MIA > Stálin > Imprensa Proletária > Revista Problemas nº 32 > Novidades
Passemos agora à questão de saber como essas divergências se manifestaram no trabalho prático.
Pois bem, na realidade, como se manifestava a nossa oposição em seu trabalho prático, na sua luta contra o Partido?
Sabe-se que a oposição desenvolvia uma intensa atividade não somente no nosso Partido mas também em outras secções da Internacional Comunista, por exemplo: na Alemanha, na França, etc. Por isso é necessário colocar a questão da seguinte maneira: na realidade, como se manifestava o trabalho prático da oposição e de seus adeptos tanto no PC (b) da URSS como nas demais secções da Internacional Comunista?
A oposição iniciou o seu "trabalho" pela apresentação de gravíssimas acusações contra o Partido. A oposição declarou que o Partido "escorrega pelo plano inclinado do oportunismo". A oposição afirmou que a política do Partido "é contrária à linha de classe da revolução". A oposição afirmou que o Partido degenera e marcha para o Thermidor. A oposição afirmou que o nosso Estado "está longe de ser um Estado proletário". Tudo isso foi dito ou em declarações francas e discursos dos representantes da oposição (pleno de julho do CC e da Comissão Central de Controle de 1926) ou em documentos ilegais da oposição difundidos pelos seus partidários.
Mas, ao apresentar estas graves acusações contra o Partido, a oposição criava condições por isso mesmo para a organização, dentro do Partido, de novas células paralelas, para a organização de um novo centro paralelo do Partido, para a criação de um novo Partido.
O sr. Ossovski, um dos adeptos da oposição, declarou claramente em seus artigos que o Partido existente, o nosso Partido, defende os interesses dos capitalistas, e que em vista disso torna-se necessário organizar um novo Partido, "um Partido realmente proletário" que existiria e desenvolveria as suas atividades ao lado do Partido existente.
A oposição tem a liberdade de afirmar que não responde pela posição assumida pelo sr. Ossovski. Mas isto não é verdade. Ela responde integral e completamente pelas "proezas" do sr. Ossovski. É sabido que Ossovski se incluiu abertamente no número dos partidários da oposição e contra isso a oposição nunca fez a menor tentativa de protesto. Sabe-se, também, que Trotski defendeu Ossovski no pleno de julho do CC contra o camarada Molotov. Sabe-se, finalmente, que, apesar da opinião unânime do Partido contra Ossovski, a oposição votou, no CC, contra a exclusão de Ossovski do Partido. Tudo isso confirma o fato de que a oposição assumia a responsabilidade moral pelas "proezas" do sr. Ossovski.
Conclusão: o trabalho prático da oposição no PC (b) da URSS se manifestou na posição assumida pelo sr. Ossovski, na sua posição de defesa da necessidade da formação de um novo Partido em nosso país, paralelo ao PC (b) da URSS e contra ele.
Sim, e não poderia ser de outro modo. Porque das duas uma:
Ou a oposição, ao apresentar estas graves acusações contra o Partido, era a primeira a não acreditar na seriedade destas acusações e as apresentava apenas a título de exibição e nesse caso induzia a classe operária a erro, o que é um crime; ou a oposição acreditava e continua a acreditar na seriedade de suas acusações e então devia se orientar e realmente se orientava no sentido da derrota dos quadros dirigentes do Partido e da formação de um novo Partido.
Eis qual era a fisionomia de nossa oposição no seu trabalho prático contra o PC (b) da URSS em outubro de 1926.
Partindo das acusações contra o Partido apresentadas pela nossa oposição, os "ultra-esquerdistas" da Alemanha, chefiados pelo sr. Korsch, chegaram às suas "próprias;" conclusões e colocaram os pontos nos ii. Sabe-se que Korsch, ideólogo dos "ultra-esquerdistas" na Alemanha, afirma que a nossa indústria socialista é "uma indústria puramente capitalista". Sabe-se que Korsch, chama o nosso Partido de Partido "kulakizado" e a Internacional Comunista de Organização "oportunista". Sabe-se, ainda, que Korsch, prega, em vista disso, a necessidade de uma "nova revolução" contra o poder existente na URSS.
A oposição pode dizer que ela não responde pela posição assumida pelo sr. Korsch. Mas isto não é verdade. A oposição responde integral e completamente pelas "proezas" do sr. Korsch. O que o sr. Korsch afirma é a conclusão natural das premissas que os lideres de nossa oposição estabeleceram para os seus partidários, sob a forma das conhecidas acusações contra o Partido. Porque se o Partido escorrega pelo plano inclinado do oportunismo, se a sua política se divorcia da linha de classes da revolução, se ele degenera e marcha para o Thermidor e se o nosso Estado "está longe de ser um Estado proletário", então só se pode chegar a uma conclusão — uma nova revolução contra o poder "kulakizado". Sabe-se, além disso, que os "ultra-esquerdistas" da Alemanha, os Wedding(27) inclusive, votaram contra a exclusão de Korsch do Partido, assumindo com esse ato a responsabilidade moral pela propaganda contra-revolucionária de Korsch. Pois bem, e quem desconhece que os "ultra-esquerdistas" defendem a oposição no PC (b) da URSS?
O mesmo se pode dizer dos adeptos da oposição na França. Refiro-me a Souvarine e seu grupo que editam uma conhecida revista na França. Partindo das premissas estabelecidas pela nossa oposição nas suas acusações contra o Partido. Souvarine chega à conclusão de que a burocracia do Partido, isto é, os dirigentes de nosso Partido, constituem os piores inimigos da revolução. Souvarine afirma que só há um meio de "salvação": uma nova revolução contra os dirigentes superiores do Partido e do governo, uma nova revolução, em primeiro lugar, contra o Secretariado do CC do PC (b) da URSS. Ali, na Alemanha, uma "nova revolução" contra o poder existente na URSS. Aqui, na França, uma "nova revolução" contra o Secretariado do C.C.. Pois bem, e como organizar esta nova revolução:? Pode-se organizá-la sem um Partido particular, adaptado aos objetivos da nova revolução? Não, sem dúvida. Daí a questão da criação de um novo Partido.
A oposição pode dizer que não responde pelo que o sr. Souvarine escreve. Mas isto não é verdade. Em primeiro lugar, sabe-se que Souvarine e seu grupo são partidários da oposição e particularmente de sua fração trotskista. Em segundo lugar, sabe-se que ainda muito recentemente a oposição projetava colocar o sr. Souvarine na redação do órgão central do Partido Comunista da França. É verdade que esse projeto fracassou. Mas não foi por culpa sua, mas por infelicidade da nossa oposição.
Conclui-se. por conseguinte, que a oposição, no seu trabalho prático, se a considerarmos não sob o aspecto em que ela se apresenta a si mesma, mas sob o aspecto em que ela se manifesta no curso do seu trabalho entre nós, na URSS, assim como na Franca e na Alemanha, — conclui-se, afirmo eu, que a oposição se aproximou bastante, no seu trabalho prático, da questão da destruição dos quadros atuais de nosso Partido e da formação de um novo Partido.
Por que os social-democratas e os kadetes(28) louvam a oposição? Ou melhor — a oposição reflete o estado de espírito de quem?
Talvez tenhais prestado atenção ao fato de que a chamada "questão russa se tornou, ultimamente, a questão mais momentosa da imprensa social-democrata e burguesa do Ocidente. Será por mera casualidade? Sem dúvida que não é por mera casualidade. O progresso do socialismo na URSS e o desenvolvimento do movimento comunista no Ocidente não podem deixar de provocar um grande alarme nas fileiras da burguesia e dos seus agentes na classe operária — os líderes social-democratas. O divisor de águas entre a revolução e a contra-revolução passa atualmente pelo caminho de um ódio feroz de uns e da sincera amizade de outros em relação ao Partido proletário na URSS. A mais grandiosa significação internacional da "questão russa" está atualmente no fato de que os inimigos do comunismo não podem deixar de levá-la em conta.
Formaram-se duas frentes em torno da "questão russa": a frente dos inimigos da República dos Soviets e a frente dos seus amigos abnegados. O que desejam os adversários da República dos Soviets?
Esforçam-se no sentido de criar as bases ideológicas e morais entre as amplas massas da população para a luta contra a ditadura proletária. O que desejam os amigos da República dos Soviets? Esforçam-se no sentido de criar as bases ideológicas e morais entre as amplas camadas do proletariado para o apoio e a defesa da República dos Soviets. Vejamos, agora, porque os social-democratas e os kadetes entre os emigrados da burguesia russa elogiam a nossa oposição.
Eis o que afirma, por exemplo, Paul Lewy, conhecido líder social-democrata da Alemanha:
"Éramos de opinião que os interesses particulares do proletariado afinal de contas, os interesses do socialismo, acham-se em contradição com a existência da propriedade camponesa e que a identidade de interesses entre os operários e camponeses é apenas aparente e que o desenvolvimento posterior da revolução russa aguçará e tornará mais nítida esta contradição. Consideramos a idéia da comunidade de interesses um novo aspecto da idéia da coalizão. Se o marxismo em geral possui uma sombra que seja de base, se a história se desenvolve dialeticamente, então esta contradição deveria destruir a idéia de coalizão da mesma forma como foi destruída na Alemanha... Para nós que examinamos os acontecimentos que se processam na URSS à distância, da Europa Ocidental, uma coisa é clara: os nossos pontos de vista coincidem com os pontos de vista da oposição... Acha-se presente o fato de que novamente se inicia, na Rússia, um movimento independente, anti-capitalista, sob o signo da luta de classes" ("Leipsiger Volkszeitung", 30 de julho de 1926).
Que aqui, neste trecho, há confusão quanto à questão da "identidade" de interesses entre os operários e camponeses — é evidente.
Mas que Paul Lewy louva a nossa oposição pela sua luta contra a idéia de um bloco de operários e camponeses, contra a idéia da aliança entre os operários e os camponeses, — isto também não admite qualquer dúvida.
Eis o que afirma a respeito da nossa oposição o famigerado Dan, líder da social-democracia "russa", líder dos mencheviques "russos" que luta pela restauração do capitalismo na URSS:
"Com a sua crítica ao regime existente e que repete, quase literalmente, a crítica da social-democracia, a oposição bolchevique prepara os espíritos... para a aprovação da plataforma efetiva da social-democracia".
E mais adiante:
"A oposição progride não apenas entre as massas operárias mas também entre os operários comunistas há embriões de idéias e estados de espírito que, com um tratamento hábil, poderão facilmente dar frutos social-democratas" ("O Mensageiro Socialista" nºs: 17-18).
Não pode haver maior clareza.
E eis o que a respeito de nossa oposição escreve o órgão central do Partido contra-revolucionário burguês de Miliukov, Notícias".(29):
"Hoje a oposição mina a ditadura, cada nova edição da oposição contém um número maior de palavras "ameaçadoras", a própria oposição evolui no sentido de desfechar ataques cada mais rudes contra o sistema dominante e isto por enquanto basta para que acolhamos agradecidos como alto-falante para as amplas camadas da população politicamente insatisfeita" ("últimas Notícias" n.° 1990).
E a seguir:
"O mais temível inimigo do poder Soviético é atualmente o que se aproxima dele imperceptivelmente, prende-o por todos lados com os seus tentáculos e o liquida antes que perceba que está liquidado. É justamente esse papel, inevitável e necessário na etapa preparatória da qual ainda não saímos, que a oposição soviética representa" (Últimas Notícias" n.° 1983, 27 de agosto deste ano).
Penso que são supérfluos quaisquer comentários a respeito.
Limito-me apenas a estas citações em vista da exigüidade do tempo ao meu dispor, embora se possa fazer dezenas e centenas de citações idênticas.
Eis porque os social-democratas e os kadetes louvam a nossa oposição.
Será por mera casualidade? Não, é.
Vê-se por aí que a oposição não reflete o estado de espírito do proletariado de nosso país, mas o estado de espírito dos elementos proletários que se acham descontentes com ditadura do proletariado, que se enfurecem contra a ditadura do proletariado e aguardam, com impaciência, a sua decomposição e a sua queda.
Dessa forma a lógica da luta fracionista de nossa oposição conduziu, na realidade, ao fato que a frente de nossa oposição se fundiu objetivamente com a frente dos adversários e inimigos da ditadura do proletariado.
Era esse o desejo da oposição? Talvez não fosse esse o seu desejo. Mas aqui a questão não depende do que deseja a oposição mas a que objetivamente conduz a sua luta fracionista. A lógica da luta fracionista é mais forte do que os desejos destas ou daquelas pessoas. E é precisamente por isso que a questão se processou de tal forma que a frente da oposição se fundiu na realidade com a frente dos adversários e dos inimigos da ditadura do proletariado.
Lênin nos ensinou que a defesa e o fortalecimento do proletariado constitui o principal dever dos comunistas. Mas se processou de tal forma que a oposição se encontrou, em virtude da sua política fracionista, no campo dos adversários da ditadura proletariado.
Eis porque afirmamos que a oposição rompeu com o leninismo não apenas em teoria mas também na prática.
E não poderia acontecer de maneira diferente. A correlação de forças na frente de luta entre o capitalismo e o socialismo é tal que nas fileiras da classe operária só é possível uma das duas políticas: ou a política do comunismo, ou a política do social-democratismo. A tentativa da oposição no sentido de ocupar uma terceira posição quando se verifica o aguçamento da luta contra o PC (b) da URSS deveria terminar inevitavelmente com o fato de que a oposição foi lançada, pela marcha da luta fracionista, no campo dos adversários do leninismo.
Foi justamente o que aconteceu, como o demonstram os fatos citados.
Eis porque os social-democratas e os kadetes elogiam a oposição.
Afirmei acima que a oposição, na sua luta contra o Partido, fez gravíssimas acusações ao Partido. Afirmei que a oposição no seu trabalho prático chegou a encarar a questão da cisão e da formação de um novo Partido. Daí a pergunta — por quanto tempo a oposição conseguiu manter-se nessa posição divisionista? Os fatos demonstram que ela conseguiu se manter nesta posição por alguns meses ao todo. Os fatos demonstram que em princípios de outubro deste ano a oposição foi obrigada a reconhecer a sua derrota e recuar.
O que provocou o recuo da oposição?
Penso que o recuo da oposição se verificou em conseqüência das seguintes causas:
Em primeiro lugar, pelo fato de que a oposição não conseguiu reunir um exército político na URSS. Pode muito bem ser que a organização de um novo Partido seja uma tarefa agradável. Mas se depois de uma discussão se verifica que não há elementos com que se organizar um novo Partido, então se torna claro que o recuo é única saída.
Em segundo lugar, pelo fato de que no curso da luta fracionista toda sorte de elementos desclassificados se juntaram à oposição, tanto entre nós, na URSS, como no estrangeiro e os social-democratas e os kadetes puseram-se a elogiá-la sem reservas, emporcalhando-a e envergonhando-a aos olhos dos operários com as suas demonstrações de carinho. A oposição teve de escolher: ou aceitar esses elogios e demonstrações de carinho dos inimigos como tributo a que tem direito, ou empreender uma viragem brusca no sentido do recuo para que automaticamente se afastassem da oposição os elementos desclassificados que haviam se juntado à mesma. Recuando, e ao recuar condenando os elementos que a comprometiam e se afastando deles, a oposição reconhecia que a segunda saída era para ela a única saída aceitável.
Em terceiro lugar, pela circunstância de que a situação da URSS era melhor do que a oposição supunha e se constatou que as massas do Partido eram mais conscientes e estavam mais unidas do que pareceu à oposição no início da luta. É verdade que se o país atravessasse uma fase de crise, se o descontentamento dos operários crescesse e se o Partido estivesse menos unido — a oposição enveredaria, então por outro caminho e não se decidiria pelo recuo. Mas os fatos demonstraram que os cálculos da oposição fracassaram também neste setor.
Daí a derrota da oposição.
Daí o seu recuo.
A derrota da oposição passou por três etapas.
Primeira etapa — a "declaração" da oposição de 16 de outubro de 1926. A oposição renunciou, neste documento, à teoria e à prática da liberdade de frações e dos métodos fracionista de luta, após haver confessado franca e inequivocamente os seus erros nesse sentido. Mas isso só não constituiu toda a renúncia da oposição. Uma vez que ela, na sua "declaração", se afastava da "oposição operária" e de toda espécie de Korsch e Souvarine, a oposição renunciava também ao mesmo tempo às suas posições ideológicas que até há pouco a aproximavam destas tendências.
Segunda etapa — refutação, de fato, das acusações que a oposição levantara recentemente contra o Partido. É preciso reconhecer e, ao reconhecê-lo é preciso frisar, que a oposição não se decidiu a repetir as suas acusações contra o Partido por ocasião da XV Conferência do PC (b) da URSS. Se compararmos as atas relativas ao pleno de julho do CC e da CC C. com as atas da XV Conferência do PC (b) da URSS, então não se poderá deixar de notar que na XV Conferência não houve nem sinal das velhas acusações de oportunismo, de termidorismo, de afastamento da linha de classe da revolução, etc. Se, além disso, se levar em consideração a circunstância de que toda uma série de delegados se dirigiu à oposição indagando-lhe sobre as suas velhas acusações e a oposição se manteve a respeito obstinadamente calada, então não se pode deixar de reconhecer que a oposição de fato renunciara às suas velhas acusações contra o Partido.
Pode-se qualificar esta circunstância como um afastamento de fato da oposição de uma série de suas posições ideológicas? Pode-se e deve-se. Trata-se do enrolamento consciente da bandeira de luta da oposição em face de sua derrota. E não poderia ser de outra forma. A oposição apresentara as suas acusações contando com a organização de um novo Partido. Mas uma vez que os seus cálculos fracassaram — também as acusações deveriam ser retiradas pelo menos temporariamente.
Terceira etapa — isolamento completo da oposição na XV Conferência do PC (b) da URSS. Deve-se observar que a oposição, na XV Conferência, não teve nenhum voto e ficou, por isso, inteiramente isolada. Consideremos a gritaria e o estardalhaço levantados pela oposição em fins de setembro deste ano ao encetar uma campanha, uma campanha aberta contra o Partido e comparemos esse barulho todo com o fato de que a oposição se manteve ilhada, como dizem, na XV Conferência, e compreenderemos que seria impossível desejar à oposição uma derrota "melhor".
Pode-se negar o fato de que a oposição retirou as suas acusações contra o Partido e não se decidiu a repeti-las na XV Conferência apesar das exigências dos delegados?
Não, não se pode, porque trata-se de um fato.
Por que então a oposição enveredou por este caminho e por que enrolou a sua bandeira?
Porque o desfraldar da bandeira ideológica da oposição significa, obrigatória e inevitavelmente, a teoria dos dois Partidos, o ressuscitar de todas as espécies de Katsiev, Korsch, Maslov, Souvarine e de outros elementos podres, a liberdade de ação para as forcas anti-proletárias em nosso país, os elogios e os carinhos dos social-democratas e dos burgueses liberais da emigração russa.
A bandeira ideológica da oposição mata a oposição — essa é a questão, camaradas.
É por isso que afim de não apodrecer definitivamente a oposição foi obrigada a recuar e atirar fora a sua bandeira.
Nisto se encontra a base da derrota do bloco oposicionista.
TERMINO, camaradas. Tenho ainda a dizer apenas algumas palavras sobre algumas conclusões do ponto de vista do sentido e da significação das resoluções da XV Conferência do PC (b) da URSS.
A primeira conclusão está em que a conferência fez um balanço da luta interna no Partido após o XIV Congresso, caracterizou a vitória conquistada pelo Partido sobre a oposição e, após haver isolado a oposição, pôs fim à bacanal fracionista que a oposição impusera ao nosso Partido no período precedente.
A segunda conclusão consiste em que a conferência tornou o nosso Partido mais coeso do que nunca, na base da perspectiva socialista de nossa construção, na base da idéia da luta pela vitória da construção socialista, contra todas as tendências oposicionistas em nosso Partido e contra todos os desvios existentes em nosso Partido.
A questão da construção do socialismo em nosso país constitui a questão mais momentosa que se apresenta ao nosso Partido atualmente. Lênin tinha razão ao afirmar que todo o mundo nos observa, observa a nossa edificação econômica e observa os nossos êxitos na frente da edificação. Mas para se conseguir êxitos nesta frente é necessário que o instrumento fundamental da ditadura do proletariado, o nosso Partido, esteja preparado para esta tarefa, que reconheça a importância desta tarefa e que possa servir de alavanca da vitória da construção socialista em nosso país. O sentido e a significação da XV Conferência consistem em que ela deu forma e coroou a tarefa de armar o nosso Partido com a idéia da vitória da construção socialista em nosso país.
A terceira conclusão é a de que a conferência manifestou a sua repulsa decisiva e a todas e a cada uma das vacilações ideológicas existentes em nosso Partido e por isso mesmo facilitou o triunfo completo do leninismo no PC (b) da URSS.
Se o pleno ampliado do Comitê Executivo da Internacional Comunista aprova as resoluções da XV Conferência do PC (b) da URSS e reconhece a justa política de nosso Partido em relação oposição, do que não tenho motivos para duvidar, então chegamos à quarta conclusão, isto é, que a XV Conferência preparou algumas conclusões importantes indispensáveis a que o leninismo triunfasse em toda a Internacional Comunista e nas fileiras do proletariado revolucionário de todos os países e de todos os povos. (Prolongados aplausos. Ovações de todo o pleno).
continua>>>Notas:
(27) Os Weddings constituem um dos grupos "ultra-esquerdistas" no Partido Comunista Alemão; esse grupo pertencia à organização do Partido do distrito Wedding, na parte noroeste do perímetro interno de Berlim. Os dirigentes da "oposição de Wedding" solidarizaram-se com o bloco oposicionista trotskista-zinovievista do PC (b) da URSS. O VII Pleno Ampliado do CE da I.C. condenou categoricamente a "oposição de Wedding", exigiu que esta cessasse completamente a sua atividade fracionista, que rompesse todas as suas relações com os elementos expulsos do Partido Comunista Alemão e com os elementos hostis ao mesmo e que se submetesse incondicionalmente às resoluções do PCA e da Internacional Comunista. (retornar ao texto)
(28) Kadete: membro ou partidário do Partido Constitucional Democrata, partido liberal burguês existente na Rússia antes da Grande Revolução Socialista e que ainda existe na emigração, tendo mudado de nome para Partido da Liberdade Popular. A palavra Kadete vem das iniciais do nome do Partido Constitucional Democrata em russo. (nota da redação) (retornar ao texto)
(29) "Ultimas Noticias", jornal diário, órgão do contra-revolucionário de Miliukov; foi editado de abril de 1920 a julho de 1848, em Paris. (retornar ao texto)
Inclusão | 12/11/2008 |