"A versão aqui proposta segue esta edição: Grundlinien der Philosophie des Rechtes, hrsg. von Johannes Hoffmeister, Hamburg, Felix Meiner 19554. Os parágrafos escolhidos (§§341-360) encerram a Filosofia do Direito e constituem um pequeno todo, que vale por si mesmo e oferece um vislumbre forte da visão hegeliana da história; estão redigidos com extrema concisão, numa linguagem algo rude e muito abstracta, de dura e agreste dificuldade para os tradutores. Por isso, alguns destes cedem, com frequência, à tentação das paráfrases e dos circunlóquios; mas, ao fazê-lo, desfiguram o estilo de Hegel que, não sendo habitualmente um artista da escrita, é inovador na língua e há-de ser, quanto possível, respeitado no seu discurso retorcido e sinuoso, nas suas longas frases pejadas de orações relativas, de substantivações dos adjectivos e dos verbos. Sem servidões, claro está. Foi o que tentei fazer nas múltiplas horas dedicadas ao trabalho de cinzelar o verbo hegeliano com o escopro do nosso idioma, na máxima fidelidade ao original e com o intuito da máxima claridade possível. Termos há (‘ideal’, ‘ético’, ‘momento’, etc.) que em Hegel revestem um sentido específico e que hão-de, por isso, ser objecto da precaução do leitor." (da Nota do Tradutor) |