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Na verdade, toda e qualquer versão do “oportunismo”, mais não é que a expressão do desejo da burguesia de todos os países, de que são porta-vozes seus acólitos socialistas-reformistas de todas as gamas, em extinguir na classe operária a fé em suas forças, a fé na possibilidade real e inevitabilidade do seu triunfo, para dessa forma poder perpetuar o regime de escravidão assalariada.
A burguesia bem sabe que se o regime capitalista não foi ainda liquidado e continua subsistindo, isto acontece não devido às suas boas qualidades, mas simplesmente porque a consciência do proletariado ainda está impregnada com a ideologia capitalista, não possui ainda plena consciência do seu papel histórico e da inevitabilidade do seu triunfo.
Todo o esforço, pois, das forças reacionárias, das que sustentam o caduco imperialismo, visam a impedir que a classe operária, libertando-se da ideologia da classe dominante, adquira a consciência do seu papel histórico, de coveiros do capitalismo.
O “populismo” é uma das formas desse esforça da burguesia reacionária nacional, é o apoio social mais valioso ao imperialismo, entre nós. Por que? Poi-que o seu rótulo e as relações que os seus ideólogos estabelecem com o “trabalhismo” inglês, apresentado mentirosamente ao mundo como capaz de emancipar pacífica e evolutivamente o trabalhador, confunde e ilude as grandes massas brasileiras, inexperientes, muito embora seu próprio programa e Vargas defendam a propriedade privada e a impossível conciliação entre o “trabalho” e o “capital”, entre o imperialismo e os povos coloniais e dependentes, ou, sintetizando, entre os explorados e os exploradores.