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Não me peça sorrisos
que ainda transpiro
os ais
dos feridos nas batlhas.
Não me exijas glórias
que sou eu o soldado desconhecido
da Humanidade.
As honras
cabem aos generais.
A minha glória
é tudo o que padeço e que sofri
os meus sorrisos
tudo o que chorei.
Nem sorrisos, nem glória.
Apenas um rosto duro
de quem constrói a estrada
por que há de caminhar
pedra após pedra
em terreno difícil.
Um rosto triste
por tanto esforço perdido
- o esforço dos tenazes
que à tarde se cansam
Uma cabeça sem louros
porque não me encontrei
no catálogo
das glórios humanas.
Não me descobri na vida
e selvas desbravadas
escondem os caminhos
por que hei de passar.
Me hei-de encontrá-los
e segui-los
seja qual for o preço.
Então
num novo catálogo
mostrar-te-ei
o meu rosto
cercado de ramos de palmeira
e terei para ti
os sorrisos que me pedes.
Inclusão | 05/11/2016 |