(1933-2009): Poeta e livreiro cearense Ingressou no Partido Comunista do Brasil em 1952, quando se muda para Fortaleza. Logo, começa a trabalhar no jornal do partido no Ceará, O Democrata. Diante dos ataques de Nikita Kruchov à Stalin no XX Congresso do PCUS, em 1956, desde as páginas do periódico comunista cearense, Raposo irá defender a figura e papel histórico do Marechal do Exército Vermelho. No entanto, as posições revisionistas foram tomando conta da direção do PCB predominando em seu seio uma linha reformista e legalista. Neste momento, Raposo, embora permanecesse ligado ao PCB, já guardava certo distanciamento. Em 1964, logo após o golpe militar de 1º de abril, foi preso e encarcerado no 23º Batalhão de Caçadores, onde passou 33 dias. Dentro da prisão, Raposo compôs um de seus mais célebres poemas, "Treme o lado direito da rua". No início da década de 1980, Raposo rompe definitivamente com o PCB acompanhando o posicionamento autocrítico de Luís Carlos Prestes. Edita um milhão de cópias da sua Carta de Autocrítica e, entusiasmado, retoma seu trabalho de propagandista da revolução. No entanto, como o processo autocrítico de Prestes tinha suas limitações, Raposo, apesar de sempre ter guardado enorme estima pelo "Velho", em uma Carta aberta a Prestes o critica por não assumir a responsabilidade de reorganização do partido comunista. Nos anos de 1990, diante do colapso da URSS social-imperialista, dos incontáveis ataques ao socialismo, à ditadura do proletariado, às figuras de Lenin e Stalin, Raposo mais uma vez se levanta em defesa do comunismo. Em 1993, lança o livro "Stalinismo", onde reafirma o combate as posições traidoras do XX Congresso do PCUS e procura fazer uma defesa sistemática do pensamento de Lenin e Stalin. Dez anos após o lançamento de "Stalinismo", Raposo dá um novo salto em sua militância revolucionária. Em 2004, assume o maoísmo defendendo-o como uma nova terceira e superior etapa de desenvolvimento da ideologia do proletariado, o marxismo, concebendo-o como marxismo-leninismo-maoísmo. Este seu posicionamento ficou registrado em sua "Carta de afastamento do PCR". Neste mesmo documento, resgatando a "Carta de 12 Pontos aos comunistas revolucionários", de 1966, da autoria de Amaro Luiz de Carvalho, o Capivara e Manoel Lisboa, Raposo sustenta a guerra popular prolongada e a estratégia do cerco da cidade pelo campo como caminho da revolução brasileira. Nesta última fase de sua militância, se vincula ao Jornal A Nova Democracia , compondo em 2009 seu Conselho Editorial e de maneira entusiasta assumiu sua distribuição no Ceará. Foi um dos criadores, nos anos 1960, da revista cultural O Saco. Entre 1956 e 1964 foi proprietário da livraria Feira do Livro, uma rede de livrarias nos estados do Ceará e Rio Grande do Norte distribuidores das editoras Civilização, Vitória e São Paulo, portanto o maior distribuidor e vendedor de livros marxistas na região.