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Camaradas!
Os povos da União Soviética comemoram hoje uma data de capital importância para os trabalhadores de todo o mundo: o 30.° aniversário da Grande Revolução Socialista de Outubro.
O povo soviético não é o único que se rejubila hoje com os grandes vitórias do socialismo em nosso país. Não somente naqueles países que estão ligados a nós por laços de amizade, que se contam por milhões os amigos dedicados da União Soviética. Em toda parte onde domine o capitalismo, oprimindo o povo laborioso e reduzindo a escravidão os trabalhadores das colônias e dos países dependentes, os homens de consciência esclarecida vêem no êxitos da União Soviética o anúncio de sua própria emancipação do jugo da opressão e da escravização. Não existe país algum do mundo em que a União Soviética já não possua numerosos amigos, repletos de uma ardente simpatia e de fé em nossa causa, na classe operária, entre os operosos camponeses e dentro de amplos círculos democráticos.
Eis porque hoje, no 30.° aniversário da Revolução soviética, nossa bandeira de outubro, a bandeira vitoriosa de Lenin e Stálin, flutua tão alto.
Decorreram trinta anos depois dos acontecimentos de outubro de 1917. Nossos inimigos do campo burguês vaticinavam então, e ainda mais tarde, que o poder soviético não se manteria na Rússia, que estava condenado a uma queda inevitável e rápida. Tais profecias não intimidaram os bolcheviques, que se empenharam arduamente no combate pela tomada do poder para a classe operária, e que, após haver destruído o sistema capitalista opressor, edificam, desde há trinta anos, com um êxito assombroso, o Estado socialista e uma nova sociedade baseada no comunismo.
O caminho que percorremos deve ser dividido em três períodos:
O Primeiro período durou vinte e três anos e meio, dos quais, mais de três foram despendidos na luta armada contra as forças de intervenção e os bandos de guardas brancos que tentavam destruir o poder dos Sovietes e derrubar o jovem Estado soviético. Os planos dos capitalistas e dos grandes latifundiários foram coroados de um completo fracasso, mas reduziram nosso país a um estado de extrema devastação e esgotamento. Foi necessário um longo período de anos antes que fosse possível restabelecer o nível da produção industrial e agrícola de antes da guerra.
Depois disso, o progresso e o desenvolvimento da economia nacional efetuaram-se na base dos famosos planos qüinqüenais stalinistas. Em fins de 1928, já podíamos enfrentar a realização do primeiro plano qüinqüenal, que foi executado, como sabeis, antes do prazo fixado. Realizamos em seguida o segundo plano qüinqüenal, e havíamos iniciado a execução do terceiro plano, que não pudemos concluir devido à agressão alemã.
Portanto, podemos trabalhar para os três planos qüinqüenais stalinistas apenas durante pouco menos de treze anos. Todavia, esse reduzido período foi suficiente para transformar nosso país.
A Rússia, industrialmente atrasada, tornou-se um Estado industrial de vanguarda, que já ocupava, no fim do segundo plano qüinqüenal, o primeiro lugar na Europa, quanto ao volume da produção industrial. Até o começo mesmo da Grande guerra nacional, nossa indústria continuava a desenvolver-se rapidamente, ano após ano, a criar ainda novos ramos e a aumentar progressivamente o volume de sua produção. Em 1940, a grande indústria de nosso país produzia quase doze vezes mais que em 1913.
Nossa agricultura sofreu uma transformação ainda maior. As explorações camponesas, pequenas e pouco produtivas, cultivavam sua terra, na maioria dos casos, unicamente com arados primitivos, foices e facas. Seu agrupamento em colcozes permitiu organizar uma grande agricultura moderna, dotada, do mesmo modo que os sovcozes com a ajuda das estações de máquinas e tratores do Estado, de um abundante equipamento técnico em forma de tratores, ceifadoras, debulhadoras, caminhões e diferentes máquinas agrícolas modernas. Apesar de um atraso ainda considerável da criação, a produção agrícola total em 1940 foi quase o dobro da de 1913.
Analisando o período de desenvolvimento da economia soviética, anterior à guerra, disse o camarada Stálin o ano passado:
"Não se pode considerar esse crescimento surpreendente da produção como simples desenvolvimento normal de um país que passa de estado atrasado a um estado adiantado. Foi um salto, graças ao qual nossa pátria se transformou, de país atrasado em país de vanguarda, de país agrário em país industrial."
Isso significa que o nosso Estado socialista, rompendo com os tradições dos estados burgueses, superando a resistência do inimigo de classe e do elementos hesitante, efetuou uma verdadeira revolução tanto na indústria como na agricultura. Graças a isso, a economia nacional da URSS foi reconstruída em pouco tempo, na base de uma técnica moderna, o que não ocorreu nem ocorre com nenhum outro país. Obtivemos tais resultados, principalmente, por seguirmos a política bolchevique de industrialização do país, cuidando em primeiro lugar da indústria pesada. Era ainda absolutamente indispensável que o nosso povo, vivendo dentro de um círculo capitalista hostil, tivesse sempre presente no espírito a necessidade de estar pronto para repelir qualquer agressão eventual.
Realizamos a reconstrução completa da agricultura, graças à política de coletivização. Toda uma década foi dedicada ao preparo do caminho para essa reconstrução, que implicava na necessidade de subjugar a resistência encarniçada dos kulaks. Mas desde os primeiros anos da execução dos planos qüinqüenais, nosso Partido soube convencer os camponeses a aderirem ao novo caminho, o da reorganização completa da economia camponesa na base dos kolkoses. Foram criadas então condições para uma expansão sem precedentes das forças produtivas da agricultura, equipada, daí por diante, de poderosas máquinas agrícolas e armada com todas os realizações da agronomia.
O resultado da primeira fase da edificação do socialismo foi o ter-se reconstruído, sobre uma base socialista, a economia nacional de nosso país, ter-se eliminado inteiramente as classes exploradoras e dado ao povo soviético uma sólida unidade moral e política.
É preciso citar uma das realizações fundamentais dessa primeira fase da edificação do socialismo.
Fomos capazes de assegurar, ano após ano, a expansão ininterrupta da nossa economia nacional, e antes de tudo de seu ramo dirigente, que é a indústria socialista. É claro que se verificaram também no decorrer daquele período calamidades naturais, tais como a seca, seguidas de colheitas insuficientes; mas nem isso interrompeu nossa marcha contínua para diante. Sob quaisquer condições, a indústria soviética desenvolveu-se constantemente, aumentando sua produção todos os anos. Ao contrário dos países capitalistas, o progresso industrial ininterrupto da União Soviética tornou-se um dos mais importantes índices do fundo progressista da organização planificada, estendida a toda a economia nacional.
Sabemos ainda que a expansão crescente da indústria levou, já há muito tempo, à eliminação total do desemprego em nosso país. Isso permitiu a elevação contínua do bem estar da classe operária, o melhoramento progressivo dos condições de vida material e cultural dos operários e empregados da URSS. Não fosse a guerra, nossas cidades e regiões industriais testemunhariam hoje enormes realizações, sem precedentes, no que diz respeito a melhores condições materiais e culturais para os trabalhadores.
A reforma da agricultura, na base da exploração coletiva, fez desaparecer nos campos os pobres que sempre estiveram condenados, sob o capitalismo, a viver em desesperada miséria. Foram oferecidas a todos os colcozianos grandes possibilidades de uma existência fácil e próspera. De um ano para outro, nossa agricultura tornava-se mais forte, enriquecendo-se graças à seiva vivificadora do trabalho coletivo. Não fosse a guerra, que devastou inúmeras de nossas mais belas regiões agrícolas, e disporíamos hoje de muito mais que o necessário, que qualquer país da Europa, e não somente da Europa.
A sábia política de paz de Lenin e Stálin assegurou ao povo soviético, durante os vinte anos que se seguiram ao fim da guerra civil e de intervenção, a possibilidade de consagrar-se à edificação pacífica do socialismo.
A agressão da Alemanha fascista interrompeu o período pacífico de nossos trabalhos construtivos.
Começou, então, o período de quatro anos da Grande guerra nacional, que foi a prova máxima para a União Soviética, porque, segundo a justa observação de Stálin, foi ela:
"...a mais cruel e mais penosa das guerras que nossa Pátria jamais conheceu no curso de sua história".
Lembramo-nos todos das incríveis dificuldades que teve que vencer nosso país durante aqueles anos.
Basta dizer que o ocupação hitlerista estendeu-se sobre um território que contava, antes da guerra, com uma população de 88 milhões de habitantes. Fornecia 33% de toda a produção industrial do país. Os hitleristas ocuparam uma região cujas terras cultivadas representavam 47% de toda a área cultivada da União Soviética, e onde se encontrava quase a metade de nosso gado. . . .
Durante a guerra, 1.300 usinas, cujo funcionamento era indispensável para satisfazer as necessidades vitais da frente e da retaguarda, foram evacuadas das regiões do oeste e do sul e reinstaladas no este.
O segundo período da história da União Soviética, que corresponde à grande guerra nacional, demonstrou de maneira ainda mais concludente a energia reforçada e a força progressista de nosso Estado socialista multinacional.
Antes do entrada da União Soviética na guerra, Hitler portava-se Como senhor da Europa, como se esta fosse seu domínio. Alguns países, como a Itália fascista, haviam-se tornado seus satélites submissos, outro países da Europa, como a França, foram subjugados por seu tacão, graças à subserviência pró-fascista de seus círculos governantes. A terrível ameaça da invasão alemã pesava sobre a Grã-Bretanha, cujo solo não fora pisado por pés inimigos desde muitos séculos.
A situação só mudou radicalmente quando a União Soviética se pôs em pé de guerra e o Exército soviético tomou a ofensiva contra as hordas hitleristas, em toda a extensão da frente.
Outro fator muito importante foi a coalizão anti-fascista das potências aliadas, coalizão na qual a URSS ocupou uma posição de destaque.
Tudo isso permitiu a derrota do fascismo na Europa.
Por ocasião do 27,° aniversário da Revolução de outubro, Stálin rendeu homenagem aos méritos do povo soviético, pronunciando estas palavras, que todo o mundo conhece:
"Agora que a guerra nacional caminha para um fim vitorioso, o pape! histórico do povo soviético aparece em toda a sua grandeza. Todo o mundo reconhece hoje que a luta, cheia de abnegação, do povo soviético salvou a civilização da Europa dos vândalos fascistas, esse o grande mérito do povo soviético na história da humanidade".
Reconhecendo que o povo soviético salvou a civilização européia dos vândalos fascistas, os povos de todo o mundo reconhecem igualmente os méritos excepcionais do dirigente do comunismo e do grande chefe militar da União Soviética, Josef Stálin.
Diante de todas as provas da guerra, nosso Estado soviético multinacional revelou-se forte e inabalável. A grande guerra nacional uniu mais fortemente ainda os povos da URSS, na luta pela salvaguarda das conquistas da Revolução de outubro e por um futuro feliz para nossa Pátria.
Com o término da guerra, a União Soviética entrou em um novo período de seu desenvolvimento.
Desde o começo do ano passado, desenvolveu-se nosso trabalho na base do novo plano qüinqüenal de após guerra, e o camarada Stálin definiu do seguinte modo nossos novos objetivos:
"As tarefas fundamentais do novo plano qüinqüenal consistem em reconstruir as regiões devastadas do país, recuperar o nível de antes da guerra na indústria e na agricultura, e em seguida, ultrapassar esse nível, de maneira mais ou menos considerável".
Os objetivos indicados pelo Partido e pelo governo no campo do restabelecimento e do desenvolvimento da economia nacional, inspiraram a nosso povo novos heróicos esforços e novos êxitos no trabalho. Todo o país deseja hoje, ardentemente, não apenas cumprir, mas superar, o novo plano qüinqüenal.
No início do novo qüinqüênio, a agricultura foi prejudicada pela seca, que fustigou no ano passado as mais importantes regiões agrícolas. Todavia, conhece-se a capacidade de nosso país para superar rapidamente as dificuldades econômicas que enfrenta. Isso ficou demonstrado mais uma vez, pois graças às medidas adotadas pelo Partido e pelo governo, a colheita de trigo deste ano é 58 % superior à do ano« anterior.
No decorrer do ano passado — primeiro do plano qüinqüenal de opôs guerra — já havíamos obtido um acréscimo importante na produção industrial. No entanto, o programa desse ano, na parte referente à indústria, só foi realizado em 96%, o que se explica pelo fato de a reconversão da indústria para o trabalho de paz não ter sido ainda alcançada.
Este ano, ao contrário, a indústria soviética ultrapassará seu programa. Durante os três primeiros trimestres do ano em curso, a indústria cumpriu seu programa de nove meses, atingindo 103%. Todo o país rejubila-se com o fato de a nossa gloriosa Leningrado estar novamente nas primeiras fileiras e de ter sua indústria, desde outubro, ultrapassado o plano fixado para todo o segundo ano do novo qüinqüênio.
Tudo isso nos dá o direito de dizer que a parte não concluída do programa do primeiro ano do qüinqüênio, será recuperada no transcurso do segundo ano e assim, o programa dos dois primeiros anos do plano qüinqüenal, tomados em conjunto, será executado até ó fim do ano corrente.
Em todos os ramos da indústria e da agricultura, assim como nos transportes, avançamos confiantes, embora reste ainda muito que fazer para curar as feridas e reparar os danos causados pela guerra. Já extraímos mais carvão que antes da guerra, mas ainda não atingimos o nível anterior na metalurgia e na extração do petróleo.
Todas as indústrias que produzem bens de consumo e alimentos estão restabelecidas e desenvolvidas. Não existe um único ramo da indústria que não progrida e não tenha seu plano de aumento da produção, fixado para muitos anos vindouros.
A preocupação constante do governo soviético em introduzir novas máquinas em todos os ramos da indústria, dos transportes e da agricultura, é uma sólida garantia do progresso geral da economia socialista.
O volume da produção industrial aumenta de mês para mês. Basta dizer que no mês de outubro, que vem de findar, a produção global de nossa grande indústria já atingiu a média mensal de 1940. Em outros termos, nossa produção industrial já atingiu o nível de antes da guerra.
Isso prova mais uma vez que foram criadas, em nosso país, condições que permitem uma elevação rápida do bem estar de todo o povo e um novo acréscimo no poder do Estado soviético.
Não nos ameaçam as crises econômicas destruidoras da indústria, que não poupam nenhum país capitalista. No nosso país não há desemprego com o conseqüente empobrecimento da população, e não haverá. O regime soviético garante todas as possibilidades de uma expansão contínua das forças produtivas e de um aumento constante do bem estar dos trabalhadores das cidades e dos campos, o que não acontece, nem pode acontecer, com nenhum país capitalista.
Comparai a velha Rússia à União, criada pela Revolução. Sabemos que a Rússia burguesa e nobiliárquica foi vencida peio imperialismo japonês em 1904-1905. Sabemos também que a Rússia tzarista foi impotente e incapaz de resistir às hordas de Guilherme. A situação depois mudou completamente. A vitória obtida sobre o fascismo alemão na Europa e a derrota das tropas do império japonês na Manchúria, que se lhe seguiu, foram a prova viva do longo caminho percorrido por nossa Pátria desde os dias da velha Rússia tzarista.
As tentativas de renovar a Rússia, e de fazê-la reviver, fracassaram por ocasião das revoluções de 1905 e de fevereiro de 1917. Somente a grande Revolução socialista de outubro trouxe essa renovação de há muito esperada, criando condições para um poderoso renascimento de nossa Pátria.
Semente a Revolução soviética, Revolução autenticamente popular, cuja direção foi assumida pelo partido de Lenin e Stálin, transformou nosso país na grande potência de vanguarda que é hoje.
A grandeza da União Soviética, criada pela revolução socialista, é hoje reconhecida pelos povos de todo o mundo.
Se os bolcheviques não tivessem conseguido, há trinta anos, arrancar nosso país das mãos de Kerensky, dos mencheviques, dos social-revolucionários, dos constitucional-democratas e outros servidores da burguesia, não é evidente que ele teria perdido sua independência e vegetaria hoje na miséria?
Comparai a União Soviética aos países capitalistas mais adiantados da Europa.
Vê-de a Grã-Bretanha, que foi considerada, desde há muito, e acertadamente, um país industrial altamente desenvolvido, inclusive a "oficina do mundo". Durante o período que separa as duas guerras mundiais, o nível da produção industrial de 1913 só foi ultrapassado, na Grã-Bretanha, em alguns anos excepcionais; na maior parte do tempo, a produção permanecia, claramente, abaixo daquele nível. Por conseguinte, é difícil dizer que a indústria inglesa tenha alcançado qualquer progresso entre as duas guerras mundiais. E sabeis que ainda agora, a Grã-Bretanha enfrenta sérias dificuldades econômicas e recorre cada vez mais à ajuda do Tio Sam.
Na França, durante o mesmo período, a indústria não realizou maiores progresso, embora tivesse tido certos anos de ascensão. Basta dizer que antes do início da segunda guerra mundial, a produção industrial francesa não ultrapassava 6% do nível atingido antes de 1914. Pode-se dizer que ao longo de todo período que separa as duas guerras mundiais, a indústria francesa marcou passo. Hoje, a França atravessa também uma fase de dificuldades econômicas e firma suas esperanças, como a Inglaterra, na ajuda estrangeira.
Como se deverá explicar esse contraste surpreendente entre o desenvolvimento industrial da URSS, de um lado, e a situação da indústria da Inglaterra e na França, de outro? Como se deverá explicar que na URSS a produção industrial tenha aumentado de cerca de doze vezes durante o período de trégua entre as duas guerras, enquanto na Grã-Bretanha e na França a indústria, assinalando um pequeno acréscimo em certos anos, mas uma estagnação e mesmo um retrocesso na maioria dos outros anos, não realizou nenhum progresso?
O observador imparcial, desejoso de compreender os acontecimentos contemporâneos, encontrará a resposta, comparando, antes de tudo, os fatos. A diferença fundamental entre a União Soviética por um lado, a Inglaterra e a França, por outro, é conhecida: a indústria, como toda a economia nacional na URSS, está edificada sobre a base do socialismo. Mas a indústria e todo o edifício do Estado na Grã-Bretanha e na França repousam nos velhos pilares do capitalismo. E a ciência e a prática demonstram cabalmente que, enquanto os fundamentos do socialismo na União Soviética se consolidam dia a dia, os pilares da sociedade capitalista da Europa estão desde há muito tempo profundamente carcomidos.
Tornou-se agora mais evidente que nunca o quanto estava amadurecida a situação em nosso país, há trinta anos, para o socialismo, quando a Revolução socialista, vitoriosa, fez enveredar nossa pátria por um novo caminho, o caminho da regeneração revolucionária.
Há trinta anos, às vésperas da Revolução de outubro, Lenin, afirmava, apaixonadamente, que era impossível, nas condições históricas de então, avançar sem ser em direção ao socialismo, e que as condições materiais do socialismo já existiam em nosso país. Dizia ele:
"Na Rússia.do século XX, que instituiu a república e a democracia por meios revolucionários, não se pode ir para diante sem avançar em direção do socialismo, sem dar passos na sua direção.
A dialética da história se exprime justamente no fato de que a guerra, tendo acelerado para um ritmo extraordinário a transformação do capitalismo monopolista em capitalismo monopolista de Estado, aproximou, por isso mesmo, de maneira extraordinária, a humanidade do socialismo.
A guerra imperialista é a véspera da revolução socialista. E isso não somente porque a guerra, com seus horrores, faz nascer a insurreição proletária — nenhuma insurreição conduzirá o socialismo se este não estiver amadurecido economicamente — mas porque o capitalismo monopolista de Estado é a mais completa preparação material do socialismo, porque é a sua ante-câmara, porque ele é aquele degrau da escada da História após o qual não existe nenhum outro degrau intermediário que o separe do degrau chamado socialismo."
Não é preciso dizer que já naquela época, há trinta anos, as condições materiais para a passagem ao socialismo não eram menos favoráveis na Grã-Bretanha e na França que em nosso país. Mas, como sabemos, não bastam as condições materiais, elas sozinhas, para resolver inclusive aqueles problemas que já se tornaram uma necessidade histórica.
A segunda guerra mundial desferiu outro golpe no sistema capitalista e abalou ainda mais suas posições na Europa. Os países das novas democracias — Iugoslávia, Polônia, Romênia, Bulgária, Checoslováquia, Hungria e Albânia — apoiados por amplas massas do povo, efetuaram reformas democráticas ousadas, especialmente a eliminação da classe dos grandes proprietários de terras e a transferência das terras aos camponeses, a nacionalização da grande indústria, dos bancos, etc. Criando para as massas trabalhadoras uma vida isenta da escravidão capitalista, esses países encaminham-se para o socialismo, por caminhos independentes, que lhes são próprios. Eles garantem, também, a defesa de sua independência nacional, contra a ameaça de ataques dos imperialistas estrangeiros que desejam submeter tais países a seu poder e impor-lhes sua vontade.
Desde o primeiro dia de sua existência, a União Soviética ocupou um lugar especial nas relações internacionais, tomando a direção da luta pela paz.
A Revolução de outubro fez com que nosso país saísse da primeira guerra mundial proclamando a paz e renunciando, sem reservas, à política imperialista, ameaçada tanto pela Rússia tzarista como pelo governo criado após a revolução de fevereiro, pelo pseudo-socialista Kerensky.
No entanto, durante certo número de anos, nosso povo não pôde voltar ao trabalho pacífico. No intuito, de estrangular a Revolução de outubro e restaurar o poder dos grandes proprietários de terras e dos capitalistas, que haviam fugido do pais, as potências da Entente organizaram contra este uma série de intervenções armadas. A responsabilidade de tais crimes cabe aos imperialistas ingleses e franceses, a seus aliados americanos e japoneses, assim àqueles que eram naquela ocasião seus satélites. Essa política de salteadores, inspirada pela feroz hostilidade anti-soviética dos Churchill, Clemenceau e outros reacionários em relação ao povo revolucionário russo, fracassou fragorosamente. O povo soviético manteve sua independência, obteve uma trégua e enveredou pelo caminho da construção vitoriosa e pacífica do socialismo.
Sabeis que ainda mais tarde não cessaram as maquinações contra o nosso país. O que não tentaram os imperialistas do ocidente e do oriente para fazer fracassar o trabalho pacífico e construtivo de nosso país! As coisas foram tão longe que a Grã-Bretanha e a França aliaram-se à Itália fascista e concluíram o acordo indigno de Munich com a Alemanha hitlerista, a fim de incitar os fascistas alemães a atacarem mais rapidamente a União Soviética. Entretanto, os imperialistas britânicos e franceses enganaram-se em seu cálculo. Caíram na sua própria armadilha e a sábia política de paz de Stálin permitiu, com um êxito estrondoso, retardar, uma vez mais, a guerra contra a União Soviética.
Todavia, quando a Alemanha hitlerista atacou enfim a União Soviética, as esperanças de nossos inimigos reanimaram-se.
Sabemos que, pouco tempo depois, aparecia uma noticia nos jornais londrinos, segundo a qual o ministro britânico Moore-Brabazon, analisando a situação da frente germano-soviética no verão de 1941, não hesitava em exprimir seu desejo de que os exércitos soviéticos e alemão se exterminassem reciprocamente, enquanto a Grã-Bretanha aumentava sua força e se tornava a potência dominante. Havia ainda pessoas na América que não se quiseram deixar ficar atrás de Moore-Brabazon. Em junho de 1941, o New York Times publicava a seguinte declaração, feita por um político americano, dos mais destacados: "Se constatarmos que a Alemanha está em vias de ganhar a guerra, teremos que ajudar a Rússia, e se for a Rússia, teremos que ajudar a Alemanha. Assim, que se aniquilem mutuamente o mais possível". (1)
Contudo, na guerra contra a Alemanha hitlerista, a União Soviética, a Grã-Bretanha e os Estados Unidos colaboraram com êxito contra o inimigo comum, contra o inimigo comum de todos os países democráticos.
Tão depressa terminou a guerra, a União Soviética consagrou-se à execução do novo plano qüinqüenal stalinista. Mas desde já devemos elaborar um plano para muitos qüinqüênios vindouros. Como sabemos, o camarada Stálin assim definiu esses novos objetivos:
"No que diz respeito aos planos de longa duração, o Partido tenciona organizar um novo e poderoso avanço da economia nacional, que nos permitirá elevar o nível de nossa indústria, por exemplo, ao triplo do nível de antes da guerra. Devemos conseguir que a indústria possa produzir anualmente 50 milhões de toneladas de metal fundido, 60 milhões de toneladas de aço, 500 milhões de toneladas de carvão, 60 milhões de toneladas de petróleo".
Isso demonstra suficientemente como a União Soviética está interessada numa paz estável e duradoura.
Todos os amigos sinceros da paz — e eles representam a imensa maioria do povo em cada país — podem ter a certeza de que a União Soviética saberá defender até o extremo os interesses da paz universal. Em conformidade com essa política de paz, a União Soviética defende o mais amplo desenvolvimento da cooperação internacional.
O camarada Stálin esclareceu profundamente nossa política exterior, na entrevista que teve com um americano bastante conhecido, Mr. Harold Stassen:
"A União Soviética e os Estados Unidos podem, evidentemente, cooperar. A diferença entre os dois países não tem uma importância essencial no que se refere à cooperação. Os sistemas econômicos da Alemanha e dos Estados Unidos eram idênticos, e não obstante, a guerra se desencadeou entre esses dois países. Os sistemas econômicos dos Estados Unidos e da URSS diferem. E no entanto, não estiveram em guerra, mas cooperaram durante a guerra. Se dois sistemas diferentes puderam cooperar durante a guerra por que não poderão cooperar em tempo de paz? Segue-se que, se existe o desejo de cooperar, a cooperação é perfeitamente possível entre sistemas econômicos diferentes. Mas se não existe o desejo de cooperação, então — mesmo se os sistemas econômicos são os mesmos — os Estados e os povos podem estraçalhar-se."
A União Soviética seguiu invariavelmente, e segue hoje, uma política de paz e de cooperação internacional. Tais são as relações da União Soviética com todos os países que manifestam o desejo de cooperação.
A política adotada pelo camarada Stálin está hoje em oposição a uma outra política, baseada em princípios inteiramente diferentes. E é preciso mencionar aqui, em primeiro lugar, a política externa dos Estados Unidos e a da Grã-Bretanha.
É possível que exista nos Estados Unidos um programa de desenvolvimento econômico do país, para um certo período futuro. Entretanto, nada se disse na imprensa sobre tal assunto, se bem que as conferências de imprensa não sejam raras nesse país.
Por outro lado, faz-se grande alarido em torno de diversos projetos americanos, ligados tanto à "Doutrina Truman" como ao "Plano Marshall." Ao falar de todos esses planos americanos "de ajuda à Europa", de "ajuda ò China", etc., poder-se-ia pensar que os problemas internos da América já foram resolvidos há muito tempo, e que só lhe resta agora pôr em ordem os negócios dos outros países, ditando-lhes sua própria política e a composição de seus governos, tal como a ela aprouver. Na realidade, não é isso que acontece. Se os negócios internos dos Estados Unidos não fossem motivo de grande inquietação para seus meios dirigentes, especialmente entre a crise econômica que se aproxima, não haveria tal abundância de projetos econômicos de expansão dos Estados Unidos, projetos que, por seu lado, estão baseados nos planos militares e políticos agressivos do imperialismo americano.
Já não se oculta mais agora que os Estados Unidos — muitas vezes de acordo com a Inglaterra — se apoderam constantemente de novas bases navais e aéreas em todas as partes do mundo e utilizam mesmo países inteiros para seus fins, sobretudo na vizinhança do território da União Soviética. Quem não se queixa hoje da pressão do imperialismo americano em seu domínio?
Se os governos de certos grandes Estados da Europa, Ásia e América mantém uma espécie de silêncio digno a esse respeito, alguns países menores começam, certamente, a considerá-lo insuportável. A Dinamarca, por exemplo, por mais que faça, não consegue restaurar sua soberania nacional na Groenlândia, que os americanos não quiseram abandonar depois da guerra. O Egito exige, legitimamente, a retirada das tropas inglesas de seu território, mas a Grã-Bretanha recusa, e a América apóia os imperialistas britânicos também nesse ponto.
É evidente porém que a criação de bases militares nas diferentes partes do mundo não está subordinada a objetivos de defesa, mas visa preparar a agressão. É igualmente evidente que se o estado-maior misto anglo-americano, criado durante a guerra mundial, ainda é mantido, ele não o é por motivos pacíficos, mas no intuito de intimidar o próximo com as perspectivas de nova agressão.
Seria bom que o povo americano soubesse tudo isso. Porque, com a liberdade de imprensa "ocidental", em que quase todos os jornais e o rádio estão nas mãos de um punhado de capitalistas agressivos e de seus criados, é difícil que o povo conheça a verdade autêntica.
Como se sabe, uma espécie de nova religião espalhou-se pelos meios expansionistas dos Estados Unidos: sem ter confiança em suas forças internas, acreditam no segredo da bomba atômica, embora esse segredo já não exista desde muito tempo.
Aparentemente, é preciso que os imperialistas depositem sua confiança na bomba atômica, que, como se sabe, não é um meio de defesa, mas uma arma de agressão. São muitos os que se indignam com o fato de os Estados Unidos e a Inglaterra impedirem à ONU adotar a decisão final de interditar as armas atômicas. Por duas vezes, este ano, os sábios britânicos protestaram contra aquele fato, por duas vezes, publicaram relatórios sobre o assunto, nos quais exprimiam seu descontentamento por a Grã-Bretanha limitar-se a aprovar os Estados Unidos nessa questão. E isso é bastante compreensível, pois os povos da América e da Grã-Bretanha não estão menos interessados que os outros povos pela interdição da arma atômica e por uma redução geral dos armamentos excessivos.
É preciso que se compreenda que, ao recusar ã interdição da arma atômica, os imperialistas cobrem-se de opróbrio e fazem voltarem-se contra eles as pessoas honestas de todos os países.
Vejamos ainda a questão dos provocadores de guerra. Apesar de todos os protestos dos expansionistas americanos e de outros, a Assembléia Geral adotou, não sem rancores, uma decisão que condenava a propaganda em favor de uma nova guerra. Os debates demonstraram ainda que é preciso intensificar a luta contra os instigadores de guerra e seus senhores, que executam o desejo de um punhado de capitalistas milionários, agressivos e ávidos de lucros, e que esquecem por completo os interesses de seu povo.
Sabemos que entre as duas guerras mundiais a indústria dos Estados Unidos engrandeceu-se, embora seu desenvolvimento tenha sido bastante desigual e a produção tenha caído, por duas vezes, abaixo do nível de 1913. Por outro lado, durante a segunda guerra mundial, a indústria americana cresceu muito rapidamente, e começou a distribuir enormes lucros aos capitalistas e ao Estado, as rendas que o capitalismo monopolista de Estado da América põe hoje em ação e utiliza em toda parte, como meio de pressão, na Europa e na China, na Grécia e na Turquia, na América do Sul e no Oriente Médio.
Em resumo, não faltam amantes aos lucros de guerra. Mas, que relação terá isso com os interesses do povo? Não é preciso dizer que os interesses do povo diferem completamente daqueles dos instigadores de uma nova guerra mundial.
Todos esses tatos evidenciam o desejo do imperialismo americano de explorar as dificuldades de após-guerra de certos Estados, a fim de impor-lhes a sua vontade, sob o manto de uma tutela americana, não solicitada, e preparar assim o caminho para a hegemonia mundial dos Estados Unidos. Isso não justifica de modo algum as esperanças de que seria possível aos Estados Unidos evitar as dificuldades internas crescentes ou impedir o estouro de uma profunda crise econômica, e sua cisão, cada vez mais acentuada, em dois grandes grupos principais: o grupo imperialista, que está hoje no primeiro plano, e faz disso tanto alarde, e o grupo democrático, ao qual pertence o futuro.
São ilimitados os apetites dos imperialistas, que estão prontos, para atingir seus fins egoístas, a destruir, sob um tacão de ferro, os direitos democráticos em seu próprio país, assim como os direitos e a soberania das outras nações. Parece que a extirpação da Alemanha fascista, que foi esmagada pelas forças democráticas, e que se havia superestimado na luta pela supremacia mundial, não foi compreendida por aqueles que se lançam hoje, tão cegamente, à dominação de todo o mundo.
Os círculos dirigentes dos Estados Unidos, como os da Grã-Bretanha, acham-se à frente de um grupo internacional, que se propôs como objetivo reforçar o capitalismo e estabelecer o domínio daqueles países sobre as outras nações. Esses países adotam formas imperialistas e anti-democráticas nos negócios internacionais, com o apoio ativo, em muitos países europeus, de líderes socialistas bastante conhecidos.
A política da União Soviética repousa em princípios diametralmente opostos, os do respeito à soberania dos Estados, grandes e pequenos, e da não-intervenção nos assuntos internos dos demais países.
Tomemos, por exemplo, a questão alemã.
Se a América e a Grã-Bretanha se ativessem, ainda depois da guerra, a princípios, — tais como, por exemplo, os princípios democráticos das conferencias de Yalta e Potsdam a respeito da questão alemã, que possibilitaram a cooperação fecunda dos grandes aliados contra a Alemanha hitlerista e também para a eliminação das sobrevivências do fascismo — a cooperação entre a União Soviética, os Estados Unidos e a Grã Bretanha produziria nesse caso, ainda hoje, bons resultados.
Mas os Estados Unidos e a Grã-bretanha afastaram-se daqueles princípios democráticos e violaram as decisões tomadas em comum. Isso ocorreu em questões tão fundamentais como a democratização e desmilitarização da Alemanha, e o pagamento de reparações aos países que sofreram a ocupação alemã.
Em conseqüência da política anglo-americana de após-guerra, as zonas de ocupação britânica e americana da Alemanha fundiram-se num território bizonal, administrado em comum — que a imprensa se habituou a chamar de "bizonia" — a fim de seguir ali a política anglo-americana unilateralmente, e independentemente do Conselho de Controle, onde estão representadas as quatro potências ocupantes. Praticamente, nossos representantes na Alemanha, ocupam-se hoje apenas da zona soviética.
Criou-se uma situação tal, que só pode causar mal estar entre o próprio povo alemão, uma vez que, graças à política anglo-americana, existe uma "bizonia" e outras zonas, mas não existe a Alemanha, como Estado alemão unificado.
A União Soviética considera que as decisões das conferências de Yalta e de Potsdam sobre a questão alemã, que previam o restabelecimento da Alemanha como Estado democrático e unificado, devem ser aplicadas. Compreende-se perfeitamente na União Soviética que a "bizonia" não é a Alemanha e que o povo alemão tem direito a seu próprio Estado, o qual deve ser, é claro, democrático, e não criar o perigo de uma nova agressão contra os outros Estados, os Estados pacíficos.
Existe hoje um plano anglo-americano que visa abrandar a população da zona anglo-americana da Alemanha lançando-lhe alguns alimentos, apoiar-se sobre os antigos capitalistas alemães — que ainda muito recentemente apoiavam Hitler — e a utilizá-los, juntamente com a "bizonia" e a região industrial do Ruhr, como ameaça contra os países que não dão mostras de submissão de escravos aos planos anglo-americanos de dominação da Europa. Mas esses planos aventureiros em relação à Alemanha não podem trazer nada de bom e serão certamente rejeitados pela Europa democrática.
O exemplo da Alemanha mostra como os atuais princípios da Grã-Bretanha e dos Estados Unidos divergem dos da União Soviética, pois enquanto os atuais princípios anglo-americanos estão imbuídos de um imperialismo sem máscaras, a URSS se atém firmemente aos princípios da democracia.
A União Soviética, como os demais países democráticos, defende a causa da paz e da cooperação internacional, sobre uma base democrática . Nas condições atuais, isso exige a união de todas as forças do campo antiimperialista e democrático na Europa e fora da Europa, a fim de opor uma barreira instransponível ao imperialismo, que se tornou mais virulento, uma barreira contra sua nova política de agressão. A união das forças democráticas e a luta audaz contra o imperialismo e seus novos planos de aventuras guerreiras soldarão os povos num poderoso exército, que o imperialismo não poderá esmagar, pois ele nega os direitos democráticos dos povos, calca sob os pés a soberania das nações e baseia seus planos sobre a ameaça e as aventuras.
A inquietação e o alarma aumentam entre as fileiras imperialistas, pois cada um percebe que o solo lhes treme sob seus pés, enquanto as forças da democracia e do socialismo se tornam mais vigorosas a cada dia que passa.
O que pode oferecer aos povos a política imperialista? Nada mais que uma opressão sempre maior, o restabelecimento dos vestígios do fascismo execrado e novas aventuras imperialistas.
É preciso abrir os olhos dos povos para tudo isso e unir as forças democráticas e antiimperialistas, a fim de resistir a todos os planos, quaisquer que sejam, de escravização econômica dos povos e levar ao fracasso todas as novas aventuras partidas do imperialismo.
A experiência histórica da União Soviética confirmou o pensamento de Lenin, segundo o qual um povo que tomou o poder nas mãos, é invencível:
"Jamais se conseguirá dominar um povo cujos operários e camponeses, em sua maioria, sabem, sentem e vêem que defendem seu próprio poder soviético, o poder dos trabalhadores, que defendem uma causa cuja vitória lhes assegurará, assim como a seus filhos, os meios de usufruir todos os benefícios da cultura e de tudo aquilo criado pelo trabalho dos homens".
A tarefa que hoje se impõe é a de unir todas as forças antiimperialistas e democráticos dos povos num único e poderoso campo, firmado na comunhão dos interesses vitais, de uni-las contra o campo imperialista e antidemocrático e sua política de escravização dos povos e de novas aventuras.
Ao mesmo tempo, uma visão sadia das coisas mostrará que, atualmente, novas aventuras imperialistas constituem um jogo perigoso para o destino do capitalismo. Certos ministros e senadores podem não compreendê-lo, mas se o campo antiimperialista e democrático une suas forças e sabe tirar proveito de todas as suas possibilidades, isso obrigará os imperialistas a se mostrarem mais sensatos e a se conduzirem com mais calma. Pode-se presumir que o capitalismo não tem nenhum interesse em apresentar sua própria queda.
Ao entrarmos no trigésimo primeiro ano da Grande Revolução Socialista de outubro, é com satisfação que contemplamos o caminho percorrido e é com confiança que encaramos o porvir.
As vitórias do Estado soviético são, com efeito, consideráveis. O socialismo penetrou profundamente em toda a nossa vida. Durante o período soviético, uma nova geração cresceu e começa a estender suas asas de águia.
É preciso reconhecer que a maior realização de nossa Revolução foi o novo aspecto moral, o avanço ideológico de nosso povo no sentido de um povo de patriotas soviéticos. Isso é uma realidade para todos os povos soviéticos, para os habitantes da cidade e do campo, para os trabalhadores manuais e intelectuais. Foi essa, de fato, a obra suprema da Revolução de outubro, obra de uma importância histórica mundial.
O Povo soviético não é hoje o mesmo de há trinta anos.
A fisionomia moral do povo soviético caracteriza-se hoje, antes de mais nada, por uma atitude consciente diante de seu trabalho, cuja importância social ele conhece e que considera como um dever sagrado em relação ao Estado soviético. Atualmente, existem stakanovistas, homens e mulheres, em cada usina.
A emulação socialista anima todos os colcozes. Todos participam dela, operários e operárias, colcozianos e colcozianas, empregados, engenheiros, técnicos, artistas e sábios.
A amplitude e o conteúdo da emulação atestam o grau de atitude comunista do povo soviético em relação ao trabalho. Sendo essa emulação efetivo em todos os países, constitui a mais importante alavanca para o crescimento da produtividade do trabalho.
Um novo movimento adquiriu grande extensão: os operários pretendem pessoal e individualmente, terminar seu programa anual e seu plano de cinco anos, antes da data prevista, o que não se fez antes da guerra. Tal movimento desenvolve-se vitoriosamente em Moscou, Leningrado, no Donbass e em todo o resto do país, testemunhando assim a consciência socialista dos trabalhadores e das trabalhadoras. Mas isso é apenas um dos inúmeros e importantes meios de aumentar a produtividade do trabalho em nosso país.
Este ano, o plano de entrega dos cereais estará concluído antes da data fixada. O Estado receberá em grosso a mesma quantidade de cereais que nos melhores anos de antes da guerra, embora a superfície semeada e o instrumental, técnico sejam ainda mais débeis que antes da guerra. Tais êxitos se devem à emulação socialista, que se ampliou de uma república à outra, de um território ao outro, de região a região e mais particularmente, à participação ativa, na emulação, do conjunto das massas trabalhadoras dos colcozes, com os inúmeros milhões de colcozianos e colcozianas.
Foi uma fase dura a do primeiro período da guerra, até que pudéssemos reorganizar todo o nosso trabalho e adaptá-lo às novas condições. A dedicação dos operários na retaguarda, e o heroísmo de nosso exército na frente, sem precedentes na história do mundo, foram a expressão do elevado patriotismo soviético, e a ele devemos nossa vitória sobre o inimigo. O florescimento atual do patriotismo soviético é a expressão profunda no nível ideológico e do atual desenvolvimento moral de nosso povo soviético.
Seria difícil negar que as sobrevivências do capitalismo no espírito dos homens são muito tenazes. Eis porque o Partido lembra constantemente ao povo soviético a necessidade de desenvolver amplamente a crítica e a auto-crítica, no sentido de eliminar esses perniciosos vestígios do passado.
Por outro lado, não se pode negar que possuímos hoje enormes possibilidades de lutar com sucesso pela eliminação daquelas sobrevivências.
O nível cultural de nosso povo elevou-se, sob todos os aspectos. O número de alunos e de estudantes, de livros publicados, a atividade educadora entre às massas, já atingiram, de há muito, proporções não igualadas por nenhum outro país. Nossos intelectuais, trabalhadores do domínio da cultura, sábios e artistas, estão penetrados do patriotismo soviético como jamais até agora. E é significativo que no presente a melhor produção literária seja devida a escritores conscientes de sua ligação ideológica indestrutível com o comunismo.
Em nosso país, o comunismo inspira um trabalho entusiasta, uma luta heróica pela pátria e um esforço criador impregnado das mais elevadas idéias.
Os escribas da burguesia no estrangeiro profetizavam, durante a guerra, que assim que os cidadãos soviéticos, no curso de suas campanhas militares, se familiarizassem com a ordem e a cultura do Ocidente, assim que tivessem visitado as numerosas cidades e capitais da Europa, retornariam a seu país com o desejo de lá estabelecer uma ordem análoga. Que aconteceu porém? De volta à casa, os soldados e oficiais desmobilizados puseram-se, com ardor ainda maior, a reforçar seus colcozes, a desenvolver a emulação socialista nas fábricas e usinas; ocuparam seu lugar nas primeiras fileiras dos patriotas soviéticos.
No entanto, ainda não nos desembaraçamos inteiramente da admiração beatífica pelo Ocidente, pela cultura capitalista. Não foi por acaso que as classes dirigentes da antiga Rússia estiveram muitos vezes em estado de profunda dependência espiritual em relação aos Estados europeus, mais desenvolvidos como Estados capitalistas. Era possível, por isso, cultivar entre alguns elementos da antigo "inteligência" um espírito vassalo de inferioridade e de dependência espiritual em relação aos países burgueses da Europa. Quem quer que não se tenha desembaraçado dessas vergonhosas sobrevivências, não pode ser um verdadeiro cidadão soviético.
Eis porque nosso povo soviético está animado da intenção firme de eliminar completamente, e o mais rapidamente possível, essas sobrevivências do passado, de criticar impiedosamente toda manifestação de admiração beatífica pelo Ocidente e por sua cultura capitalista.
Lembrai-vos das palavras históricas de Stálin com respeito ao cidadão soviético:
"O mais humilde cidadão soviético, libertado das cadeias do capital, deixa atrás não importa que dignitário estrangeiro altamente colocado, que suporta o jugo da escravidão capitalista".
Quanto melhor compreender o povo soviético este apelo de Stálin à consciência e à honra do cidadão soviético, tanto mais depressa avançaremos em direção ao nosso grande objetivo.
Como um soí deslumbrante, as idéias do marxismo-leninismo iluminaram nossa rota, ao longo desses trinta anos. Nossa marcha para diante fundava-se na estratégia e na tática de Lenin e de Stálin. Nossa rota não foi fácil. O inimigo trabalhou por fora e por dentro. Mesmo no interior do Partido bolchevique, tinha o inimigo seus agentes na pessoa de trotsquistas, direitistas e outros traidores e pérfidos.
O Partido bolchevique, fundado por Lenin e Stálin, saiu fortalecido de todas essas provas; ele expurgou suas fileiras e soldou-se numa força poderosa, a encarnação suprema da unidade moral e política de nosso povo, o qual marcha confiante para a sociedade comunista. Atualmente, o Partido bolchevique, conduzido pelo grande Stálin, indica o caminho que conduz à paz universal e à libertação das guerras sangrentas, à abolição da escravidão capitalista e ao grande progresso dos povos e de toda a humanidade.
A experiência demonstrou que o movimento comunista, hoje, em dia, cresceu e se reforçou a tais proporções, em inúmeros países, que já não pode daqui por diante, ser dirigido por um único centro. Nós encaramos tal fato como um dos sucessos decisivos do comunismo. Ao mesmo tempo, a experiência demonstrou que os partidos comunistas, e em especial os mais fortes dos partidos comunistas da Europa, devem possuir um órgão comum através do qual possam efetuar constantes trocas de pontos de vista e, quando necessário, coordenar sua atividade por um acordo recíproco. Desse modo, o crescimento posterior do movimento comunista, como sua influência sobre as massas, serão fortalecidas.
O Partido bolchevique saúda essas medidas oportunas dos partidos comunistas e lhes deseja completo êxito.
Há trinta anos o Partido bolchevique não passava de uma pequena parcela deste povo. Mas o partido de Lenin e Stálin soube definir, então, as necessidades históricas do país, com uma precisão científica, encontrando assim um poderoso apoio entre as massas do povo, e este, conduzido por nosso Partido, alcançou uma vitória revolucionária.
Hoje, qualquer um pode ver os frutos dessa vitória do socialismo e sua grande repercussão internacional.
Hoje, as forças unidas da democracia e do socialismo, na Europa e fora da Europa, são, juntas, incomparavelmente mais poderosas que o campo adversário, antidemocrático, do imperialismo.
O capitalismo tornou-se um freio ao progresso humano e a política aventureira seguida pelo imperialismo, que já acarretou duas guerras mundiais, constitui o maior perigo para os povos pacíficos.
A Grande Revolução Socialista de Outubro abriu os olhos aos povos, sobre o fato de que a era do capitalismo chega a seu fim e de que rotas seguras foram abertas à paz universal e ao grande progresso das nações. Os esforços febris dos imperialistas, sob os quais se rompe o solo, não salvarão o capitalismo de sua próxima condenação.
Vivemos numa época em que todos os caminhos conduzem ao comunismo.
O grande Lenin lançou as bases do Estado soviético e conduziu nosso povo no caminho do socialismo, que pôs fim à milenar exploração do homem pelo homem. O caminho de Lenin conduziu à liberdade e a felicidade dos povos, à liberdade e à felicidade de todo o mundo.
O grande Stálin conduziu e continua a conduzir nosso povo no caminho glorioso do comunismo. Cercado do respeito sem limites e do amor dos povos, o nome de Stálin é o símbolo da grandeza da União Soviética vitoriosa e um apelo à luta para o futuro feliz da humanidade.
Camaradas, os bolcheviques sempre estiveram e sempre estarão na vanguarda de nossa nação!
O povo soviético marcha nas primeiras fileiras da humanidade progressista, cheio de fé nos elevados objetivos da Revolução de Outubro.
Viva o 30.° aniversário da Grande Revolução Socialista de Outubro!
Sob a bandeira de Lenin e sob a direção de Stálin, avante pelo triunfo do comunismo!
Notas de Rodapé:
(1) Nota da redação: O "Jornal de Debates" desta capital reproduziu esta declaração em inglês, afirmando que foi escrita por Truman. (retornar ao texto)
"O caráter definitivo do comunismo não está na abolição da propriedade em geral mas na abolição da propriedade burguesa."
Do Manifesto Comunista.
Inclusão | 30/10/2007 |