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Enquanto nos países capitalistas se desencadeava, três anos após acrise econômica de 1930-1933, uma nova crise, na U.R.S.S. a indústria prosseguiu imperturbável sua marcha ascendente durante todo este período. A indústria capitalista mundial apenas havia alcançado em meados de 1937, em conjunto, 95 ou 96 por cento do nível do ano de 1929, e na segunda metade do ano de 1937 entrava na etapa de uma nova crise econômica; em troca, a indústria da U.R.S.S., prosseguindo sua marcha ascendente, chegou em fins do ano de 1937 a 428 por cento de seu nível de 1929, e, em comparação com o nível de antes da guerra, seu aumento era de mais 7 vezes.
Estes êxitos eram a conseqüência direta da política de reconstrução mantida pelo Partido e pelo governo com toda a tenacidade.
Como resultado destes êxitos, segundo Plano Qüinqüenal, no que toca à indústria, cumpriu-se antes do prazo. O segundo Plano Qüinqüenal ficou cumprido a 1º. de abril de 1937, isto é, em 4 anos e três meses.
Foi um triunfo formidável do socialismo.
Quase o mesmo quadro de progresso apresentava a agricultura. A superfície de colheita de todas as culturas aumentou de 105 milhões de hectares, em 1913 (período de anteguerra) a 135 milhões de hectares, em 1937. A produção de cereais aumentou de 78.424.000 toneladas, em 1918, a 111.884.000, em 1937; a produção de algodão em bruto aumentou de 720.000 para 2.522.520 toneladas; a produção de linho (fibra) aumentou de 311.220 para 507.780; a proibição de beterraba para açúcar, de 10.712.520 para 21.474.180; a produção das culturas de plantas oleaginosas aumentou de 2.113.020 toneladas para 5.012.280.
Convém advertir que em 1937, somente os kolkoses (sem contar os sovkoses) lançaram ao mercado mais de 27 milhões e meio de toneladas de trigo, ou sejam 6 milhões e meio de toneladas mais que os latifundiários, os kulaks e os camponeses juntos, em 1913.
Só um ramo da economia rural, a criação de gado, se achava em um nível inferior ao de antes da guerra e continuava avançando lentamente.
No que se refere à coletivização da agricultura, esta podia dar-se já por terminada. Em 1937 estavam incorporadas aos kolkoses 18 milhões e meio de explorações camponesas, o que representava 93 por cento das explorações camponesas de todo o país; e a superfície de colheita de cereais dos kolkoses representava 99 por cento da superfície total de cereais semeados pelos camponeses.
Os frutos da reconstrução da agricultura e de sua dotação intensiva com tratores e maquinaria agrícola estavam à vista.
O coroamento da obra de reconstrução da indústria e da agricultura fez com que a Economia nacional se visse abundantemente dotada de uma técnica de 1ª classe. A indústria e a agricultura, o transporte e o Exército receberam uma quantidade enorme de elementos técnicos novos, de novas máquinas e ferramentas, tratores e maquinaria agrícola, locomotivas e navios, peças de artilharia e tanques, aviões e navios de guerra. Era necessário pôr em marcha dezenas e centenas de milhares de quadros instruídos, capazes de dominar toda essa técnica e tirar dela o máximo rendimento. Sem isto, sem dispor de uma quantidade suficiente de homens que dominassem a técnica, esta corria o risco de converter-se em um montão de metais inerte e improdutivo. Era um perigo grave, fruto do fato de que os quadros capazes de dominar a técnica não se desenvolviam com a mesma celeridade e, inclusive ficavam bastante atrasados no que diz respeito ao desenvolvimento da técnica. A coisa se complicava pela circunstância de que uma parte considerável dos ativistas não compreendia este perigo e julgava que a técnica cumpriria sua tarefa "por si só". Assim como antes se havia menosprezado a técnica, adotando para com ela uma atitude desdenhosa, agora se exagerava sua importância e ela era convertida em um fetiche. Não se compreendia que a técnica sem homens que a dominassem é uma coisa morta. Não se compreendia que, sem homens que dominassem a técnica esta não podia dar um alto rendimento.
O problema dos quadros capazes de dominar a técnica adquiria, portanto, uma importância primordial.
Era necessário desviar a atenção dos ativistas da exaltação desmedida da técnica, e do menosprezo da importância dos quadros, dirigindo-a para a assimilação da técnica, o domínio da técnica, o esforço intensivo para forjar numerosos quadros capazes de dominar a técnica, e de tirar dela o máximo rendimento.
E assim como antes, no período de reconstrução, quando o país padecia fome de técnica, o Partido havia lançado a palavra de ordem "A técnica no período de reconstrução decide tudo", agora, quando a técnica abundava e o período de reconstrução estava terminado, no fundamental, e o país sofria uma aguda penúria de quadros, o Partido tinha que lançar uma nova palavra de ordem, destinada a concentrar a atenção não já na técnica mas nos homens, nos quadros capazes de aproveitar integralmente a técnica.
A este respeito, teve grande importância o discurso pronunciado pelo camarada Stalin, em maio de 1935, quando da promoção dos oficiais comandantes saídos das Academias do Exército Vermelho:
"Antes — disse o camarada Stalin — dizíamos que a "técnica decide tudo". Esta palavra de ordem nos ajudou no sentido de °.ue liquidamos a fome de técnica e criamos uma base técnica amplíssima em todo os ramos da atividade para fortalecer nossos homens com uma técnica de primeira ordem. Está muito bem. Mas está muito longe de ser suficiente. Para pôr em movimento a técnica e tirar dela todo o rendimento, são necessários homens que a dominem, são necessários quadros capazes de assimilar e aproveitar esta técnica tendo à frente homens que a dominem pode e deve fazer milagres. Se nossas fábricas e empresas industriais de primeira ordem, se nossos sovkoses e kolkoses, se o nosso Exército Vermelho, se todos contassem com uma quantidade suficiente de quadros capazes de dominar a técnica, nosso país obteria um rendimento três ou quatro vezes maior que a que atualmente obtém. Por isso, atualmente, é preciso fazer finca-pé na questão dos homens, dos quadros, do pessoal que domina a técnica. Por isso, a velha palavra de ordem "A técnica decide tudo", palavra de ordem que era o reflexo de um período já ultrapassado, em que padecíamos fome de técnica, deve ser substituída atualmente por uma nova palavra de ordem, pela palavra de ordem "Os quadros decidem tudo". Isto é agora o fundamental...
E necessário que se acabe por compreender que de todos os valiosos capitais que existem no mundo, o capital mais precioso decisivo é constituído pelos homens, os quadros. É necessário que se compreenda que, em nossas atuais condições, "os quadros decidem tudo". Se contarmos com bons e numerosos quadros na indústria, na agricultura, nos transportes, no Exército, nosso país será invencível. Se carecermos deles, coxearemos dos dois pés".
Portanto, a rápida formação de quadros técnicos e a rápida assimilação da nova técnica, com objetivo de continuar desenvolvendo a produtividade do trabalho, havia passado a ser unia tarefa de primeira ordem.
O mais esplêndido exemplo do desenvolvimento de novos quadros, da assimilação da nova técnica pelos homens soviéticos e da marcha ascendente da produtividade do trabalho foi o movimento
stakanovista. Este movimento nasceu e tomou incremento na bacia do
Donetz, na indústria carbonífera, de onde se estendeu a outros ramos
industriais, ao transporte e, mais tarde, à agricultura. Este movimento
recebeu o nome de movimento stakanovista por haver sido seu iniciador o mineiro do poço "Irmino central" (bacia do Donetz) Alexei
Stakanov. Já antes de Stakanov, o mineiro Nikita Isotov havia batido
todos os recordes estabelecidos na extração da hulha. O exemplo de
Stakanov, que a 31 de agosto de 1935 arrancou em um só turno 10
toneladas de carvão, ultrapassando 14 vezes as normas usuais, iniciou
um movimento de massas dos operários e dos kolkosianos pela elevação das normas de rendimento, por um novo apogeu da produtividade do trabalho. Busiguim, na indústria automobilística; Smetanin, na indústria de calçados; Krivonós, no transporte; Musinski, na indústria florestal; Eudóxia e Maria Vinogradova, na indústria têxtil; Maria Pemehenko, Marina Knatenko, Pasha Angelina, Polagutin, Kolesov, Borin e Kovardk, na agricultura; tais são os nomes dos operários e kolkosianos que romperam a marcha no movimento stakanovista.
Após ele marcharam outros, destacamentos inteiros de stakanovistas, ultrapassando a produtividade do trabalho de seus predecessores.
No desenvolvimento do movimento stakanovista, tiveram uma importância imensa a 1ª Conferência stakanovista, de toda a U.R.S.S., celebrada no Kremlin em novembro de 1935, e o discurso pronunciado nela pelo camarada Stalin.
"O movimento stakanovista — disse o camarada Stalin em seu discurso — reflete o novo apogeu da emulação socialista, uma nova etapa mais alta da emulação socialista... Antes, faz uns três anos, durante a sua primeira etapa, a emulação socialista não implicava forçosamente uma técnica nova. Além disso, naquele momento não tínhamos, propriamente falando, uma técnica nova. Em troca, a etapa atual da emulação socialista, o movimento stakanovista, se acha forçosamente vinculado à nova técnica. O movimento stakanovista não se conceberia sem uma técnica nova, superior. Tendes perante vós homens como os camaradas Stakanov, Busiguin, Smetanin, Krivonós, as Vinogradovas e muitos outros, homens novos, operários e operárias, que se fizeram donos absolutos da técnica em seu ramo, que a dominaram e impulsionaram. Faz três anos, não havia ou quase não havia entre nós homens semelhantes... A importância do movimento stakanovista está em que é um movimento que destrói, por insuficientes, as antigas normas técnicas; está em que, em certo número de casos, ultrapassa a produtividade de trabalho nos países capitalistas mais avançados, franqueando deste modo a possibilidade de transformar nosso país no pais mais próspero".
Caracterizando o método de trabalho dos stakanovistas e ressalto a enorme importância do movimento stakanovista para o porvir País Soviético, o camarada Stalin ajuntava:
"Observai os camaradas stakanovistas. Quem são estes homens? São principalmente, operários e operárias jovens ou de meia-idade, homens preparados, do ponto de vista cultural e técnico, modelos de precisão e de exatidão no trabalho, que sabem apreciar o fator tempo no trabalho e aprenderam a contar, não somente por minutos, mas também por segundos. A maioria deles tem o mínimo de conhecimentos técnicos e continua completando sua instrução técnica. Estão isentos do conservadorismo e da rotina de alguns engenheiros, técnicos e dirigentes da Economia. Marcham audazmente para diante, destruindo as normas técnicas antiquadas e criando outras novas, mais avançadas. Introduzem emendas nas previsões de capacidade das empresas ou nos planos econômicos estabelecidos pelos dirigentes de nossa indústria. Amiúde completam e corrigem os engenheiros e técnicos. Freqüentemente os instruem e os empurram para diante, pois são homens que dominam plenamente a técnica de seu ramo e sabem fazer com que a técnica renda o máximo que pode dar. Hoje os stakanovistas são ainda pouco numerosos. Mas quem pode duvidar que amanhã serão dez vezes mais? Não é claro que os stakanovistas são inovadores em nossa indústria, que o movimento stakanovista representa o porvir de nossa indústria, que encerra o gérmen do futuro apogeu cultural e técnico da classe operária, que nos abre o único caminho pelo qual se podem obter os índices superiores da produtividade do trabalho, necessários à passagem do socialismo para o comunismo e para a supressão do antagonismo entre o trabalho intelectual e o trabalho físico?"
A difusão esmagadora do movimento stakanovista e a execução do segundo Plano Qüinqüenal antes do prazo assinalado criaram as condições necessárias para um novo apogeu do bem-estar e do desenvolvimento cultural dos trabalhadores.
O salário real dos operários e empregados experimentou, durante o segundo Plano Qüinqüenal, um aumento de mais de duas vezes. O fundo de salários cresceu de 34 mil milhões, em 1933, para 1 mil milhões, em 1937. O fundo de seguros sociais do Estado aumentou de 4 mil e 600 milhões de rublos, em 1933, para 5 milhões, em 1937. Somente em um ano, em 1937, inverteram-se em seguros sociais para os operários e empregados, em melhorias das condições de vida e das necessidades culturais dos trabalhadores, em somatórios, balneários, casas de repouso e assistência médica, cerca de 10 mil milhões de rublos.
No campo, firmou-se definitivamente o regime kolkosiano. Contribuíram para isso consideravelmente o Estatuto do artel agrícola, aprovado no 2°. Congresso de kolkosianos de choque, celebrado em fevereiro de 1935, e a entrega aos kolkoses, em usufruto perpétuo, de todas as terras cultivadas por eles. Graças à consolidação do regime kolkosiano, desapareceram do campo a pobreza e a insegurança. Enquanto que, três anos antes, cada kolkosiano recebia dois quilos de trigo por jornada de trabalho, agora, a maioria dos kolkosianos, nas regiões produtoras de cereais, passou a receber de 5 a 12 quilos de trigo por jornada de trabalho, e muitos deles até 20, afora outros produtos e as receitas em dinheiro. Apareceram milhões de lares kolkosianos que percebiam, nas regiões produtoras de cereais, de 8 mil a 24 mil quilos de trigo, e dezenas de milhares de rublos por ano nas regiões hortícolas e produtoras de algodão, linho, beterraba, gado, frutas, uva e vinho. Os kolkoses começaram a ter uma vida próspera. Os kolkosianos começaram a preocupar-se fundamentalmente em construir celeiros e armazéns, já que os velhos locais destinados a armazenar os produtos, em tempos em que faziam as poucas reservas para um ano, não preenchiam nem a décima parte das novas necessidades dos kolkosianos.
Em 1936, ao crescer o bem-estar das massas populares, o governo baixou uma lei proibindo os abortos. Ao mesmo tempo se traçava um vasto plano de construção de maternidade, creches, cozinhas infantis e jardins de infância. Em 1936 se destinaram para estes fins 2.174 milhões de rublos contra 875 milhões em 1935. Baixou-se uma lei especial, proporcionando uma ajuda considerável às famílias numerosas. Em 1937 se inverteram mais de mil milhões de rublos em subsídios concedidos segundo esta lei.
Como resultado da implantação do ensino obrigatório e da construção de novas escolas, surgiu um grande e potente florescimento cultural entre as massas populares. Por todo o país se desenvolveu um grandioso plano de construção de escolas. O número de alunos das escolas primárias e médias aumentou de 8 milhões em 1914 para 28 em 1936-37. O número de alunos das Escolas superiores aumentou de 112.000, em 1914, para 542.000, em 1936-37.
Foi uma verdadeira revolução cultural.
No rápido melhoramento da situação material e no desenvolvimento cultural das massas populares se revelavam a força, a potência e o caráter invencível da Revolução Soviética. As revoluções anteriores haviam fracassado sempre, porque, ainda que dando ao povo a liberdade, não tinham podido oferecer-lhe ao mesmo tempo, uma melhora sensível de sua situação material e cultural. Era esta a sua falha mais importante. A Revolução soviética se distingue de todas as demais revoluções pelo fato de que, além de livrar o povo do czarismo e do capitalismo, veio melhorar radicalmente sua situação material e cultural. Nisto reside sua força invencível.
"Nossa Revolução proletária — disse o camarada Stalin, em seu discurso perante a 1ª. Conferência de stakanovistas de toda a U.R.S.S., — é a única revolução do inundo que pôde mostrar ao povo, não só seus resultados políticos, mas também resultados materiais. De todas as revoluções operárias, só conhecemos uma que haja conquistado, mal ou bem, o Poder — é a Comuna de Paris. Mas não durou muito tempo. E certo que tentou romper as cadeias do capitalismo, mas não pôde consegui-lo, e muito menos logrou mostrar ao povo os resultados materiais da Revolução.
Nossa revolução é a única que não só rompeu as cadeias do capitalismo e deu liberdade ao povo, mas também conseguiu, além disso, dar ao povo as condições materiais para uma vida desafogada. Nisso reside a força invencível de nossa Revolução".
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Inclusão | 27/05/2011 |
Última alteração | 03/11/2011 |