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Depois de comprovar que a indústria pesada, e sobretudo, a de reconstrução de máquinas, não só tinham sido criadas e asseguradas, mas também continuavam a se desenvolver num ritmo bastante rápido, apresentou-se perante o Partido a tarefa imediata de rcconstruir todos os ramos da Economia nacional sobre a base da nova técnica moderna. Era necessário prover de técnica nova, moderna, de novas erramentas e nova maquinaria, a indústria do combustível, a metalurgia, a indústria leve, a indústria de alimentação, a indústria florestal, a indústria de guerra, o transporte e a agricultura. Dado o aumento gigantesco da procura de produtos agrícolas e artigos industriais, tornava-se necessário duplicar ou triplicar a produção em todos os ramos da Economia nacional. Mas isso só se podia conseguir dotando as fábricas e empresas indústriais, os sovkoses e kolkoses, de máquinas e ferramental modernas em quantidade suficiente, pois seu velho instrumental não estava em condições de fazer face a semelhante desenvolvimento da produção.
Sem reconstruir os ramos básicos da Economia nacional era impossível satisfazer as novas e cada vez maiores exigências do país e de sua Economia.
Sem esta obra de reconstrução era impossível levar a cabo a ofensiva de socialismo em toda a frente, pois era preciso dar batalha e pôr fora de combate os elementos capitalistas da cidade e do campo, não só com uma nova organização do trabalho e da propriedade, mas também com uma nova técnica, com a superioridade da técnica própria.
Sem esta obra de reconstrução era impossível atingir e ultrapassar, no terreno técnico-econômico, os países capitalistas mais adiantados, pois se bem que, do ponto de vista do ritmo do desenvolvimento de sua indústria, a U.R.S.S., superasse os países capitalistas, do ponto de vista do volume da produção da U.R.S.S. ficava ainda muito atrás deles.
Para poder acabar com esse atraso, era necessário armar toda a Economia nacional soviética de uma nova técnica, era necessário reconstruir todos os ramos da Economia nacional sobre a base de uma nova técnica, da técnica moderna.
A técnica tinha adquirido, portanto, uma importância decisiva.
O obstáculo com que se tropeçava neste terreno não era tanto a escassez de novas máquinas e ferramentas — pois a indústria de construção de máquinas estava em condições de poder produzir novo instrumental — como a atitude errada que mantinham, perante a técnica, os militantes destacados no setor da Economia, seu menosprezo pela importância da técnica no período de reconstrução, sua atitude desdenhosa para com a técnica. Os administradores das empresas soviéticas entendiam que a técnica era incumbência dos "especialistas", uma questão secundária, a cargo dos "técnicos burgueses", que os comunistas que trabalhavam no setor econômico não tinham por quê imiscuir-se na técnica da produção, que sua missão não consistia em se ocupar de problemas técnicos, mas sim de questões mais importantes, como seja da direção da produção "em geral".
Deixava-se, pois, que os "especialistas" burgueses manejassem seu arbítrio os assuntos da produção, enquanto os comunistas que trabalhavam nas organizações econômicas se encarregavam de dirigir a produção "em geral", isto é, de assinar papéis.
Não é preciso demonstrar que, com esta atitude que se adotava perante o problema, o que se chamava dirigir a produção "em geral" tinha que degenerar em charlatanismo sobre a direção "em geral", assinatura estéril de papéis, em puro papelório.
É evidente que, com aquela atitude desdenhosa para com a técnica, que adotavam os comunistas responsáveis pelas organizações econômicas, o País Soviético jamais teria podido ultrapassar, nem mesmo sequer alcançar os países capitalistas mais adiantados. Semelhante atitude em relação à técnica, sobretudo, no período da reconstrução, condenava o País Soviético ao atraso, a que enfraquecesse o ritmo de desenvolvimento de sua Economia. No fundo, esta atitude perante a técnica ocultava, encobria o desejo secreto de uma parte de comunistas destacados nas organizações econômicas, de moderarem o ritmo de desenvolvimento da indústria, de fazê-lo decrescer e de desfrutarem uma "posição tranqüila", descarregando sobre os "especialistas" a responsabilidade da produção.
Era necessário conseguir que os comunistas que trabalhavam nas organizações econômicas se preocupassem com a técnica, que tomassem gosto por ela, mostrar-lhes que os bolcheviques destacados no setor econômico tinham o dever fundamental de dominar a nova técnica, que sem dominar a nova técnica corria-se o risco de condenar a Pátria Soviética ao atraso e à estagnação.
Sem resolver este problema, não era possível continuar avançando.
Neste terreno teve uma importância muito grande o discurso do camarada Stalin na primeira conferência de ativistas da indústria, celebrada em fevereiro de 1931.
"Pergunta-se, às vezes, — disse o camarada Stalin neste discurso — se não se deverá moderar um pouco o ritmo, conter o movimento. Não; não é possível, camaradas! Não se deve diminuir o ritmo!... Moderar o ritmo significa ficar atrasado. E os que se atrasam são derrotados. E nós não queremos ser derrotados. Não, não queremos!
A história da velha Rússia consistia, entre outras coisas, em que era constantemente derrotada devido ao seu atraso. Foi derrotada pelos Khans mongóis. Foi derrotada pelos Beys turcos. Foi derrotada pelos senhores feudais da Suécia. Foi derrotada pelos "panis" da Polônia e da Lituânia. Foi derrotada pelos capitalistas da Inglaterra e da França. Foi derrotada pelos barões do Japão. Foi derrotada por todos, devido ao seu atraso...
Marchamos com 50 ou 100 anos de atraso, em relação aos países mais adiantados. Temos que ganhar esse terreno em dez anos. Ou o fazemos, ou nos esmagam.
Num máximo de dez anos devemos ganhar o terreno que nos separa dos países capitalistas mais adiantados. Existem, em nosso país, todas as possibilidades "objetivas" para isso. A única coisa que nos falta é saber aproveitar verdadeiramente essas condições. E isto depende de nós e somente de nós. Já é hora de aprendermos a aproveitar estas possibilidades. Já é hora de acabar com esse ponto de vista podre de não imiscuir-se na produção. Já é hora de adotar outro ponto de vista, novo, em harmonia com o período atual: o de imiscuir-se em tudo. O diretor de uma fábrica deve intervir em todos os assuntos, ouvir tudo, — não perder de vista nada, aprender e aprender sempre. Os bolcheviques devem dominar a técnica. Já é hora dos bolcheviques se converterem, eles próprios, em técnicos. A técnica, no período da reconstrução, decide tudo". (Stalin, "Problemas do Leninismo", págs. 444-446, ed. russa).
A importância histórica deste discurso do camarada Stalin consistiu em ter posto fim à atitude depreciativa dos comunistas destacados nas organizações econômicas, em ter feito com que enfrentassem a técnica e em ter aberto uma nova etapa pelo domínio da técnica com as forças dos próprios bolcheviques, facilitando com isso o desenvolvimento da reconstrução da Economia nacional.
Desde então a técnica deixou de ser monopólio dos "especialistas" burgueses para converter-se num interesse vital dos próprios bolcheviques destacados no setor econômico, e o nome depreciativo de "especialistas" se converteu num título de honra do bolchevique familiarizado com a técnica.
No futuro haveriam de revelar-se — como de fato se revelaram — destacamentos inteiros, milhares e dezenas de milhares de especialistas vermelhos, familiarizados com a técnica e capacitados para dirigir a produção.
Era uma nova geração, uma geração soviética de intelectuais, técnicos da produção, saídos da classe operária e do campesinado, que constituem hoje a força fundamental na direção da Economia soviética.
Tudo isso teria necessariamente que facilitar, como de fato facilitou, o desenvolvimento da obra de reconstrução da Economia nacional.
O desenvolvimento da obra de reconstrução não afetava somente a indústria e o transporte. Seu ritmo era mais intenso ainda no terreno da agricultura. E é lógico que assim fosse, pois a agricultura dispunha de menos máquinas que os demais ramos da Economia nacional e estava, portanto, mais necessitada de novas maquinarias. E dotar intensivamente de novas maquinarias a agricultura correspondia a uma necessidade especialmente grande, frente ao desenvolvimento que adquiria a organização dos kolkoses em meses e em semanas, o que representava uma procura de novos milhares de tratores e de novas maquinarias agrícolas.
O ano de 1931 imprimiu um novo impulso ao movimento kolkosiano. Nas regiões cerealistas mais importantes agrupavam-se já, nos kolkoses, mais de 80% de todas as explorações camponesas. Aí, a coletivização total já estava conseguida, no fundamental. Nas regiões cerealistas menos importantes e nas regiões de cultivos industriais, a coletivização afetava mais de 50% das explorações. As duas terças partes da superfície total semeada eram cultivadas já por 200.000 kolkoses e 4.000 sovkoses, ficando para os camponeses individuais a terça parte somente.
Isto representava um formidável triunfo do socialismo no campo. Mas o movimento kolkosiano não se desenvolvia ainda em profundidade, mas sim em extensão, não no sentido de melhorar a qualidade do trabalho dos kolkoses e de seus quadros, mas no sentido de aumentar a quantidade de kolkoses e de estender o movimento kolkosiano a novos e novos distritos. A explicação disso reside no fato de que os ativistas kolkosianos, os quadros kolkosianos, não aumentavam com a mesma rapidez com que aumentava a quantidade de kolkoses. Isso fazia com que os novos kolkoses nem sempre trabalhassem satisfatoriamente e que os mesmos continuassem sendo, no momento, organismos débeis, não robustecidos. Contribuíam também para moderar o fortalecimento dos kolkoses, fatos como a escassez, nas aldeias, de pessoas com um mínimo de cultura que os kolkoses necessitavam para seus trabalhos (para os postos de contadores, administradores e secretários) e a inexperiência completa dos camponeses quanto ao regime das grandes explorações coletivas. Os kolkosianos de hoje eram os camponeses individuais de ontem. Possuíam experiência quanto ao modo de explorar pequenas parcelas, mas ainda não tinham aprendido a dirigir as grandes explorações kolkosianas. Para que pudessem adquirir essa experiência, era necessário tempo.
Estas circunstâncias fizeram com que, durante os primeiros tempos, se manifestassem, deficiências importantes no funcionamento dos kolkoses. Verificou-se que nos mesmos o trabalho estava ainda mal organizado e que a disciplina no trabalho era fraca. Em muitos kolkoses os lucros não eram divididos de acordo com as jornadas de trabalho, mas por cabeça. E freqüentemente dava-se o caso de que os preguiçosos obtinham maior quantidade de trigo que os kolkosianos mais honrados e laboriosos. Estas deficiências de direção dos kolkoses faziam com que os kolkosianos sentissem decrescer seu interesse pelo trabalho, com que deixassem amiúde de atender os trabalhos até mesmo nas épocas de maior atividade, com que não se fizesse colheita numa parte terras cultivadas dos kolkoses, até que chegasse a época das neves, ou com que os trabalhos da colheita fossem realizadas de má vontade, perdendo-se enormes quantidades de trigo. A ausência de responsabilidade pessoal pelas máquinas e pelo gado de tração, bem como pelo trabalho em geral, fazia com que enfraquecesse a causa kolkosiana e diminuíssem seus lucros.
Nos distritos em que os antigos kulaks e seus porta-vozes tinham conseguido galgar postos de direção nos kolkoses, a situação era particularmente má. Não poucas vezes os kulaks expropriados se transferiam para outros distritos, onde não eram conhecidos, e se infiltravam nos kolkoses para sabotar e dificultar seu funcionamento. As vezes os kulaks, aproveitando-se da falta de vigilância dos ativistas do Partido e dos Soviets, infiltravam-se, inclusive, nos kolkoses de seu próprio distrito. Contribuía para facilitar a entrada sub-reptícia dos antigos kulaks nos kolkoses o fato de que, na luta contra os kolkoses eles tinham trocado bruscamente de tática. Antes os kulaks lutavam abertamente contra os kolkoses, mantinham uma luta encarniçada contra os ativistas kolkosianos e os kolkosianos mais destacados, assassinando-os numa esquina, ateando fogo às suas casas, celeiros, etc. Com isso os kulaks pretendiam assustar os camponeses, não deixá-los entrar nos kolkoses. Mas agora, vendo que a luta aberta contra os kolkoses tinha fracassado, mudaram de tática. Agora já não atiravam com seus revólveres; faziam-se passar por gente tranqüila, dócil, pacífica, perfeitamente adaptada aos Soviets. Infiltravam-se nos kolkoses, sabotavam com um trabalho de sapa, clandestinamente. Faziam esforços, em todas as partes, para decompor os kolkoses de dentro, para relaxar a disciplina do trabalho kolkosiano, para embrulhar as contas da colheita e as do trabalho. Os kulaks especulavam com o plano da exterminação do gado cavalar dos kolkoses e chegaram a ocasionar a morte de grande número de cavalos. Contagiavam-se premeditadamente com o mormo, a sarna e outras enfermidades e os deixavam morrer sem defendê-las, etc. Ao mesmo tempo avariavam os tratores e a maquinaria agrícola.
Os kulaks conseguiam enganar os kolkosianos e perpetrar impunemente seus atos de sabotagem porque os kolkoses eram ainda muito fracos e inexperientes, e os quadros kolkosianos ainda não tinham conseguido fortalecer-se.
Para pôr fim à sabotagem dos kulaks nos kolkoses e acelerar o seu fortalecimento, era necessário prestar uma ajuda rápida e séria aos kolkoses por meio de homens, de conselhos e de direção.
Esta ajuda foi prestada pelo Partido bolchevique. Em janeiro de 1933 o Comitê Central do Partido tomou a resolução de organizar secções políticas nas estações de máquinas e tratores postas ao serviço dos kolkoses. Foram enviadas ao campo, para trabalhar nessas secções políticas, como ajuda dos kolkoses, 17.000 ativistas do Partido.
Era uma ajuda séria.
Em dois anos (1933 e 1934), as secções políticas das estações de máquinas e tratores conseguiram realizar um grande trabalho de eliminação das deficiências que se verificaram no funcionamento dos kolkoses, de educação dos quadros kolkosianos, de fortalecimento dos kolkoses e em prol de sua depuração de elementos inimigos, kulaks e sabotadores.
As secções políticas cumpriram com honra a tarefa que lhes tinha sido traçadas: fortaleceram os kolkoses no terreno econômico e de organização, forjaram novos quadros kolkosianos, organizaram a direção econômica dos kolkoses e elevaram o nível políticos das massas kolkosianas.
Na elevação da atividade das massas kolkosianas para a luta pelo fortalecimento dos kolkoses, tiveram uma imensa importância o primeiro Congresso kolkosiano de choque de toda a U.R.S.S. (celebrado em fevereiro de 1933) e o discurso nele pronunciado pelo camarada Stalin.
Comparando, no seu discurso, o velho regime reinante na aldeia antes dos kolkoses com o novo regime kolkosiano, o camarada Stalin disse:
"Sob o regime antigo, os camponeses trabalhavam individualmente, trabalhavam com os velhos métodos de seus avós e com as velhas ferramentas de trabalho, trabalhavam para os latifundiários e capitalistas, para os kulaks e especuladores, trabalhavam sem conseguir nunca matar a fome e enriqxiecendo outros. Sob o regime kolkosiano, os camponeses trabalham unidos, coletivamente, em artel, trabalham com a ajuda de novos instrumentos, de tratores e de máquinas agrícolas, trabalham para eles mesmos e para seus kolkoses, vivem sem capitalistas e sem latifundiários, sem kulaks e sem especuladores, trabalham para melhorar dia a dia sua situação material e cultural". (Stalin, "Problemas do Leninismo", pág. 528, ed. russa).
No seu disciirso, o camarada Stalin pôs em relevo o que saia ganhando praticamente o camponês, ao abraçar a causa kolkosiana.
O Partido bolchevique ajudava as massas de milhões de camponeses pobres a entrarem nos kolkoses, a se libertarem das garras dos kulaks. Entrando nos kolkoses, e neles desfrutando de melhor terra e e melhores instrumentos de produção, as massas de milhões de camponeses pobres, que antes passavam fome, atingiam agora, dentro dos kolkoses, o nível dos camponeses médios, convertiam-se em homens que gozavam de uma situação assegurada.
Este era o primeiro passo, a primeira conquista conseguida no caminho do movimento kolkosiano.
O segundo passo, dizia o camarada Stalin, consistirá em elevar ainda mais o nível dos kolkosianos — tanto o dos antigos camponeses pobres como o dos antigos camponeses médios —, convertendo todos os kolkosianos em homens novos e todos os kolkoses em kolkoses bolcheviques.
"Para ser kolkosiano — dizia o camarada Stalin — só se requer uma coisa: trabalhar honradamente no kolkose, utilizar bem os tratores e máquinas, saber cuidar do gado, trabalhar bem a terra e zelar pela propriedade kolkosiana". (Obra citada, págs. 532-533).
O discurso do camarada Stalin ficou fortemente gravado na consciência de milhões de kolkosianos, converteu-se no programa prático, no programa de luta dos kolkoses.
Em fins de 1934 os kolkoses tinham se convertido em uma força sólida e invencível. Por essa época já agrupavam cerca das três quartas partes de todas as explorações camponesas da U.R.S.S. e englobavam cerca de 90% de toda a superfície semeada.
Em 1934 trabalhavam já na agricultura da U.R.S.S. 281.000 tratores e 32.000 máquinas combinadas. A semeadura da primavera do ano de 1934 terminou 15 dias antes que em 1933 e 30 ou 40 dias antes que em 1932, e o plano de abastecimento de trigo foi executado três meses antes que em 1932.
Foi assim que num prazo de dois anos os kolkoses se fortaleceram, graças à formidável ajuda prestada pelo Partido e pelo Estado operário e camponês.
O sólido triunfo do regime kolkosiano e o florescimento da agricultura por ele determinado, deram ao Poder Soviético a possibilidade de abolir o sistema de racionamento do pão e de outros artigos e implantar o sistema da venda livre para os produtos alimentícios.
Uma vez que as estações de máquinas e tratores, criadas como órgãos políticos provisórios, cumpriram sua missão, o Comitê Central tomou a resolução de transformá-las em órgãos normais do Partido, fundindo-as com os Comitês de distritos existentes.
Todos esses êxitos, tanto os conseguidos no terreno da agricultura como os conseguidos na esfera da indústria, foram conquistados graças à execução vitoriosa do Plano Qüinqüenal.
Em princípios de 1933, ficou evidente que o Plano Qüinqüenal estava cumprido antes do prazo, ao cabo de quatro anos e três meses.
Foi um triunfo grandioso, um triunio de alcance histórico mundial da classe operária e dos camponeses da U.R.S.S.
No informe pronunciado pelo camarada Stalin no Pleno do Comitê Central e da Comissão de Controle do Partido, celebrado em janeiro 1933, fez ele balanço do primeiro Plano Qüinqüenal. Segundo foi destacado nesse informe, o Partido Soviético tinham conseguido durante o período que acabava de transcorrer, durante o período do primeiro Plano Qüinqüenal, os seguintes resultados fundamentais:
A importância dessas conquistas conseguidas pelo primeiro Plano Qüinqüenal consistia, antes de tudo,, em que tinham libertado definitivamente os operários e camponeses do jugo da exploração, abrindo a todos os trabalhadores da U.R.S.S. caminho para uma vida tranqüila e culta.
Em janeiro de 1934 reuniu-se o XVII Congresso do Partido. Tomaram parte 1.225 delegados com palavra e voto e 736 com palavra somente, representando 1.874.488 filiados e 935.298 aspirantes.
O Congresso fez o balanço do trabalho do Partido durante o período que acabava de transcorrer, registrou os êxitos decisivos alcançados pelo socialismo em todos os ramos da Economia e da cultura e comprovou que a linha geral do Partido tinha triunfado plenamente.
O XVII Congresso do Partido passou à história com o nome de "Congresso dos vencedores". No seu informe perante o Congresso o camarada Stalin assinalou as transformações radicais que se haviam operado na U.R.S.S. durante o período referido.
"Durante esse período a U.R.S.S. se transformou radicalmente, perdendo sua fisionomia de atraso e de medievalismo. Converteu-se de um país agrário em um país industrial. Converteu-se de um país de pequenas explorações agrícolas individuais em um país de grandes explorações agrícolas coletivas e mecanizadas.
Converteu-se — ou melhor, está se convertendo — de um país obscurantista, analfabeto e inculto em um país instruído e culto, coberto por uma rede formidável de escolas superiores, médias e elementares, que ensinam nas línguas das diversas nacionalidades da U.R.S.S.". (Stalin, "Problemas do Leninismo" pág. 533, ed. russa).
Por essa época a indústria socialista constituía já 99% de toda a indústria do país. A agricultura socialista — os kolkoses e os sovkoses — englobavam cerca de 90% da superfície total semeada do país. No que se refere à circulação de mercadorias, os elementos capitalistas tinham sido desalojado totalmente do comércio.
Ao implantar a nova política econômica, Lenin dissera que no País Soviético existiam elementos próprios de cinco formações econômico-sociais. A primeira formação era a da Economia patriarcal, que é, num grau considerável, uma Economia de tipo natural, isto é, que apenas não mantém relações comerciais. A segunda formação era a da pequena produção de mercadorias, formada pela maioria dos proprietários camponeses que se dedicavam à venda de produtos agrícolas, e pelos artesãos. Nos primeiros anos da NEP essa formação econômica compreendia a maioria da população. A terceira formação era a do capitalismo privado, que começou a sair de sua prostração nos primeiros anos da NEP. A quarta formação era a ao capitalismo de Estado, formado principalmente pelas concessões que não conseguiram adquirir um desenvolvimento importante. A quinta formação era a do socialismo, a indústria socialista, que naquela época era ainda fraca, os sovkoses e kolkoses, que no começo da NEP só ocupavam um lugar insignificante na Economia nacional, e o comércio do Estado e as cooperativas, que nos primeiros tempos da NEP eram bastante fracos.
Lenin assinalava que era a formação socialista que haveria de predominar entre todas essas formações.
A nova política econômica se orientava para o triunfo completo das formas socialistas da Economia.
Ao celebrar-se o XVII Congresso do Partido, esta aspiração era já uma realidade.
"Agora podemos dizer — manifestava a esse propósito o camarada Stalin — que a primeira, a terceira e a quarta formação econômico-sociais já não existiam, que a segunda formação econômico-social foi relegada a segundo plano, e que a quinta formação econômico-social, a formação socialista, é a única dominante, a única força de comando de toda a Economia nacional". (Obra citada, pág. 555).
Ocupavam um lugar importante, no informe do camarada Stalin, os problemas de direção ideológico-política. O camarada Stalin advertia o Partido que, se bem que os inimigos do Partido, os oportunistas de todos os calibres e os porta-vozes dos desvios nacionalistas de todos os matizes, tivessem sido derrotados, os vestígios de sua ideologia ecoavam ainda nas cabeças de alguns membros do Partido e se manifestavam não poucas vezes. As sobrevivências do capitalismo na Economia e sobretudo, na consciência dos homens, eram o terreno propício que podia infundir nova vida à ideologia dos grupos antileninistas derrotados. A consciência dos homens vai, no seu desenvolvimento, à retaguarda de sua situação econômica. Por isso, ainda que o capitalismo estivesse liquidado na Economia, nas cabeças dos homens se mantinham e continuavam se mantendo ainda sobrevivências das idéias burguesas. Além disso, era necessário não perder de vista que o cerco capitalista, contra o qual era preciso estar sempre alerta, se esforçava por acentuar e apoiar essas sobrevivências.
O camarada Stalin examinou demoradamente, entre outras coisas, as sobrevivências do capitalismo na consciência dos homens no tocante ao problema nacional, onde conservavam uma vitalidade especialmente grande. O Partido bolchevique lutava em duas frentes, tanto contra o desvio do chovinismo grão-russo como contra o desvio do nacionalismo regionalista. Numa série de Repúblicas (Ucrânia, Bielo-Rússia etc), as organizações do Partido tinham recuado na luta contra o nacionalismo regionalista, deixando-o desenvolver-se até fundir-se com as forças inimigas, com os intervencionistas, até converter-se em um perigo para o Estado. Respondendo à pergunta de que desvio, no que se refere ao problema nacional, constituía o perigo mais importante, o camarada Stalin dizia:
"O perigo mais importante constitui o desvio contra o qual se deixou de lutar, permitindo, deste modo, que ele se desenvolvesse a ponto de se converter num perigo para o Estado" (Obra citada, pág. 587).
O Camarada Stalin incitava o Partido a reforçar seu trabalho ideológico-político, a desmascarar sistematicamente a ideologia e os vestígios ideológicos das classes inimigas e das correntes hostis do leninismo.
O camarada Stalin assinalava, também, no seu informe, que o fato de tomar decisões acertadas não bastava para garantir o êxito da causa. Para garantir o êxito da causa era necessário localizar acertadamente os homens capazes de levar à prática as decisões dos órgãos dirigentes e organizar o controle da execução dessas decisões. Sem essas medidas de organização, as decisões corriam o risco de ficarem reduzidas a disposições no papel, desligadas da realidade. Nesse ponto o camarada Stalin se referia à conhecida tese de Lenin, segundo a qual o fundamental no trabalho de organização é a escolha dos homens e o controle da execução. Além disso destacava que a falta de continuidade entre as decisões adotadas e o trabalho de organização para levá-las à prática e controlar sua execução, era o defeito fundamental de nossa atxtação prática.
Com o fim de aperfeiçoar o controle de execução das decisões do Partido e do governo, o XVII Congresso criou — em substituição à Comissão Central de Controle e de Inspeção Operária e Camponesa, que já havia cumprido sua missão desde os tempos do XII Congresso do Partido, — a Comissão de Controle do Partido, adjunta ao Comitê Central do P. C. (b) da U.R.S.S. e a Comissão de Controle Soviética adjunta ao Conselho de Comissários do Povo da U.R.S.S.
O camarada Stalin assim formulava as tarefas de organização do Partido na nova etapa:
O camarada Stalin finalizou seu informe advertindo que, se bem que os êxitos do socialismo fossem grandes e produzissem um sentimento de legítimo orgulho, era necessário não se deixar seduzir pelos êxitos alcançados, era necessário não "se vangloriar" nem adormecer sobre os louros.
"... Não se deve adormecer o Partido, mas sim desenvolver nele o espírito de vigilância; não se deve acalentá-lõ, mas sim mantê-lo em pé de guerra; não se deve desarmá-lo, mas sim armá-lo; não se deve desmobilizá-lo, mas sim mantê-lo em estado de mobilização para a execução do segundo Plano Qüinqüenal. — indicava o camarada Stalin (Obra citada, pág. 596).'
Os camaradas Molotov e Kuibyshev informaram perante o XVII Congresso do Partido, sobre o segundo Plano Qüinqüenal de desenvolvimento da Economia nacional. As tareias do segundo Plano Qüinqüenal eram ainda mais grandiosas que os do primeiro. No final do segundo Plano Qüinqüenal, em 1937, a produção industrial deveria ser aproximadamente, oito vezes maior que a de antes da guerra. O segundo Plano Qüinqüenal previa, em toda a Economia nacional, obras básicas no valor de 133 milhões de rublos destinados a esses empreendimentos no primeiro Plano Qüinqüenal.
Este gigantesco volume de obras básicas garantia a total renovação do equipamento técnico de todos os ramos da Economia nacional.
0 segundo Plano Qüinqüenal deveria levar a cabo, no fundamental, a mecanização da agricultura. A potência total dos tratores em todo o país aumentaria de 2.250.000 cavalos de força em 1932, para mais de 8 milhões em 1937. E previa-se a vasta implantação de um sistema de medidas de técnica agrária (uma rotação de cultivo acertada, semeio com sementes selecionadas, trabalhos no outono, etc).
Projetava-se um grande trabalho para a reconstrução técnica dos transportes e comunicações.
Traçava-se um vasto programa destinado a continuar revelando o nível material e cultural dos operários e camponeses.
O XVII Congresso consagrou grande atenção aos problemas de organização e tomou, sobre a base do informe do camarada Kaganovich, resoluções sobre os problemas referentes à obra de desenvolvimento do Partido e dos organismos soviéticos. O problema de organização adquiria uma importância maior ainda ao triunfar a linha geral do Partido, ao ser provada na própria vida, a política do partido, mediante a experiência de milhões de operários e camponeses. As novas e complexas tarefas que o segundo Plano Qüinqüenal traçava, exigiam que fosse elevada a qualidade de trabalho em todos os setores.
"As tarefas fundamentais do segundo Plano Qüinqüenal — a liquidação definitiva dos elementos capitalistas, a superação das sobrevivências do capitalismo na Economia e na consciência dos homens, o remate da obra de reconstrução de toda a Economia nacional sobre a base da técnica mais moderna, a assimilação da nova técnica e da direção das novas empresas, a mecanização da agricultura e a elevação de sua produtividade — criam com toda sua força o problema de elevar a qualidade do trabalho em todos os setores e, em primeiro lugar, a qualidade da direção pratica em matéria de organização", — diziam as resoluções do Congresso sobre os problemas de organização. ("Resoluções do P. C. (b) da U.R.S.S.", parte II, pág. 591).
No XVII Congresso foram aprovados os novos estatutos do Partido, que se diferenciavam dos antigos, antes de tudo pelo fato de conterem uma introdução. Nessa introdução é dada uma breve definição do Partido Comunista, de sua significação na luta do Proletariado e do posto que ocupa dentro do sistema dos órgãos da ditadura proletária. Os novos estatutos enumeram detalhadamente os deveres dos filiados. Contêm normas mais severas para o ingresso no Partido e um ponto sobre os grupos de simpatizantes. Nesses estatutos se expõe com maiores detalhes o problema da estrutura orgânica do Partido e são formulados de um modo novo os pontos sobre as antigas células do Partido ou organizações primarias deste, como se vêm chamando desde o XVII Congresso. Também aparecem formulados de um modo novo, nestes estatutos, os pontos referentes à democracia interna e à disciplina do Partido.
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Inclusão | 19/03/2011 |
Última alteração | 03/11/2011 |