazendo frente aos inenarráveis sofrimentos causados pela guerra, ao bloqueio, à fome, à falta de mercadorias, à desorganização dos transportes e a ruína de todo o país.
O Poder Soviético na Rússia já atraiu para o seu lado os operários de todo o mundo. Não existe um só país em que não se fale do bolchevismo e do Poder Soviético.
Os capitalistas falam dele com ódio, com fúria selvagem, difamam-no e caluniam-no dia e noite. Mas precisamente essa fúria os desmascara, e os operários de todo o mundo voltam as costas em massa aos velhos líderes e põem-se do lado do Poder Soviético.
O Poder Soviético sofre o peso dos embates dos inimigos que se lançam contra a Rússia. Mas o Poder Soviético já venceu, não obstante, o mundo inteiro: venceu-o no sentido de que já conquistamos em todo lugar a simpatia das massas trabalhadoras.
A vitória mundial do Poder Soviético está assegurada. É só uma questão de tempo.
Por que é firme o Poder Soviético apesar das incríveis e duras provas e sofrimentos causados pela fome o das dificuldades criadas pela guerra e a ruína econômica?
Porque é o poder dos próprios trabalhadores, o poder de milhões de operários e camponeses.
Os operários têm em suas mãos o poder do Estado. Os operários ajudam os milhões de camponeses trabalhadores.
O Poder Soviético derrubou os latifundiários e capitalistas e defende firmemente o povo contra as tentativas de restauração do poder destes últimos.
O Poder Soviético presta toda a sua ajuda aos camponeses trabalhadores, aos camponeses pobres e médios, que constituem a imensa maioria.
O Poder Soviético barra o caminho aos culaques, aos ricaços, aos proprietários, aos especuladores, aos que aspiram a lucrar sem trabalhar, aos que querem enriquecer à custa da miséria e da fome do povo.
O Poder Soviético está a favor dos trabalhadores, contra os especuladores, os proprietários, os capitalistas e os latifundiários.
Esta é a fonte da força e firmeza do Poder Soviético. Esta é causa de que seja invencível em todo o mundo.
Dezenas e centenas de milhões de operários e camponeses suportaram em todo o mundo o jugo, os ultrajes e o saque de latifundiários e capitalistas. É o velho Estado, tanto as monarquias como as repúblicas «democráticas» (supostamente democráticas), ajudaram os exploradores, oprimiram os trabalhadores.
Isto o sabem, viram, experimentaram, viveram e estão vivendo dezenas e centenas de milhões de operários e camponeses de todos os países.
A guerra imperialista durou mais de quatro anos, dezenas de milhões de homens sucumbiram ou ficaram mutilados. Por quê? Pela repartição da presa dos capitalistas, pelos mercados, pelos lucros, pelas colônias, pelo poder dos bancos.
As aves de rapina do imperialismo alemão foram vencidas pelas do imperialismo anglo-francês, que agora se desmascaram
cada dia como bandidos e foragidos, que oprimem os trabalhadores, enriquecem à custa da miséria do povo e subjugam os povos fracos.
Por isso cresce em todo o mundo a simpatia dos operários e camponeses para com o Poder Soviético.
A luta árdua e cruel contra o capital começou vitoriosamente na Rússia. Esta luta estende-se a todos os países.
Esta luta terminará com a vitória da República Soviética Mundial.