MIA > Temática > Imprensa Proletária > Novidades
Enquanto a U.R.S.S. conseguia êxitos importantes na industrialização socialista do país e desenvolvia num ritmo rápido sua indústria, desencadeava-se nos países capitalistas, em fins de 1929, recrudescendo nos três anos seguintes, uma crise econômica mundial sem precedentes, por sua força destruidora. A crise industrial entrelaçava-se com a crise da agricultura, com a crise agrária, piorando ainda mais a situação dos países capitalistas.
Enquanto a indústria da U.R.S.S., durante os três anos de crise (1930-1933), cresceu de mais do dobro, atingindo em 1933 a 201% em relação ao seu nível de 1929, a indústria dos Estados Unidos decresceu, em fins de 1933, 65% em relação ao nível de 1929, a da Inglaterra 86%, a da Alemanha 66% e a da França 77%.
Essa circunstância vinha demonstrar, mais uma vez a superioridade do sistema da Economia socialista. Evidenciava que o país do socialismo é o único país do mundo que está livre de crises econômicas.
Como resultado da crise econômica mundial, foram lançados à fome, à miséria e ao suplício, 24 milhões de operários desempregados. A crise agrária condenava ao sofrimento, dezenas de milhões de camponeses.
A crise econômica mundial veio agravar ainda mais as contradições entre os Estados imperialistas, entre os países vencedores e os países vencidos, entre os Estados imperialistas e os países vencidos, entre os Estados imperialistas e os países coloniais e dependentes, entre os operários e os capitalistas, entre os camponeses e os latifundiários.
No informe prestado perante o XVI Congresso do Partido o camarada Stalin assinalou que a burguesia procuraria a solução para a crise econômica, de um lado na repressão contra a classe operária, mediante a instauração da ditadura dos elementos mais reacionários, mais chauvinistas, mais imperialistas do capitalismo, e de outro lado, no desencadeamento da guerra pela partilha das colônias e das zonas de influência à custa dos interesses dos países mal defendidos. E, com efeito, assim sucedeu.
Em 1932 recrudesceu o perigo de guerra por parte do Japão. Os imperialistas japoneses, vendo que as potências européias e os Estados Unidos estavam completamente absorvidos pelos problemas internos de seus países, criados pela crise econômica, decidiram aproveitar essa ocasião para tentar lançar-se sobre o território chinês, mal defendido, submeter esse país ao seu império e converter-se ali, em donos da situação. Sem declarar guerra à China e aproveitando-se canalhamente dos "incidentes locais" por eles mesmos provocados, os imperialistas japoneses introduziram furtivamente suas tropas na Mandchúria. As tropas japonesas apoderaram-se completamente da Mandchúria, assegurando posições favoráveis para a anexação do Norte da China e para o ataque à U.R.S.S.. Para ter as mãos livres, o Japão retirou-se da Sociedade das Nações e começou a armar-se intensamente.
Essa circunstância levou os Estados Unidos, a Inglaterra e a França ao reforço de seus armamentos navais no Extremo-Oriente. O Japão vinha perseguindo, claramente, o objetivo de submeter a China ao seu império e eliminar dali as potências imperialistas européias e norte-americana. Estas responderam ao golpe reforçando seus armamentos.
Mas o Japão tinha em vista, além disso, outra finalidade: apoderar-se do Extremo-Oriente Soviético. Como é lógico, a U.R.S.S. não podia passar por cima de semelhante perigo e começou a reforçar intensamente a capacidade defensiva da região do Extremo-Oriente.
Graças, portanto, aos imperialistas japoneses fascistizados, foi que se criou no Extremo-Oriente, o primeiro foco de guerra.
A crise econômica não acentuou as contradições do capitalismo somente no Extremo-Oriente. Acentuou-as também na Europa. A pertinaz crise agrária e industrial, o enorme desemprego forçado e a situação cada vez mais precária das classes pobres, contribuíram para aumentar o descontentamento dos operários e camponeses. O descontentamento foi crescendo até converter-se num estado de indignação revolucionária da classe operária. Esse descontentamento acentuou-se especialmente na Alemanha, país economicamente esgotado pela guerra, pelas contribuições que lhe tinham sido impostas em proveito dos vencedores anglo-franceses e pela crise econômica, e onde a classe operária vivia oprimida sob o jugo de sua própria burguesia e da burguesia estrangeira, anglo-francesa. Testemunho eloqüente disso eram os seis milhões de votos obtidos pelo Partido Comunista da Alemanha nas últimas eleições para o Reichstag, realizadas antes da subida dos fascistas ao poder. A burguesia alemã viu que as liberdades democráticas burguesas que ainda se conservavam na Alemanha poderiam causar-lhe dor de cabeça, que a classe operária poderia aproveitar-se dessas liberdades para desenvolver o movimento revolucionário. Em vista disso decidiu que, para manter o poder da burguesia na Alemanha, só havia um caminho: acabar as liberdades burguesas, reduzir a nada o Parlamento (o Reichstag) e instaurar uma ditadura terrorista de tipo nacionalista-burguês, capaz de esmagar a classe operária, e que encontrasse sua base de apoio entre as massas pequeno-burguesas influídas pela idéia da revanche. E para isso chamou ao poder o partido fascista, que para enganar o povo adotava a etiqueta de partido nacional-socialista, pois sabia perfeitamente que o partido fascista é, em primeiro lugar, o setor mais reacionário da burguesia imperialista e o maior inimigo da classe operária e, em segundo lugar, o partido que com maior encarniçamento defendia a idéia da revanche, capaz de arrastar consigo os milhões de homens da pequena-burguesia de sentimentos nacionalistas. Ajudaram a burguesia nessa empresa os traidores da classe operária, os dirigentes da social-democracia alemã, que com sua política oportunista abriram o caminho para o fascismo.
Essas foram as condições em que os fascistas alemães subiram ao poder em 1933.
Analisando os acontecimentos da Alemanha o camarada Stalin disse no seu informe perante o XVII Congresso do Partido:
"No triunfo do fascismo na Alemanha não se deve ver somente um sinal da debilidade da classe operária e o fruto da tradição à classe operária da social-democracia, que abriu o caminho do fascismo. Nele é preciso ver também um sinal da fraqueza da burguesia, um indício de que esta já não está mais em condições de governar com os velhos métodos do parlamentarismo e da democracia burguesa, razão pela qual se vê obrigada a recorrer, em política interior, aos métodos terroristas de governo..." (Stalin, "Problemas do Leninismo", pág. 545, ed. russa).
Os fascistas alemães caracterizaram sua política interior pelo incêndio do Reichstag, por uma repressão brutal contra a classe operária, pela destruição da organizações do proletariado e supressão das liberdades democrático-burguesas. Sua política exterior, pela retirada da Sociedade das Nações e pela preparação aberta de uma guerra destinada a rever pela força as fronteiras dos Estados europeus, em proveito da Alemanha.
Graças aos fascistas alemães, portanto, criou-se no centro da Europa o segundo foco de guerra.
Como é lógico, a U.R.S.S. não podia passar por cima de um fato tão importante. E começou a acompanhar a marcha dos acontecimentos na Europa Ocidental, reforçando a capacidade defensiva do país nas suas fronteiras ocidentais.
Este texto foi uma contribuição do |
Inclusão | 12/03/2011 |