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Primeira Edição: Em Marcha, 10 de Novembro de 1982
Fonte: Francisco Martins Rodrigues — Escritos de uma vida
Transcrição: Ana Barradas
HTML: Fernando Araújo.
Direitos de Reprodução: licenciado sob uma Licença Creative Commons.
Mais um plano para salvar o pais da catástrofe é-nos oferecido pelo dr. José Carlos de Vasconcelos no seu “Jornal”. À parte o inconfundível estilo gasto e ensebado dos nossos democratas quando se metem a puxar ao sentimento do pagode ("tudo se vai perdendo, até a esperança", "quem está a perder é Portugal”, “é tempo de dizer basta" e por aí fora), há que reconhecer que o plano, em si, não é mau. E senão vejamos:
Só que, neste plano tão aliciante, haveria de certeza uma quinta etapa, extra, que o sr. J. C. Vasconcelos se esqueceu de mencionar. Quando os varredores pusessem em dúvida a justeza dos empreendedores ganharem cinquenta salários mínimos mais ajudas de custo e reclamassem uma partilha mais equitativa dos sacrifícios, a polícia patriótica e democrática não deixaria de lhes malhar nas costas para os meter na ordem. E aí estragava-se outra vez a Esperança e o Consenso e tudo voltava ao princípio.
O que o sr. J. C. Vasconcelos quer dizer na sua é: "Rapazes, vamos lá tirar as castanhas do lume para o nosso general Eanes".
Não pode ser nada, amigo. Já que vamos ter que queimar os dedos na luta para deitar abaixo a AD, ao menos vamos ver se comemos nós as castanhas.
Observação: Tiro ao Alvo - Coluna de FMR no jornal Em Marcha
Inclusão | 02/12/2018 |