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Primeiro presidente da República de Angola, era médico de profissão, poeta por vocação e um líder por natureza. Foi em Portugal onde Agostinho Neto iniciou a sua acção política. Em 1947, integrou o Movimento dos Jovens Intelectuais de Angola sob o lema “Vamos Descobrir Angola”. Em Coimbra, com Lúcio Lara e Orlando de Albuquerque, colaborou nas revistas “Momento” e “Mensagem”, órgãos da Associação dos Naturais de Angola. Os seus poemas e artigos, aliados ao seu engajamento político fizeram com que fosse perseguido e preso pela PIDE - Polícia Internacional de Defesa do Estado, órgão repressor da ditadura Salazarista que combatia os movimentos nacionalistas das colónias portuguesas de então. Posto em liberdade, retoma a actividade política e intelectual, fundando em Lisboa, em parceria com Amilcar Cabral, Mário de Andrade, Marcelino dos Santos e Francisco José Tenreiro, o Centro de Estudos Africanos, orientado para a afirmação da nacionalidade africana. Em 1951, é indicado como representante da Juventude das colónias portuguesas junto do MUD - Juvenil (Movimento de unidade democrática-Juvenil) português. Pela sua participação em actividades anticoloniais é novamente preso pela PIDE, em Fevereiro de 1955, e condenado a dezoito meses de prisão. Preso em Lisboa, Agostinho Neto não participa, em 10 de Dezembro de 1956, no acto de fundação do MPLA – Movimento Popular de Libertação de Angola. Em 1957, é libertado pela PIDE e, uma ano depois, licencia-se em Medicina pela Universidade de Lisboa. Participa da fundação do Movimento Anticolonialista (MAC). Que congregava patriotas das diversas colónias portuguesas para uma acção revolucionária conjunta nas cinco colónias portuguesas: Angola, Guiné, Cabo Verde, Moçambique e S. Tomé e Príncipe. Pouco antes do Natal de 1959, Agostinho Neto deixa Lisboa de regresso à Luanda, onde abre um consultório médico. Em paralelo com a sua actividade clínica, continua a sua militância a favor da independência e é eleito, em 1960, Presidente Honorário do MPLA. Preso pela terceira vez, em Luanda, Agostinho Neto é transferido para diversas prisões em Portugal e Cabo Verde. O assalto às cadeias de Luanda, em Fevereiro de 1961, desencadeia a luta armada pelo MPLA, seguindo-se uma forte repressão colonial. Preso na cidade da Praia, em em Cabo Verde, Agostinho Neto é transferido para a prisão de Aljube, em Portugal, onde permanece até Março de 1963. Libertado, em 1963, foge clandestinamente para Léopoldville (Kinshasa), e junta-se ao MPLA. Neste mesmo ano é eleito presidente do MPLA durante a Conferência Nacional do Movimento. A luta armada contra o domínio colonial se intensifica até que, em Fevereiro de 1975, regressa a Luanda. Em representação do MPLA, Agostinho Neto participa em Alvor, Portugal, na assinatura do acordo para a constituição do “governo de transição”. A 11 de Novembro de 1975, Agostinho Neto proclama a independência de Angola. Dirige o MPLA e Angola durante os primeiros anos de independência, mas, doente, morre a 10 de Setembro de 1977, em Moscovo, na União Soviética. Agostinho Neto deixou como legados, a independência e a liberdade do povo angolano.
Fonte: MPLA
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