Resolução Política

Unidade Popular


4. Contradição principal: capital x trabalho


O capitalismo brasileiro se desenvolve aprofundando a contradição existente entre as classes exploradora e explorada, opressores e oprimidos. A classe exploradora é formada pela burguesia brasileira, associada ao imperialismo, notadamente o norte-americano. Exercem seu poder através da propriedade privada dos monopólios e latifúndios, devidamente protegidos pelo Estado. A classe explorada é composta pela maioria do povo, proletários, trabalhadores urbanos e rurais.

A fim de assegurar a máxima produtividade, a produção encontra-se especializada a partir de segmentos que se ocupam de tarefas delimitadas no processo de produção. A divisão do trabalho vai ficando mais complexa à medida que se desenvolve o processo produtivo.

Como afirma Marx em Formações econômicas pré-capitalistas “através da divisão do trabalho desenvolvem-se mais, dentro dos vários ramos, divisões entre os indivíduos que cooperam em espécies definidas de trabalho”. A economia política explica cientificamente que a maior divisão social do trabalho é fruto da maior diversidade de ramos de produção. Assim, o trabalho torna-se, cada vez, mais uma atividade social.

Ocorre que essa divisão social do trabalho em nada altera a natureza privada da apropriação dos seus resultados. Ao mesmo tempo, a acumulação e a concentração, atuando como uma lei sob o modo de produção capitalista, torna a apropriação dos resultados cada vez mais privada; cada vez mais concentrada nas mãos de um punhado de capitalistas bilionários.

Portanto, a contradição fundamental reside no fato de a produção ser cada vez mais social, ao passo que a apropriação é cada vez mais privada. Dito de outro modo: o trabalho encontra-se distribuído e despejado como um fardo sobre as costas de trabalhadores cada vez mais explorados e empobrecidos, enquanto os lucros se concentram cada vez mais nas mãos de uma parcela cada dia menor de bilionários. Daí porque também a classe dos capitalistas e dos trabalhadores são as classes fundamentais da sociedade.

Dados da pesquisa da Oxfam apontam que os 5% mais ricos ficam com a mesma fatia dos outros 95%, confirmando essa tendência. No Brasil, de acordo com o IBGE (dados de 2016), cerca de 890 mil pessoas são consideradas ricas no Brasil, enquanto aproximadamente 45 milhões de brasileiros vivem com um rendimento mensal inferior ao valor de um salário-mínimo, além de cerca de 15 milhões de brasileiros vivendo em situação de pobreza extrema.


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Inclusão: 31/01/2020