"O Movimento de Justiça e Direitos Humanos tem preocupação com a integridade dos seus documentos que testemunham histórias por muito tempo clandestinas e ainda pouco conhecidas. Existe o risco de desaparecimento destes registros sobre a proteção a mais de duas mil vidas contra a perseguição política do Terrorismo de Estado. São histórias com final triste e também muitas com final feliz para quem encontrou refúgio durante os anos de chumbo no Cone Sul das Américas, entre 1964 e 1990, na atuação engajada da rede de solidariedade como forma de resistência articulada pelo Movimento contra as ditaduras. Os governos derrubaram suas próprias soberanias para facilitar a perseguição, tortura, morte e desaparecimento de adversários ideológicos. Os documentos do Movimento permitem compreender claramente a origem da Doutrina da Segurança Nacional que a partir do Brasil criou a Operação Condor para praticar crimes de lesa humanidade. Provam que o Brasil fez a primeira vítima da Operação Condor. É preciso preservar tal acervo documental e detalhar a resistência que se formou. Assim pensa Jair Krischke que nos anos das sombras foi escolhido pelos militantes para ser exposto em nome de todos como o rosto solitário e emblemático do Movimento na resistência aos Estados terroristas. A sua experiência na missão de salvar vidas diz que a melhor forma de proteger estas histórias é divulgá-las. " (da Apresentação)