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Escrito publicado em dezembro de 1962. Agora inclui o documento que apareceu no número 564 de “La Colmena” de outubro de 1991 e um apêndice que leva a data do mesmo ano.
La Paz 1996.
OS EDITORES
O folheto a ser lido analisa a revolução cubana como parte do movimento de libertação nacional, que se desenvolve em todo o mundo, e destaca particularmente os erros que a actual liderança tem cometido e o carácter contra-revolucionário dos caprichos diplomáticos da burocracia moscovita.
É fácil compreender que os estalinistas bolivianos, para justificar o estipêndio que recebem e a sua própria política anti-operária, virão necessariamente contra nós. Como eles têm muito cinismo, temos certeza de que não terão escrúpulos em nos acusar de ser pró-imperialistas. É uma sindicação de mau gosto, que mostra falta de honestidade e até de engenhosidade e na qual ninguém, nem eles próprios, acredita.
Permitimos que lembrem os nossos detratores da impressão que tal acusação causa nas mentes dos amos de Wall Street:
“Atualmente, o Partido Obreiro Revolucionário é um dos mais veementes críticos da administração do Movimiento Nacionalista Revolucionário. É mais expressivo na sua crítica do que o Partido da Esquerda Revolucionária ou o Partido Comunista da Bolívia. Ele também parece estar sob uma disciplina mais rígida do que qualquer um dos outros dous partidos comunistas.
“Em fevereiro de 1959, vários membros do Partido Obreiro Revolucionário foram presos por ajudar numa greve de funcionários de banco. A Central Obreira Boliviana também apoiou esta greve, mas nenhum dos seus integrantes foi preso. Com frequencia “Masas, a revista do Partido Obreiro Revolucionário, é confiscada polo governo, mas muito raramente as publicações do Partido Comunista são perturbadas.
“O Partido Obreiro Revolucionário é mais crítico do governo do Movimiento Nacionalista Revolucionário do que qualquer outro partido comunista e é especialmente hostil à facção Lechín. Chamou este vice-presidente de "oportunista" e "conciliador dos pedidos do imperialismo norte-americano". Possivelmente, o Partido Obreiro Revolucionário é o mais anti-norte-americano dos partidos comunistas bolivianos...
“Em sua oposição ao Partido Obreiro Revolucionário, o Partido da Esquerda Revolucionária e o Partido Comunista da Bolívia, costumam fazer acusações ridículas contra ele. O Partido Comunista diz que o Partido Obreiro Revolucionário é "um instrumento do imperialismo ianque, pago por Washington". É duvidoso que isso possa convencer muitos bolivianos que percebem que o PC frequentemente apoia o governo, que por sua vez depende em grande parte da ajuda dos Estados Unidos da América, enquanto o Partido Obreiro Revolucionário é um inimigo ferrenho de ambos, do governo do Movimiento Nacionalista Revolucionário e dos Estados Unidos."
(Retirado de "Problemas do Comunismo", Volume VIII, No. 6, novembro-dezembro de 1961. Publicado por United States Information Agency, Estados Unidos da América. Estes detalhes mostram que se trata duma publicação controlada polo próprio governo dos EUA.)
Ignoramos deliberadamente as estatísticas para concentrar quase toda a nossa atenção nas projeções políticas da revolução cubana, pois acreditamos que é este último aspecto que interessa aos trabalhadores.
O enorme cenário de convulsão social engrandeceu a figura de Castro e até de Ernesto Che Guevara. Analisamos a cena e quase ultrapassamos Castro e outros personagens. Deixamos ao estalinismo a tarefa de colocar incenso no seu ídolo do momento. Para a camarilha burocratizada, a história é obra exclusiva do génio ou capricho dos líderes. Na hora nona atribuem todos os males da União das Repúblicas Socialistas Soviéticas às secreções glandulares de Estaline (o mau da propaganda interessada) e a revolução cubana ao génio incomparável de Fidel Castro, de quem afirma ter sido um marxista da época em que ele amamentava. Nossa atitude é diferente. Nós nos esforçamos para aplicar o método marxista para entender o movimento de transformação social.