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Em fins de 1927, começaram a se destacar êxitos decisivos na política da industrialização socialista. A industrialização, dentro das condições da NEP, realizou importantes avanços em pouco tempo. A indústria e a agricultura em conjunto (incluindo a exploração floresta e a pesca), não só alcançaram o nível de produção global de antes da guerra, senão que o ultrapassaram. O peso específico da indústria dentro da Economia nacional aumentou até 42 por cento, alcançando o nível proporcional de antes da guerra.
O setor socialista da indtistria crescia rapidamente às expensas do setor privado, aumentando de 81 por cento em 1924-1925, até 86 por cento em 1926-1927, ao mesmo tempo que o peso específico do setor privado decrescia, durante este período, de 19 a 14 por cento.
Isto significava que a industrialização na U.R.S.S. tinha um caráter socialista que se ia acentuando rapidamente, que a indústria da U.R.S.S. se desenvolvia pela via do triunfo do sistema socialista de produção, que no terreno da indústria o problema de "Quem vencerá?" estava já resolvido a favor do socialismo.
Com a mesma rapidez os comerciantes privados iam sendo desalojados do comércio; sua participação no comércio retalhista decresceu de 42 por cento, em 1924-1925, a 32 por cento em 1926-1927, e nao falemos no comércio atacadista, onde a participação dos particulares desceu, nesse mesmo período, de 9 a 5 por cento.
Era porém mais rápido ainda o ritmo com que se desenvolvia a grande indústria socialista, que em 1927, isto é, no primeiro ano depois do período de restauração da Economia, viu aumentar sua produção de 18 por cento, em comparação com a do ano precedente. Era este um recorde de desenvolvimento da produção, inexequível até para a grande indústria dos países capitalistas mais adiantados.
A agricultura, principalmente a cultura de cereais, apresentava, ao contrário, um quadro muito diverso. Ainda que, em conjunto, a agricultura houvesse ultrapassado o nível de antes da guerra, a produção global de seu ramo mais importante, o de cultivo de cereais, só produzia 91 por cento do nível de antes da guerra, e a parte mercantil da produção de cereais, a parte que se destinava a ser vendida para o aprovisionamento das cidades representava apenas 37 por cento do nível de antes da guerra; além disso todos os indícios anunciavam o perigo de que a produção de trigo para o mercado continuaria decrescendo.
Isto significava que a divisão das grandes fazendas produtoras de mercadorias no campo em pequenas explorações e destas em outras ainda menores, processo que começou em 1918, prosseguia sempre, que as pequenas e diminutas explorações camponesas se convertiam em economias de tipo scminatural, capazes de produzir somente uma quantidade mínima de trigo para o mercado, que o cultivo de cereais em 1927, apesar de ser somente a produção um pouco menor que a de antes da guerra, só deixava margem para vender para as cidades um pouco mais da terça parte da quantidade de trigo que os cultivadores de cereais podiam vender antes da guerra.
Não havia dúvida de que, se não se acabasse com tal estado de coisas no cultivo de cereais, o Exército e as cidades da U.R.S.S. seriam levados a uma situação de fome crônica.
Tratava-se de uma crise do cultivo de cereais, à qual seguiria necessariamente uma crise de pecuária.
Para sair dessa situação, era necessário passar, na agricultura, ao sistema da grande produção, capaz de utilizar os serviços de tratores e máquinas agrícolas e de muiltiplicar o rendimento do cultivo de cereais para o mercado. Duas possibilidades se abriam ante o país: passar à grande produção de tipo capitalista, o que equivalia a arruinar as massas camponesas, romper a aliança entre a classe operária e os camponeses, fortalecer os kulaks e acabar com o socialismo no campo, ou marchar pelo caminho da agrupação das pequenas explorações camponesas em grandes explorações de tipo socialista, em kolkoses, capazes de utilizar tratores e outras máquinas agrícolas modernas para desenvolver rapidamente o cultivo de cereais e sua produção para o mercado.
É evidente que o Partido bolchevique e o Estado Soviético só podiam marchar pelo segundo caminho, pelo caminho kolkosiano de desenvolvimento da agricultura.
Para isso o Partido se baseava nas seguintes indicações de Lenin a respeito da necessidade de passar das pequenas explorações camponesas às grandes explorações agrícolas coletivas, de artel:
a) "Com a pequena exploração não se pode sair da miséria" (Lenin, t. XXIV, pág. 540, ed. russa).
b) "Se continuarmos aferrados rotineiramente às pequenas explorações, ainda que sejamos cidadãos livres sobre a terra livre, nos ameaçará, apesar de tudo, o desmoronamento inevitável" (t. XX, pág. 417, ed. russa).
c) "Se a Economia camponesa tem de continuar desenvolvendo-se, é necessário assegurar também solidamente a sua evolução ulterior, a esta evolução ulterior consistirá, inevitavelmente, em que, unificando-se gradualmente, as pequenas explorações camponesas isoladas, as menos proveitosas e as mais atrasadas, organizem conjuntamente a exploração agrícola coletiva em grande escala" (t. XXVI, pág. 299, ed. russa).
d) "Só mostrando praticamente aos camponeses as vantagens do cultivo agrícola social, em forma de cooperativas cartéis; só auxiliando o camponês, com a ajuda do regime cooperativo, do cartel, poderá a classe operária, que tem em suas mãos o Poder do Estado, demonstrar realmente ao camponês sua justeza, atraindo firmemente para seu lado a massa de milhões e milhões de camponeses" (t. XXIV, pág. 579 ed. russa).
Tal era a situação nas vésperas do XV Congresso do Partido.
O XV Congresso se abriu em 2 de dezembro de 1927. Tomaram parte nele 898 delegados com palavra e voto e 771 com palavra somente, representando 887.233 filiados e 348.957 aspirantes.
Assinalando no seu informe os êxitos da industrialização e o rápido desenvolvimento da indústria socialista, o camarada Stalin apresentava ao Partido esta tarefa:
"Desenvolver e fortalecer nossos postos de comando socialistas em todos os ramos da Economia nacional, tanto na cidade como no campo, com o fim de liquidar os elementos capitalistas na Economia nacional".
Fazendo um paralelo entre a agricultura e a indústria e assinalando o atraso daquela, principalmente no cultivo de cereais, atraso que explicava pelo desmembramento da agricultura, incompatível com aplicaçao da técnica moderna, o camarada Stalin destacava que este estado pouco satisfatório da agricultura representava um perigo para toda a Economia nacional.
"Onde está a solução?" — perguntava o camarada Stalin.
"A solução — respondia — está na passagem das pequenas explorações camponesas espalhadas para as grandes explorações unificadas na base do cultivo em comum da terra, na passagem ao cultivo coletivo da terra na base de uma nova e mais elevada técnica. A solução está em que as pequenas e diminutas explorações camponesas se agrupem paulatina porém infalivelmente, não por meio da coação, mas por meio do exemplo e da persuasão, em grandes explorações, sobre a base do cultivo em comum, do cultivo cooperativo, coletivo da terra, mediante o emprego de maquinaria agrícola e de tratores e a aplicação de métodos científicos destinados a intensificar a agricultura. Não há outra solução".
O XV Congresso tomou a resolução de desenvolver por todos os meios a obra de coletivização da agricultura. Traçou um plano para desenvolver e consolidar uma rede de kolkoses e sovkoses e deu instruções claras e precisas sobre os métodos de luta em prol da coletivização da agricultura.
Ao mesmo tempo, o Congresso traçou a norma de:
"continuar desenvolvendo a ofensiva contra os kulaks e tomar uma série de medidas novas que restrinjam o desenvolvimento do capitalismo no campo e encaminhem a Economia camponesa para o socialismo" (Resoluções do P. C. (b) da U.R.S.S., parte II, pág. 260).
Finalmente, partindo do fortalecimento do princípio da planificação na Economia nacional e visando à organização, segundo um plano, da ofensiva do socialismo contra os elementos capitalistas ern toda a frente da Economia nacional, o Congresso deu aos organismos competentes a norma de estabelecer o primeiro Plano Qüinqüenal da Economia nacional soviética.
Depois de examinar os problemas da edificação do socialismo, o XV Congresso do Partido passou ao problema da liquidação do bloco trotskista-zinovievista.
O Congresso reconheceu que
"a oposição rompeu ideologicamente com o leninismo, degenerou em um grupo menchevique, abraçou o caminho da capitulação ante as forças da burguesia internacional e interior e se converteu, objetivamente, numa arma da terceira força contra o regime da ditadura proletária" ("Resoluções do P. C. (b) da U.R.S.S.", parte II, pág. 232).
O Congresso comprovou que as discrepâncias existentes entre o Partido e a oposição tinham-se agravado, convertendo-se em divergências de caráter programático, e que a oposição trotskista marchava pelo caminho da luta anti-soviética. Por isso o XV Congresso declarou que pertencerá oposição trotskista e propagar suas idéias era incompatível com a permanência dentro das fileiras do Partido bolchevique.
O Congresso referendou a resolução de expulsão do Partido de Trotskv e Zinoviev tomada na reunião conjunta do Comitê Central e da Comissão ("entrai de Controle e resolveu expulsar todos os elementos ativos do bloco trotskista-zinovievista, tais como Radek, Preobrazhenski, Rakovski, Piatakov, Serebriakov, I. Smirnov, Kamenev, Sarkis, Safarov, Lifshitz, Mdivani, Smilga e de todo o grupo dos "centralistas democráticos" (Sapronov, V. Smirnov, Boguslavski, Drokhnis e outros).
Os sequazes do bloco trotskista-zinovievista, derrotados ideologicamente e desmantelados no terreno da organização, perderam os últimos vestígios de sua influência no povo.
Algum tempo depois do XV Congresso, os antileninistas, expulsos do Partido, começaram a formular declarações de ruptura com o trotskismo, implorando sua readmissão. Naturalmente, o Partido não podia saber ainda, naquela época, que Trotsky, Rakovski, Radek, Kretinski, Sokolnikov e outros eram, há muito tempo, inimigos do povo e espiões arrolados nos serviços de espionagem estrangeira; que Kamenev, Zinoviev, Piatakov e outros já mantinham contato com os inimigos da U.R.S.S. nos países capitalistas para "colaborar" com eles contra o Povo Soviético. Estava porém bastante adestrado pela experiência para esperar todas as vilanias imagináveis destes indivíduos, que se tinham levantado repetidas vezes contra Lenin e o Partido leninista nos momentos mais difíceis. Por isso, o Partido recebeu com desconfiança as declarações dos expulsos, e como primeira prova da sinceridade dos assinantes daquelas declarações, submeteu a sua readmissão às seguintes condições:
Ao proceder assim, o Partido entendia que o reconhecimento aberto destes pontos pelos indivíduos expulsos seria, em todo caso, favorável para o Partido, já que romperia a unidade das fileiras trotskistas-zinovievistas, levando a elas a discórdia, ressaltaria uma vez mais a justeza e a pujança do Partido e daria a este no caso de que as declarações assinadas fossem sinceras, a possibilidade de readmitir em seu seio os antigos militantes, e no caso de que fossem falsas, a de desmascará-los aos olhos de todos, não já como pessoas equívocas, porém como arrivistas sem princípios, como mistificadores da classe operária e falsários intransigentes.
A maioria dos expulsos aceitou as condições impostas pelo Partido para seu reingresso e publicou na Imprensa as correspondentes declarações.
O Partido, penalizando-se deles e não querendo privá-los da possibilidade de voltar a militar nas fileiras do Partido da classe operária, restituiu-lhes os direitos de filiados ao Partido.
Entretanto, com o correr do tempo, se tornou evidente que as declarações assinadas pelos "militantes ativos" do bloco trotskista-zinovievista eram, salvo contadas exceções, mentirosas e falsas, dos pés à cabeça.
Comprovou-se que, mesmo antes de formular suas declarações, estes cavalheiros tinham deixado de representar uma corrente política capaz de defender suas idéias perante o povo, para se converterem numa camarilha de arrivistas sem princípios, capazes de espezinhar publicamente o que lhes restava de suas idéias, capazes de elogiar publicamente as idéias do Partido, estranhas a eles, capazes de adotar, como os camaleões, qualquer cor, contanto que se mantivessem dentro do Partido, dentro da classe operária, para poder enlamear a classe operária e o seu Partido.
Os "militantes ativos" trotskistas-zinovievistas não eram mais que chantagistas políticos, falsários políticos.
Os falsários políticos costumam começar pela fraude, visando com seus manejos tenebrosos mistificar o povo, a classe operária e seu Partido. Porém não se deve considerá-los como simples mistificadores. Os falsários políticos são uma camarilha de arrivistas políticos sem princípios que, tendo perdido há muito tempo a confiança do povo, se esforçam em conquistá-la de novo mediante a fraude, mediante métodos camaleônicos, mediante a chantagem por qualquer procedimento que seja, contanto que não percam o título de militantes políticos. Os falsários políticos são uma camarilha de arrivistas sem princípios, capazes de se apoiarem em qualquer coisa, ainda que seja em delinqüenies, ainda que seja nos rebutalhos da sociedade, ainda que seja nos inimigos mais tenebrosos do povo, contanto que possam aparecer novamente no cenário político no "momento oportuno" e se lançar ao pescoço do povo como seus "governantes".
A esta espécie de falsários políticos pertenciam, como se demonstrou, os "militantes ativos" trotskistas-zinovievistas.
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Inclusão | 05/03/2011 |
Última alteração | 03/11/2011 |