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A vitória e a consolidação do socialismo podem ser garantidas somente na base da grande produção mecânica, tanto na cidade como no campo.
Escreveu Lênin:
“A única base material do socialismo pode ser a grande indústria mecânica, capaz de reorganizar também a agricultura.”(126)
O capitalismo desenvolveu a grande indústria e, com isto, criou a» premissas materiais necessárias para a revolução proletária e a construção do socialismo. Mas, em virtude da desigualdade do desenvolvimento econômico dos países capitalistas e da política imperialista das potências colonialistas, a moderna grande indústria foi desenvolvida preferentemente nos principais países capitalistas. Quanto a maioria dos países do mundo e, em primeiro lugar, os países coloniais e dependentes, não possuem grande indústria suficientemente desenvolvida. Pelo nível de desenvolvimento técnico, a agricultura se encontra fortemente atrasada com relação a indústria. Diante dos países que ingressaram no caminho da construção do socialismo, ergue-se a tarefa da mais rápida liquidação destas consequências do domínio do capitalismo, através do rápido desenvolvimento da grande indústria como base da transformação socialista da economia.
Um papel decisivo na indústria desempenham os ramos produtores de meios de produção — máquinas, equipamento, metal, carvão, petróleo, materiais de construção, etc. —, ou seja, a indústria pesada. Daí porque a industrialização socialista pressupõe o desenvolvimento primordial da indústria pesada e de sua medula — a indústria de construção de máquinas.
“O centro da industrialização, a sua base consiste no desenvolvimento da indústria pesada (combustível, metal, etc.), no desenvolvimento, no final de contas, da produção de meios de produção, no desenvolvimento da sua própria construção de máquinas.”(127)
A construção de máquinas ocupa um lugar particular na economia do país. Uma indústria de construção de máquinas desenvolvida é necessária para o reequipamento de todos os ramos da economia nacional com uma técnica moderna — com máquinas, tornos, aparelhos, instalações, ferramentas —, constituindo fonte das mais importantes do progresso técnico.
A industrialização socialista é ditada pela necessidade de elevar a produtividade de trabalho social e assegurar as premissas materiais para a edificação do socialismo, para o ininterrupto crescimento da produção e a incessante elevação do bem-estar do povo, o que decorre das exigências da lei da correspondência das relações de produção com o caráter das forças produtivas e da lei econômica fundamental do socialismo.
A industrialização do país se realiza na base da lei do desenvolvimento prioritário da produção de meios de produção com relação a produção de objetos de consumo. O desenvolvimento da produção de meios de produção cria as premissas para o ascenso dos ramos que fabricam objetos de consumo e para a elevação do bem-estar do povo.
A industrialização socialista cria a base material para o desenvolvimento das formas socialistas de economia e a liquidação dos elementos capitalistas, dando as formas socialistas de economia a supremacia técnica necessária para derrotar inteiramente a formação capitalista.
A indústria pesada representa a chave para a transformação socialista da agricultura, na base da técnica mecânica avançada. Abastecendo a agricultura com tratores, combinados e outras máquinas agrícolas, a indústria socialista serve de base para o aparecimento de novas forças produtivas no campo, necessárias ao desenvolvimento do regime colcosiano.
A industrialização socialista tem como consequência a elevação da quantidade numérica da classe operária, do seu peso específico e do seu papel dirigente na sociedade, reforçando os fundamentos da ditadura da classe operária e de sua aliança com o campesinato.
A industrialização socialista é um poderoso fator do ascenso econômico e cultural das regiões nacionais atrasadas. A criação da grande indústria nas regiões nacionais antes atrasadas é a base para a liquidação da desigualdade econômica efetiva entre os povos, para o fortalecimento da sua amizade e colaboração.
A industrialização socialista é condição necessária para a garantia da independência técnico-econômica e da capacidade de defesa dos países do campo socialista com relação ao campo imperialista. O desenvolvimento da indústria pesada constitui a base material da produção de modernos tipos de armamentos, necessários a defesa dos países socialistas.
Por conseguinte, a industrialização socialista constitui determinado desenvolvimento da grande indústria, e, em primeiro lugar, da indústria pesada, o qual é necessário para a reconstrução de toda a economia nacional na base da técnica mecânica avançada e da conquista de alto nível de produtividade do trabalho social, a fim de assegurar a vitória do socialismo, a independência técnico-econômica e a capacidade de defesa dos países socialistas com relação ao mundo capitalista. A industrialização assegura o rápido levantamento dos países socialistas, que se atrasaram economicamente no passado, ao nível dos países mais desenvolvidos do campo socialista. Como resultado disto, processa-se o nivelamento da linha comum de desenvolvimento econômico e cultural de todos os países integrantes do sistema socialista mundial.
A industrialização socialista do país teve importância vital para a URSS. Embora também possuísse grande indústria, a Rússia pré-revolucionária era predominantemente um país agrário. Pelo nível do desenvolvimento industrial, em particular da indústria pesada, ela se encontrava consideravelmente atrasada com relação aos principais países capitalistas.
Ocupando, pelo território, o primeiro lugar entre todos os países do mundo, e, pela população, o terceiro lugar (após a China e a Índia), a Rússia de antes da revolução situava-se, pelo volume da produção industrial, no quinto lugar, no mundo, e no quarto, na Europa. Estava equipada com modernos instrumentos de produção quatro vezes pior que a Inglaterra, cinco vezes pior que a Alemanha, dez vezes pior que os Estados Unidos. Os capitalistas estrangeiros dominavam nos ramos básicos da indústria pesada.
O domínio dos capitalistas e latifundiários conduziu a que a dependência da Rússia com relação as potências imperialistas ocidentais se acentuasse cada vez mais. Sobre o país pendia a ameaça direta de perda da independência nacional. As classes exploradoras eram incapazes de liquidar o secular atraso técnico-econômico da Rússia. Somente a classe operária pôde cumprir esta histórica tarefa. Ainda as vésperas da Grande Revolução de Outubro, Lênin frisava ser uma questão de vida ou morte para a Rússia atingir e ultrapassar os mais desenvolvidos países capitalistas no sentido técnico-econômico.
“A revolução conseguiu que, em poucos meses, a Rússia, pelo seu regime político, atingisse os países avançados.
“Mas isto é pouco. A guerra é inexorável e ela coloca a questão com impiedosa dureza: perecer ou atingir os países avançados e ultrapassá-los também economicamente...
“Perecer ou dirigir-se para a frente a todo o vapor. Assim foi colocada a questão pela história.”(128)
O nível de desenvolvimento das forças produtivas e, em particular, a existência de uma grande indústria concentrada, na Rússia de antes; da revolução, eram suficientes para a vitória da revolução proletária, para o estabelecimento do poder soviético — o mais avançado poder político no mundo. Entretanto, para a criação da base econômica do socialismo, para a transformação socialista da pequena e atrasada economia agrícola, era necessário liquidar o secular atraso técnico-econômico do país, criar uma poderosa indústria pesada. Não possuindo uma desenvolvida indústria pesada, a URSS estaria condenada a tornar-se um apêndice agrário dos países capitalistas mais desenvolvidos, perder sua independência e, com ela, também todas as conquistas da revolução socialista.
No período inicial do poder soviético, existia uma contradição entre o mais avançado poder político do mundo e a base técnico-econômica atrasada, herdada do passado. A fim de solucionar esta contradição, era necessário levar a efeito a industrialização socialista.
Desta maneira, a industrialização socialista da URSS foi uma necessidade histórica, condicionada pelos mais vitais e essenciais interesses da construção do socialismo.
O XIV Congresso do Partido Comunista (1925) colocou como tarefa central do Partido a industrialização socialista do país. Na resolução do Congresso é afirmado:
“Conduzir a construção econômica sob tal ponto de vista, a fim de que a URSS, de país importador de máquinas e equipamentos, se converta em país produtor de máquinas e equipamentos, para que, desta maneira, a URSS, nas condições do cerco capitalista, não possa, de nenhum modo, converter-se em apêndice econômico da economia capitalista mundial, mas represente uma unidade econômica independente, que se edifica a maneira socialista."(129)
Levar a efeito a industrialização do país, no prazo histórico mais breve, só é possível a base do método socialista de industrialização, condicionado pelas novas leis do socialismo.
Nos países capitalistas, a industrialização iniciou-se historicamente com o desenvolvimento da indústria leve. Somente após o decurso de longo tempo, chegou a vez para o desenvolvimento da indústria pesada.
A industrialização socialista inicia-se com o desenvolvimento da indústria pesada, o que dá considerável vantagem de tempo e permite resolver os problemas da reconstrução de toda a economia nacional na base de uma técnica superior, em brevíssimos prazos. Isto tinha particular importância para a URSS, como primeiro país do socialismo vitorioso. O caminho do desenvolvimento prioritário da indústria leve significaria a morte da revolução socialista, a subjugação da URSS pelas potências imperialistas. O Partido Comunista da União Soviética rejeitou este caminho e principiou a tarefa da industrialização do país com o desenvolvimento da indústria pesada.
A industrialização capitalista realiza-se espontaneamente, como resultado da corrida dos capitalistas atrás do lucro. A industrialização socialista realiza-se na base da lei do desenvolvimento planificado da economia nacional, no interesse da construção do socialismo e da satisfação das crescentes necessidades dos trabalhadores. Os planos cientificamente elaborados do desenvolvimento da economia nacional dão a possibilidade de utilizar os recursos materiais da maneira mais efetiva; dão clareza de perspectiva e constituem poderosa força mobilizadora das massas de trabalhadores. O Estado socialista estabelece, de modo planificado, as proporções da distribuição do trabalho e dos meios de produção entre os diferentes ramos, proporções que são exigidas pela necessidade da industrialização socialista do país, e assegura o desenvolvimento prioritário da indústria pesada, em elevados ritmos. Assim, no primeiro e no segundo planos quinquenais, o Estado soviético dirigiu a massa fundamental das aplicações de capital não para a indústria leve, embora esta fosse mais rentável, mas para as empresas da indústria pesada, cuja construção possuía importância decisiva para a vitória do socialismo. No interesse da industrialização nos países que edificam o socialismo, utiliza-se sistema de finanças, de crédito e de comércio exterior.
Na URSS, o programa de industrialização foi concretizado no plano leninista GOELRO, bem como no primeiro e no segundo planos quinquenais.
Elaborado, sob a direção de Lênin, pela Comissão Estatal para a Eletrificação da Rússia (GOELRO), o plano de eletrificação da RSFSR, calculado para 10/15 anos, foi o primeiro plano econômico unificado de uma república soviética, incluindo o restabelecimento e o desenvolvimento da economia nacional sobre uma nova base técnica. Em essência, este foi o primeiro plano de perspectiva da industrialização do país. O plano visava o aumento da fundição de ferro até 8,2 milhões de toneladas (contra 4,2 milhões de toneladas em 1913); de aço, até 6,5 milhões de toneladas (contra 4,2 milhões de toneladas em 1913) ; da extração de carvão, até 62,3 milhões de toneladas (contra 29,1 milhões de toneladas em 1913); o crescimento da potência das estações elétricas regionais até 1750000 kw (contra 189 000 kw em 1913); o crescimento da produção industrial bruta total até 180/200% com relação a 1913. Em 1935, ou seja, no decurso de 15 anos após a aprovação do plano GOELRO, estava ele consideravelmente superado em todos os índices.
A industrialização capitalista conduz a intensificação da exploração da classe operária e do campesinato, ao aprofundamento da oposição entre a cidade e o campo, a subjugação dos povos coloniais. A industrialização socialista, em correspondência com as exigências da lei econômica fundamental do socialismo, assegura uma base material sólida para o ininterrupto ascenso da produção, a base de uma técnica superior, conduz a liquidação do desemprego e cria as premissas para o ininterrupto ascenso da produção dos bens de consumo e para a sistemática elevação do nível material e cultural dos trabalhadores. A industrialização socialista, equipando a agricultura de uma técnica avançada, conduz a aproximação entre a cidade e o campo, ao fortalecimento da aliança operário-camponesa. O Partido Comunista da União Soviética repeliu as diretivas dos trotskistas, que propunham realizar a industrialização a custa da ruína do campesinato, o que significaria minar a aliança operário-camponesa.
O método socialista de industrialização amplia firmemente o mercado interno, criando, com isto, uma sólida base interna para o desenvolvimento da indústria.
De tudo isto decorre o interesse direto dos operários e camponeses na industrialização socialista.
A industrialização socialista do país, implicando na construção de numerosas empresas industriais, equipadas com a técnica mais moderna, apresenta a complexa tarefa de prover a indústria de quadros de operários qualificados e especialistas, capaze9 de assimilar e de utilizar ao máximo esta técnica. Nas condições do capitalismo, a principal fonte de força de trabalho suplementar é o exército de reserva dos desempregados. Na URSS, o desemprego foi liquidado já nos anos do primeiro plano quinquenal — em 1930. As fontes fundamentais de fornecimento de quadros a indústria foram o crescimento vegetativo da população urbana e as reservas de força de trabalho do campo, que se formam como resultado do equipamento da agricultura com uma nova técnica e do crescimento da produtividade do trabalho.
A industrialização socialista requer a organização da preparação produtiva e da elevação da qualificação dos operários. Já nos anos do primeiro plano quinquenal, foi amplamente desenvolvida a preparação de operários qualificados através da escola fabril, da universidade e de diferentes cursos de instrução técnico-produtiva de novos operários.
Apresentou-se, com toda a agudeza, a tarefa de preparação de novos quadros da intelectualidade técnico-produtiva. A classe operária deveria criar sua própria intelectualidade, capaz de servir aos interesses do povo e participar ativamente na construção socialista. Nos anos do primeiro e segundo planos quinquenais, o Estado soviético desenvolveu enorme trabalho de preparação de quadros, através do sistema de estabelecimentos de ensino superior e de escolas técnicas, para a indústria e para outros ramos da economia nacional.
No decurso de 1928 a 1937, o número de operários e empregados da indústria cresceu de 3,8 milhões a 10,1 milhões, isto é, em 2,7 vezes. O número de operários qualificados, trabalhando com os mais modernos mecanismos, cresceu mais rapidamente do que a quantidade geral de operários industriais.
A organização planificada da preparação de quadros pelo Estado soviético e o interesse das massas trabalhadoras no ascenso da produção social aceleraram e facilitaram a assimilação da nova técnica. Com isto mesmo, foram criadas as condições para o rápido crescimento da produtividade do trabalho.
A criação, no mais breve prazo histórico, da indústria pesada na URSS exigiu, nos primeiros tempos, sérios sacrifícios por parte da população. Despendendo enormes recursos no desenvolvimento da indústria pesada, o Estado soviético não podia, naquele período, desenvolver em ritmo rápido a produção de objetos de consumo popular, o que criava dificuldades para a satisfação das crescentes necessidades dos trabalhadores e continha O crescimento do salário real. Ao mesmo tempo, a industrialização socialista, ao equipar de uma técnica avançada todos os ramos da indústria e da agricultura, assegurava com isto as necessárias condições para o rápido crescimento ulterior do consumo popular.
Na industrialização dos países capitalistas, ao lado da exploração dos operários e camponeses, jogou um papel importantíssimo o afluxo de meios externos, a custa da espoliação colonial, das contribuições de guerra, dos empréstimos extorsivos e das concessões. Estes processos de mobilização de meios para a construção da indústria são incompatíveis com os princípios do regime socialista. Os países, que ingressam no caminho da construção do socialismo, solucionam com êxito o problema da acumulação de meios para a construção da indústria pesada a custa de fontes internas, a custa da acumulação socialista planificadamente realizada nestes países. A acumulação socialista é a utilização de parte da renda nacional para a ampliação da produção socialista. Ao lado disto, nas condições da existência do campo socialista, é utilizada amplamente a ajuda mútua dos países que integram este campo, inclusive através da prestação de créditos.
Causa a mais difícil foi a industrialização no primeiro país socialista do mundo — a URSS, que tinha sido no passado um país atrasado no terreno técnico-econômico. A edificação da indústria pesada na URSS exigiu enormes gastos materiais e financeiros. A fim de acumular os necessários meios para a construção de novas fábricas, foi necessária rigorosíssima poupança.
Ao cumprir a difícil tarefa da acumulação de meios para a industrialização, o Estado soviético se apoiou na superioridade da economia socialista. A expropriação dos latifundiários e capitalistas abriu a possibilidade de utilização para a industrialização socialista de considerável parte dos meios, que antes era apropriada pelos exploradores e gasta em objetivos de consumo parasitário.
O poder soviético libertou o país dos enormes pagamentos anuais no exterior sob a forma de juros dos empréstimos tzaristas e dos dividendos dos capitalistas estrangeiros pelos seus capitais localizados na Rússia. Antes da revolução, gastavam-se anualmente para estes fins 800 a 900 milhões de rublos-ouro.
O campesinato soviético se libertou do pagamento aos latifundiários pelo arrendamento da terra e do considerável endividamento para com os bancos. Interessado no desenvolvimento da indústria, o campesinato pôde dedicar para este fim uma parte dos seus meios.
Importantíssimas fontes de meios para a industrialização socialista foram as rendas da indústria nacionalizada, do comércio exterior, do comércio estatal interno e do sistema bancário. A importância destas fontes aumentou cada vez mais a medida do crescimento da indústria socialista.
A indústria socialista possui indiscutíveis superioridades com relação a capitalista na questão de assegurar o incremento da acumulação. Ela é a maior e mais concentrada indústria, unificada em escala nacional, livre da ação da lei da concorrência e da anarquia da produção. A propriedade social dos meios de produção, o caráter planificado do desenvolvimento da indústria, a utilização racional dos seus recursos, a laboriosa atividade da classe operária, o rápido desenvolvimento da técnica criaram as condições para o ininterrupto aumento da produtividade do trabalho social.
Na luta pela industrialização do país, importante papel desempenhou a consequente introdução do cálculo econômico e a aplicação da lei econômica da distribuição de acordo com o trabalho, combinando o interesse material pessoal dos trabalhadores com os interesses da produção social. A introdução do cálculo econômico e o pagamento do trabalho de acordo com a sua qualidade e quantidade estimularam o crescimento da produtividade do trabalho, a elevação da qualificação dos trabalhadores e o aperfeiçoamento dos métodos de produção.
Grande significação para o crescimento da produtividade do trabalho e a solução dos problemas da acumulação teve o desenvolvimento da atividade criadora das massas. Com a passagem dos meios de produção as mãos da sociedade, mudou radicalmente o caráter do trabalho social. Os trabalhadores passaram a trabalhar não para os capitalistas, mas para si, para a sociedade. Isto engendrou o profundo interesse dos operários no desenvolvimento da produção social, o que encontrou sua clara expressão no desenvolvimento da iniciativa criadora das massas e na emulação socialista. Na emulação das amplas massas da classe operária manifestou-se o papel progressista das novas relações de produção socialistas, a sua poderosa influência no desenvolvimento das forças produtivas. A emulação socialista revelou as enormes reservas do crescimento da produtividade do trabalho e da aceleração dos ritmos de industrialização. A emulação socialista, em amplo desenvolvimento, foi importante fator para o cumprimento antes do prazo do primeiro e do segundo planos quinquenais.
Nestas condições, o planificado e rápido desenvolvimento da indústria pesada, inclusive da indústria de máquinas, o que conduziu a enorme melhoria do equipamento técnico do trabalho, foi poderoso fator de elevação da sua produtividade. Desta maneira, a industrialização socialista é um meio necessário de realização das exigências da lei da ininterrupta elevação da produtividade do trabalho social.
Sobre o rápido crescimento da produtividade do trabalho nos anos da industrialização na URSS, atestam os seguintes dados: na indústria soviética, a produção por operário cresceu no primeiro plano quinquenal em 41%; no segundo, em 82%; em 1940, a produtividade do trabalho na indústria representava 343% com relação ao nível de 1928.
O rápido crescimento da produtividade do trabalho criou a possibilidade para a ininterrupta redução do preço de custo da produção, isto é, da soma de gastos da empresa na produção e realização do seu produto, expressa em forma monetária. A redução do preço de custo assegurou o crescimento da acumulação socialista.
Uma das importantes vantagens da economia socialista com relação a capitalista é a concentração nas instituições estatais de crédito de todas as acumulações monetárias das empresas estatais e cooperativas existentes no país, bem como dos meios livres da população (empréstimos estatais, depósitos nas caixas econômicas) e sua utilização planificada para o desenvolvimento da indústria. O Estado soviético assegurou o emprego racional dos meios acumulados para fins de satisfação das mais importantes exigências da industrialização. Promoveu uma política de rigorosíssimo regime de economia, de simplificação e barateamento do aparelho estatal e cooperativo, de melhoramento do cálculo econômico, de disciplina financeira, de luta contra o desperdício no gasto dos meios estatais.
Todas estas fontes de acumulação interna forneceram bilhões de rublos para a industrialização do país e permitiram dirigir grandes aplicações de capital para a indústria, particularmente para a indústria pesada.
Na URSS, durante o primeiro plano quinquenal (1929/1933), as inversões de capital na indústria (a preços comparados) representaram 27,7 bilhões de rublos, dos quais 23,3 bilhões foram aplicados nos ramos da indústria pesada. Durante o segundo plano quinquenal (1933/1937), as inversões de capital na indústria representaram 61,6 bilhões de rublos, dos quais 50,9 bilhões foram dirigidos para a indústria pesada. Durante os três anos e meio do terceiro plano quinquenal (1938/primeira metade de 1941), foram aplicados na indústria 59,4 bilhões de rublos, dos quais 50 bilhões na indústria pesada.
Desta maneira, o poder soviético superou, com êxito, as dificuldades relacionadas com a acumulação de recursos, necessários para a industrialização do país.
A aplicação do método socialista de industrialização ofereceu enorme vantagem de tempo, assegurando a criação, em brevíssimo prazo, de uma indústria socialista de primeira classe e os elevados ritmos do seu crescimento.
A possibilidade de elevados ritmos da industrialização socialista foi determinada pelas superioridades do sistema socialista de economia, pelas particularidades do método socialista de industrialização.
Durante o período de 1930 a 1937, os ritmos anuais médios de crescimento da produção industrial na URSS foram de cerca de 20%, enquanto nos países capitalistas foram, no mesmo período, em média, apenas de 0,5%. Os ritmos de crescimento da indústria na URSS superaram de muitas vezes os ritmos de crescimento da indústria dos principais países capitalistas, na melhor época do seu desenvolvimento. Assim, nos Estados Unidos, O crescimento anual médio da produção industrial foi o seguinte: nos últimos 30 anos do século XIX, 5%; de 1901 a 1929 4%.
A vitória da industrialização socialista na URSS se tornou possível porque o Partido Comunista e o Estado soviético, em sua política, se apoiaram nas leis do desenvolvimento econômico e sabiamente utilizaram as vantagens da economia socialista. Em correspondência com a tarefa de edificação do socialismo e de satisfação das crescentes necessidades materiais e culturais dos trabalhadores, foi levada a efeito gigantesca construção industrial.
A realização desta construção exigiu enormes aplicações de capital. O principal papel nos grandes empreendimentos coube a construção de novas empresas, que absorveram mais de metade de todas as inversões de capital na indústria.
A construção de novas empresas e a reconstrução das existentes realizou-se na base da utilização, em escala de massa, das conquistas da moderna técnica mundial. As novas empresas industriais foram abastecidas com as mais perfeitas máquinas, tornos e aparelhos. O processo de reconstrução técnica abrangeu todos os ramos da indústria.
Como resultado de tudo isto, durante os anos dos planos quinquenais de antes da guerra, foi criada uma poderosa indústria, dotada de uma técnica avançada.
Os fundos produtivos básicos de toda a indústria (instalações, máquinas e equipamento) superaram, em 1937, o nível de 1928 em 5,5 vezes; nos ramos produtores de meios de produção, em 7 vezes.
Durante os anos dos planos quinquenais de antes da guerra, foram construídos e postos em funcionamento milhares de fábricas e usinas. Entre estas, figuram dezenas de gigantes da indústria socialista: os combinados metalúrgicos de Magnitogorsk e Kuznetsk, a hidrelétrica de Dnieperpetrovsk, as fábricas de tratores de Stalingrado e Kharkov, as fábricas de automóveis de Moscou e Gorki, as fábricas de máquinas pesadas de Ural e Kramatorski, a fábrica de rolamentos de Moscou, os combinados químicos de Stalinogorsk, Solikamsk e Bereznik, além de muitas outras empresas. As novas empresas passaram a desempenhar o papel fundamental no volume total da produção industrial. Já em 1937, maÍ9 de 80% de toda a produção industrial foi recebida das empresas novas ou radicalmente reconstruídas nos anos dos dois primeiros planos quinquenais.
A realização vitoriosa do programa de industrialização modificou a correlação entre a indústria e a agricultura: apesar do aumento da produção agrícola, a produção industrial cresceu muito mais rápida, motivo por que o seu peso específico em toda a produção nacional elevou-se verticalmente. A indústria socialista se transformou na força decisiva da economia nacional. Mudou a correlação entre os ramos da produção de bens de produção e os ramos da produção de objetos de consumo. A produção de bens de produção ocupou o lugar dominante na massa geral da produção industrial, passou a desempenhar o papel dirigente no desenvolvimento da indústria e de toda a economia do país. A indústria de máquinas atingiu um nível tal, que se tornou possível produzir quaisquer máquinas dentro do país. A União Soviética atingiu a independência técnico-econômica com relação aos países capitalistas.
De 1913 a 1940, a produção industrial total da URSS cresceu em 8,5 vezes, enquanto a produção da grande indústria aumentou de quase 12 vezes. O peso específico da grande indústria na produção bruta da grande indústria e da agricultura elevou-se de 42,1% em 1913 a 77% em 1937. Enquanto em 1913 cabiam aos meios de produção 33% da produção industrial bruta, em 1940 cabiam mais de 60%. Às vésperas do primeiro plano quinquenal, a URSS importava cerca de um terço de todas as máquinas. Em 1932, já importava menos de 13%, e, em 1937, somente 0,9%. A União Soviética não somente cessou a importação de automóveis, tratores, máquinas agrícolas e outras, procedentes dos países capitalistas, mas passou a exportar tais artigos.
O rápido crescimento da indústria soviética fez com que o lugar dominante na produção industrial fosse ocupado pelas grandes empresas socialistas. Em 1924, o peso específico do setor privado na produção industrial da URSS representava 23,7%. Como resultado da execução do segundo plano quinquenal, a indústria privada foi inteiramente liquidada. O sistema socialista se tornou o único sistema na indústria da URSS.
A industrialização socialista conduziu ao ascenso do nível de vida material e cultural dos trabalhadores. A construção da indústria pesada serviu de base para a reconstrução técnica e para o poderoso desenvolvimento dos ramos que produzem objetos de consumo — a agricultura, as indústrias leve e de alimentação. As inversões de capital na indústria de objetos de consumo aumentaram, no segundo plano quinquenal, em 2,4 vezes com relação ao primeiro plano quinquenal.
No processo da industrialização socialista, ocorreram modificações radicais na distribuição geográfica da indústria. Foram criadas novas bases industriais de primeira classe nas regiões orientais do país — nos Urais, na Sibéria ocidental, no Cazaquistão. A industrialização socialista foi acompanhada do crescimento de velhas cidades e da criação de novas cidades. Em todo o país, era particular no Oriente, cresceram grandes cidades e núcleos industriais, que se tornaram centros econômicos e culturais, transformando toda a fisionomia das regiões circundantes. Durante o período de 1926 até princípios de 1940, foram criadas (não contando, antes de 1940, as cidades da Ucrânia ocidental, Bielo-Rússia ocidental, Moldávia, Lituânia, Letônia e Estônia) 266 cidades; o número de povoados de tipo urbano acrescentou-se de 362, no mesmo período. O peso específico da população urbana em toda a população da URSS cresceu de 18% em 1926 para 33% em 1938.
Como resultado do cumprimento do programa de industrialização, a União Soviética se transformou, de país atrasado, agrário, em forte potência socialista industrial. Foi criada uma sólida base industrial para a reconstrução técnica de toda a economia nacional, para o fortalecimento da capacidade de defesa da URSS e para o ininterrupto ascenso do bem-estar do povo. Foi liquidada a contradição entre o poder político mais avançado do mundo e a atrasada base técnico-econômica, herdada do passado.
A vitória da industrialização na URSS foi alcançada pelo Partido Comunista e pelo Estado soviético na luta pela superação de enormes dificuldades, relacionadas com o atraso econômico do país, com a encarniçada resistência dos elementos capitalistas liquidados e com a presença do cerco capitalista inimigo. O Partido Comunista encetou o curso da industrialização do país na luta contra os inimigos do socialismo — os trotskistas e oportunistas de direita — que opunham, a linha geral do Partido para a industrialização do país, a sua linha de conversão do país soviético em apêndice agrário dos países imperialistas, tentando desviar a URSS para o caminho do desenvolvimento capitalista.
Os processos concretos de industrialização de cada país, que entra no caminho da construção do socialismo, não podem ser uniformes, uma vez que dependem de variadas condições internas e externas, entre as quais as seguintes: o nível de desenvolvimento industrial do país dado, a existência nele de determinados recursos naturais, as relações de classe, a quantidade e o nível cultural da população, a diferença de condições históricas em que decorre a construção do socialismo, a situação internacional e outras. Frisando a possibilidade e a necessidade de “encontrar o caminho mais correto, mais econômico, para a reorganização do regime econômico da Rússia”, Lênin indicou:
“Falando em geral, este caminho é conhecido. Ele consiste na transição para a economia em grande escala baseada na indústria mecânica, na transação ao socialismo. Mas as condições concretas e as formas desta transição são inevitavelmente e devem ser variadas, na dependência daquelas condições sob as quais se inicia o movimento dirigido no sentido da construção do socialismo. Tanto as diferenças locais, como as particularidades da formação econômica, os costumes, o grau de preparação da população e as tentativas de realizar este ou aquele plano — tudo isto deve refletir-se na originalidade do caminho para o socialismo.”(130)
A União Soviética foi o primeiro país a construir o socialismo., fazendo-o nas condições do cerco das potências capitalistas hostis e de um país atrasado no sentido técnico-econômico. Ao lado disto, a União Soviética possuía enorme território, população de muitos milhões e variados recursos naturais. Em virtude de condições historicamente formadas, a União Soviética devia construir a indústria pesada, integrada de todos os seus ramos básicos, em breves prazos históricos, exclusivamente a custa de fontes internas. Dezenas de ramos da moderna indústria, que não existiam na Rússia de antes da revolução — automobilística e de tratores, construção de tornos, uma série de indústrias químicas, aeronáutica, de modernas máquinas agrícolas, da aços especiais e muitas outras, que constituíram, nos países capitalistas, o resultado de um longo desenvolvimento histórico — foram criadas na URSS durante os planos quinquenais de antes da guerra. Os fundos básicos dos mais importantes ramos da indústria pesada foram criados quase de novo em curto tempo.
Isto determinou as enormes dificuldades da construção do socialismo na URSS. Foi bastante aguda para a União Soviética a questão dos ritmos da industrialização. Esta foi questão de vida ou morte para o primeiro Estado socialista no mundo. A necessidade de rápidos ritmos de industrialização foi provocada pelas condições internas e externas do desenvolvimento da União Soviética.
As condições externas do desenvolvimento da URSS eram determinadas pela existência do cerco capitalista hostil. Os países imperialistas possuíam uma base industrial mais poderosa e aspiravam aniquilar ou, no mínimo, enfraquecer o Estado soviético. A questão dos ritmos de desenvolvimento industrial não se apresentaria tão aguda, se a União Soviética já tivesse uma indústria tão desenvolvida como os países capitalistas altamente industrializados. Esta questão não se apresentaria tampouco tão aguda, se a ditadura do proletariado já existisse, então, também em outros países, mais desenvolvidos no sentido industrial. Mas a União Soviética era um país atrasado no sentido técnico-econômico e o único país de ditadura do proletariado. Em vista disto, foi necessário realizar em ritmos rápidos a criação de uma base industrial desenvolvida.
As condições internas de desenvolvimento da URSS também exigiam rápidos ritmos de industrialização. Enquanto a URSS continuasse país de pequenos camponeses, conservava-se nela uma base econômica mais sólida para o capitalismo do que para o socialismo. A fim de resolver a questão “quem vencerá a quem?”, era necessário transformar, num prazo historicamente breve, a dispersa economia privada dos camponeses sobre a base do trabalho coletivo, equipado com uma técnica avançada, e retirar do capitalismo sua base na pequena produção mercantil. Foi necessário para tal fim o acelerado crescimento da indústria pesada.
Referindo-se as tarefas da industrialização do país e da reconstrução socialista da economia nacional, a reunião plenária do CC do PC(b) da URSS, em novembro de 1928, acentuou:
“Tendo em vista a necessidade de alcançar e ultrapassar os países capitalistas no sentido técnico-econômico, a reunião plenária do CC indica que o cumprimento desta tarefa é possível somente num ritmo tenso de desenvolvimento da indústria e de industrialização do país em geral e da máxima mobilização do Partido, dos operários e das massas camponesas.”(131)
A industrialização socialista da URSS teve enorme importância internacional. A rápida transformação do país antes atrasado em forte potência industrial demonstrou as indiscutíveis superioridades do sistema de economia socialista. A experiência da industrialização da URSS é utilizada pelos países de democracia popular com a consideração das particularidades concretas de cada país.
Nos países de democracia popular, formaram-se condições mais favoráveis para realizar a industrialização, uma vez que tais países integram o sistema socialista de economia mundial. Estes países contam com o poderoso apoio e experiência de todo o campo socialista, têm a possibilidade de receber multilateral ajuda material e técnico-científica do primeiro país socialista do mundo, possuidor de poderosa indústria altamente desenvolvida e de numerosos quadros qualificados, podem utilizar a riquíssima experiência da construção socialista na URSS. Os países integrantes do sistema socialista de economia mundial têm a possibilidade de beneficiar-se das vantagens da divisão socialista internacional do trabalho. Isto significa que não é necessário a cada um destes países criar e desenvolver todos os ramos da indústria pesada, como sucedeu na URSS. A construção da indústria nestes países é conduzida com a consideração das particularidades de cada país, inclusive de suas condições naturais, com a consideração da conveniência econômica do desenvolvimento de tais ou quais ramos, na base da ampla especialização e cooperação entre todos os países do campo socialista.
A industrialização socialista foi o caminho vitalmente necessário de transformação dos países, que tinham caráter agrário antes da revolução democrático-popular, em países industrial-agrários. Isto se refere a Albânia, Bulgária e Romênia — os mais atrasados do ponto de vista técnico-econômico — bem como a Hungria e Polônia. Para os países industrialmente desenvolvidos — a Tchecoslováquia e a República Democrática Alemã — as tarefas no terreno do desenvolvimento industrial consistem, antes de tudo, na liquidação das desproporções, herdadas do passado, na estrutura da indústria e no seu contínuo desenvolvimento e aperfeiçoamento técnico.
Todos os países de democracia popular passaram pelo período de restabelecimento de sua economia, que sofreu as consequências da guerra e da pilhagem fascista. Apoiando-se na ajuda da União Soviética e utilizando as vantagens da economia socialista planificada, os países de democracia popular cumpriram as tarefas do restabelecimento da economia em prazos muito breves — em dois ou três anos.
O êxito no restabelecimento da economia nacional criou uma base sólida para a sua reconstrução socialista. A construção das bases do socialismo foi a tarefa central dos primeiros planos quinquenais (na Polônia, plano sexenal) de desenvolvimento da economia nacional. O desenvolvimento da grande indústria e, antes de tudo, da indústria pesada, como base do socialismo, constituiu premissa indispensável a liquidação do desemprego e da superpopulação agrária naqueles países, dos quais anteriormente, todos os anos, saíam massas de emigrantes, que não encontravam trabalho. A industrialização levou ao fortalecimento das formas socialistas de economia e criou a base necessária a elevação do nível de vida da população.
A acumulação do setor socialista é a fonte fundamental de recursos para a industrialização nos países de democracia popular. Utiliza-se também, para fins da industrialização, parte da poupança dos trabalhadores, sob a forma de empréstimos estatais. Além disto, serve ao mesmo fim o confisco de parte das rendas dos elementos capitalistas da cidade e do campo, antes de tudo através da progressiva imposição tributária sobre estes elementos.
Fator decisivo do crescimento da acumulação socialista é a sistemática elevação da produtividade social do trabalho na base da introdução na produção de uma técnica avançada e da organização socialista do trabalho. A emulação socialista representa poderosa força motriz do crescimento da produtividade do trabalho. Participam da emulação socialista camadas cada vez mais amplas da classe operária. Os vanguardeiros da produção aplicam com êxito, no seu trabalho, a experiência produtiva acumulada na URSS e nos outros países do campo socialista. A elevação contínua da produtividade do trabalho é estimulada pela aplicação de diferentes formas de salário, da luta contra o nivelamento. Condição necessária para o aumento da acumulação é a utilização a lei do valor, a consolidação, por todos os meios, do regime de economia e a consequente introdução do cálculo econômico.
Escreveu Klement Gottwald:
“Será que, entre nós, houve e há poucos dirigentes econômicos e políticos, que se olvidaram da ação da lei do valor e para os quais, em consequência disto, as questões do cálculo econômico e da rentabilidade das empresas, a questão do preço de custo, a questão dos preços e outras deixaram de ter importância? Será que não está claro que esta errônea atitude traz muitos danos a nossa economia e freia o nosso movimento no caminho para o comunismo? Penso que isto está claro e deve levar a que todos os nossos homens, particularmente nos postos dirigentes e responsáveis, observem permanentemente o regime de economia na produção, nas esferas do abastecimento e da distribuição.”(132)
Assegurando o crescimento prioritário da indústria pesada, como fundamento do ascenso e da reconstrução técnica de toda a economia nacional, o Estado democrático-popular promove grandes aplicações na agricultura, na indústria leve e de alimentação, a fim de alcançar a considerável ampliação da produção agrícola e de produtos industriais de amplo consumo, o que conduz a elevação do nível de vida dos trabalhadores. O desenvolvimento destes ou daqueles ramos da indústria – na dependência de todo o conjunto de condições concretas de cada país — conduz ao ascenso da produtividade social do trabalho e, como não podia deixar de ser, cria condições para a mais rápida elevação do bem-estar da população.
Em alguns países, ao tempo em que se aplicava um curso correto ã industrialização socialista, foram cometidos erros de planificação. que engendraram uma série de fenômenos negativos. Os ritmos excessivamente tensos de desenvolvimento da indústria em combinação com o desenvolvimento insuficiente da agricultura provocaram desproporções na economia nacional, ao passo que a dispersão das aplicações de capital em numerosos projetos fez com que se retardasse a sua entrada em ação. Em alguns países, foram estabelecidas no plano tarefas excessivamente altas para a construção de certos ramos da indústria pesada. Aqui se fez sentir, as vezes, a aspiração a produzir todos os tipos de artigos industriais, sem considerar a ausência para isto de condições econômicas e naturais. Os ritmos traçados superaram as possibilidades reais desses países, sem que constituíssem necessidade, em virtude da existência da cooperação dos países socialistas e da ampla divisão do trabalho entre eles. Em certos casos, as tarefas planificadas para a elevação do nível de vida dos trabalhadores não foram completamente realizadas. Descobrindo os erros e insuficiências surgidos no curso da industrialização socialista, o poder popular tomou medidas efetivas para a eliminação desses erros.
O vitorioso cumprimento dos primeiros planos de perspectiva da reconstrução socialista da economia nacional constituiu enorme conquista histórica dos países europeus de democracia popular. Desapareceu o anterior atraso industrial na maioria destes países. Foi cumprida com êxito a tarefa de criação dos ramos básicos da indústria pesada. Foi criada uma sólida base metalúrgica, aumentou consideravelmente a extração de carvão, foi construída uma base energética própria com dezenas de hidro e termoelétricas, fortemente cresceram as indústrias de construção de máquinas e química. Os países europeus de democracia popular dispõem agora de poderosa base industrial para o contínuo movimento para a frente, pelo caminho socialista.
É expressivo o exemplo da Polônia. Em todo o período entre as duas guerras mundiais, a indústria da Polônia encontrou-se sempre num estado de profunda estagnação. O volume da produção industrial uma vez sequer não superou o nível de 1913, e, as vésperas da Segunda Guerra Mundial, em 1938, a produção industrial representava somente 94,5% do nível de 1913, enquanto o exército de desempregados atingia dimensões espantosas. Em 15 anos de poder popular, a produção da indústria polonesa cresceu em 6 vezes em comparação com o nível de antes da guerra.
Em 1958, o nível de antes da guerra da produção industrial foi superado em 3,3 vezes na Tchecoslováquia, em mais de 2,5 vezes na República Democrática Alemã, em quase 4 vezes na Romênia, em mais de quatro vezes na Hungria, em cerca de 9 vezes na Bulgária, em 18 vezes na Albânia.
O peso específico da produção industrial na produção total da indústria e da agricultura aumentou consideravelmente. Em todos os países de democracia popular, exceto a Bulgária e a Albânia, a produção dos ramos industriais produtores de meios de produção representa mais da metade de toda a produção industrial. Os antes atrasados países agrários da Europa central e sul-oriental se tornaram países industrial-agrários, com uma grande indústria, dotados da técnica mais moderna.
Na Polônia, tiveram poderoso desenvolvimento as indústrias carbonífera e química, a siderurgia, a produção de materiais de construção. Foram criadas as indústrias automobilística, de tratores e uma série de outros novos ramos da produção. Na Hungria, tiveram grande desenvolvimento as indústrias de alumínio, de máquinas, de tornos, a produção de equipamentos para a indústria extrativa e de máquinas agrícolas. Na Romênia, desenvolvem-se com êxito a indústria de extração e refino de petróleo e a indústria química; foram criados importante» ramos da construção de máquinas: máquinas agrícolas, equipamentos petrolíferos, construção naval e outros.
Na República Democrática Alemã, nos últimos anos, diminuíram consideravelmente as desproporções na economia nacional, provocadas pela divisão da Alemanha; foi criada, ali, uma base metalúrgica, ampliou-se o potencial produtivo da construção de máquinas pesadas e da construção naval, foi organizada a produção de máquinas agrícolas modernas, aumentou a produção de produtos químicos.
O vitorioso cumprimento dos próximos planos de perspectiva de desenvolvimento da economia nacional deve conduzir ao contínuo ascenso da indústria e da agricultura nos países de democracia popular.
A industrialização socialista para os países democrático-populares da Ásia constitui tarefa particularmente aguda e essencial. Para a República Popular da China, a industrialização socialista do país representa condição indispensável para a completa vitoria e consolidação do modo de produção socialista.
A República Popular da China dispõe de amplas possibilidades para a solução das tarefas da industrialização. O país dispõe de enormes reservas demográficas, de riquíssimos e variados recursos naturais para o desenvolvimento de todos os ramos da indústria e, em primeiro lugar, da indústria pesada. Ao mesmo tempo, no caminho da solução destas tarefas, inevitavelmente surgem não poucas dificuldades, ligadas ao atraso técnico, a insuficiência de quadros industriais qualificados, a distribuição irracional da indústria e as desproporções entre os seus diversos ramos, herdadas do passado, ao desconhecimento dos recursos naturais.
A existência e o desenvolvimento da União Soviética e dos países de democracia popular criaram condições extraordinariamente favoráveis a construção socialista na China. A colaboração fraternal, no terreno da ciência e da técnica, com outros países do sistema socialista mundial liberta a China da necessidade de passar por todos os graus preparatórios e lhe dá a possibilidade de realizar o salto revolucionário do atraso técnico ao mais alto nível de desenvolvimento industrial moderno.
Sendo um país imenso, com necessidades variadas e em rápido crescimento, a China carece da criação de um sistema industrial integral, o que pressupõe o desenvolvimento industrial multilateral, sob a condição do crescimento prioritário da indústria pesada.
Aplicando a política de industrialização socialista do país, o Partido Comunista da China coloca como sua tarefa a criação, no fundamental, de um sistema industrial integral no decurso de três quinquênios ou de um período algo maior. Na sua política de industrialização socialista, e Partido Comunista da China parte da necessidade do desenvolvimento prioritário da indústria pesada, como base para o abastecimento tecnológico de todos os ramos da indústria e da agricultura. Simultaneamente, são aplicadas medidas para o desenvolvimento da indústria leve, partindo das possibilidades de matérias-primas e recursos financeiros, bem como das exigências do mercado.
Ao lado da construção de grandes empresas, prevê-se o amplo desenvolvimento de empresas médias e pequenas, o que se explica pelo considerável atraso técnico-econômico do país, pela gigantesca população e, em relação com isto, pelo problema de sua ocupação.
O rápido desenvolvimento da indústria exige consideráveis acumulações. As fontes de meios para este fim foram, antes de tudo, as acumulações criadas no setor estatal da economia, as rendas do comércio interno e externo, em seguida os impostos, extraídos das empresas capitalistas, bem como os impostos procedentes da população, os empréstimos e as poupanças individuais dos trabalhadores. Como resultado das transformações agrárias, os camponeses se libertaram de enormes pagamentos aos latifundiários, o que, ao lado do melhoramento de suas condições de vida, lhes dá a possibilidade de dedicar parte dos frutos do seu trabalho para a industrialização.
Uma das principais condições do vitorioso desenvolvimento da economia nacional da China é o crescimento da produtividade do trabalho dos operários e camponeses. A este respeito, grande papel desempenha a emulação dos trabalhadores pelo aumento da produção, pelo melhoramento da qualidade da produção, pela economia de matérias-primas e melhor utilização do equipamento. O primeiro plano quinquenal de desenvolvimento da economia nacional da República Popular da China (1953/1957) foi destinado, antes de tudo, a criar a base inicial para a industrialização socialista do país. No primeiro plano quinquenal, as principais forças do país foram concentradas na criação da indústria pesada — metalúrgica, de combustíveis, energética, de construção de máquinas, química. Ao lado da tarefa principal — desenvolvimento, por todos os meios, da indústria pesada —, o plano quinquenal prefixou o ascenso do transporte, da indústria leve, da agricultura, a ampliação do comércio. Ao lado disto, foram tarefas do primeiro plano quinquenal assegurar o aumento sistemático do peso específico das formas socialistas de economia e a gradual elevação do nível de vida material e cultural do povo, a base do crescimento da produção.
A industrialização da China se realiza através da construção de empresas equipadas com a técnica moderna e da radical reconstrução de uma série de grandes usinas, bem como da mais racional e plena utilização das velhas empresas. A República Popular da China recebe da União Soviética e dos países europeus de democracia popular um equipamento de primeira classe e se vale da sua riquíssima experiência técnica, da sua experiência de organização do trabalho e da produção em grandes empresas socialistas.
O primeiro plano quinquenal de desenvolvimento da economia nacional da República Popular da China (1953/1957) foi superado. No decurso de alguns anos, foi ampliada a base siderúrgica no Nordeste, iniciada a construção de duas novas bases siderúrgicas na Mongólia Interior e na China central, a construção de uma série de novas e a ampliação de velhas estações elétricas, minas de carvão, campos petrolíferos, empresas de metalurgia não ferrosa, extração de metais não ferrosos, indústria química e indústria de materiais de construção, bem como de uma série de fábricas de construção de máquinas e empresas de industria leve.
No período do primeiro plano quinquenal, foi criada a base inicial da industrialização socialista. A produção industrial global, em 1957, tinha aumentado em 141% com relação a 1952 e superava em 21% o nível prefixado pelo primeiro plano quinquenal. Os ritmos anuais médios de crescimento da produção indústria representaram 19,2% ao invés de 14,7%, como se previa no plano. Durante os anos do quinquênio, a produção dos meios de produção aumentou em 3,2 vezes, a produção de máquinas em 4 vezes, a produção de objetos de consumo em 1,9 vezes.
No decurso do plano quinquenal, foram postas em construção mais de 10 000 instalações industriais, incluindo 312 empresas de metalurgia ferrosa, 599 estações elétricas, 600 minas de carvão, 22 empresas da indústria de petróleo e 637 da indústria química, 1921 empresas de construção de máquinas e de elaboração de metais, 613 empresas têxteis e outras. Entre as empresas em construção, figuravam 921 grandes instalações industriais, ou seja, 227 a mais do que fora traçado pelo plano. Ao término de 1957, haviam sido entregues a exploração, integral ou parcialmente, 537 grandes instalações industriais. Nos unos do primeiro plano quinquenal, construíam-se na China, com a colaboração da União Soviética, 166 grandes empresas, das quais, ao término de 1957, 68 entravam integral ou parcialmente em ação. Durante os anos do quinquênio, a potência produtiva aumentou nas seguintes quantidades: ferro gusa, em 3,39 milhões de toneladas; aço, em 2,82 milhões de toneladas; laminados, em 1,65 milhões de toneladas; carvão, em 63,76 milhões de toneladas; petróleo, em 1,3 milhões de toneladas; etc..
Como resultado do rápido crescimento da produção industrial, mudou a estrutura da produção industrial na China; a parte da indústria (incluindo a artesanal) na produção global da indústria e da agricultura aumentou de 41,5% em 1952 para 56,5% em 1957.
A indústria chinesa assimilou a produção de uma série de importantíssimos tipos de nova produção, como geradores, equipamento metalúrgico e extrativo, novíssimos tipos de tornes, autoveículos, aviões a jato, que a China no passado não podia produzir; foi iniciada parcialmente a produção de grandes laminados de aço e de ligas de aço de alta qualidade.
Durante o primeiro plano quinquenal, na China, foram produzidas 16,6 milhões de toneladas de aço, ao passo que, durante 49 anos (1900/1949), a produção de aço não totalizou mais do que 7,6 milhões de toneladas.
Na base do vitorioso cumprimento do primeiro plano quinquenal na China, desenvolveu-se o trabalho de preparação do segundo plano quinquenal, para o período 1958/1962. Entre as propostas para o segundo plano quinquenal de desenvolvimento da economia nacional, aprovadas na primeira sessão do VIII Congresso do Partido Comunista da China, foi colocado como tarefa mais importantes prosseguir a construção industrial com base na indústria pesada, fazer avançar a reconstrução técnica da economia nacional, criar uma sólida base para a industrialização socialista do país.
A fim de criar uma sólida base para a industrialização socialista do país, foi traçado no segundo plano quinquenal continuar a construção de empresas metalúrgicas, assegurar o rápido desenvolvimento da construção de máquinas, acelerar o desenvolvimento das indústrias de energia elétrica, de carvão e de materiais de construção, bem como adiantar a construção das indústrias petrolífera, química e de rádio, que são as menos desenvolvidas.
A segunda sessão do VIII Congresso do Partido Comunista da China reconheceu ser necessário elevar os ritmos da construção socialista. A sessão elaborou uma linha geral para a continuação da construção socialista: “pondo em tensão todas as forças e movendo-se para a frente, construir o socialismo pelo princípio de mais, mais rápido, melhor e mais econômico”. A linha geral do Partido foi aprovada por todo o povo chinês. Com os rápidos ritmos de desenvolvimento da economia nacional, assegura-se o ascenso vertical da indústria, da agricultura, da educação e da cultura. Em 1958, processou-se tempestuoso crescimento da produção de ferro gusa, aço e carvão. Cresceu fortemente a produção de energia elétrica.
No primeiro semestre de 1959, foram atingidos na economia nacional novos grandes êxitos. O volume da produção industrial global aumentou em 65%, a produção de aço em 66%, a produção de ferro gusa, carvão e tornos cresceu em mais de duas vezes com relação ao período correspondente de 1958.
A realização do segundo plano quinquenal criará as condições necessárias para a solução das principais tarefas do período de transição ao socialismo.
Fizeram considerável passo a frente, na causa da industrialização socialista, a República Popular da Mongólia, a República Democrático-Popular da Coreia e a República Democrática do Vietnã.
Na Mongólia, onde, antes da revolução, não existia moderna indústria, foram construídas dezenas de grandes empresas, munidas de técnica avançada, nos ramos da indústria extrativa, petrolífera, carbonífera e outros. Em 1958, a produção industrial global cresceu, com relação a 1940, em cerca de 5,8 vezes. Atualmente, a formação socialista domina, de modo indivisível, na indústria da Mongólia.
Na República Democrático-Popular da Coreia, já em 1949, o volume da produção industrial superou o nível de 1946 em 3,4 vezes. A guerra, desencadeada pela clique de Li-Sin-Man, provocou grandes destruições e trouxe enorme dano a economia da república. No decurso de cinco anos de após-guerra (1954/1958), os ritmos anuais médios de crescimento da produção industrial global foram de 42%. Em 1958, a produção industrial aumentou, com relação a 1944, em 4,3 vezes. O Partido do Trabalho da Coreia apresentou a seguinte tarefa: na base da ativa aceleração da revolução técnica e cultural, aumentar, no decurso dos próximos 6 a 7 anos, a produção dos principais artigos industriais em 3 a 4 vezes. Os trabalhadores da República Democrático-Popular da Coreia conduzem uma luta tenaz para que as tarefas de perspectiva, apresentadas pelo Partido no terreno do desenvolvimento econômico, se cumpram, não em 6 ou 7 anos, mas em 4 ou 5.
Na República Democrática do Vietnã, sob o domínio do regime colonial, a indústria teve um desenvolvimento muito fraco e unilateral. Além disto, ela sofreu enorme dano. como resultado de quase nove anos de guerra, imposta pelos colonizadores. Após a cessação da guerra, incrementou-se o trabalho de restabelecimento e. desenvolvimento da economia. Em resultado, cresce rapidamente a produção industrial. A parte do setor estatal na indústria e no artesanato representava, em 1957, cerca de 38%. O plano trienal de desenvolvimento e reconstrução da economia da República Democrática do Vietnã (1958/1960) prevê o crescimento da produção global da agricultura e da indústria em 78% com relação a 1957. O valor da produção global da indústria e do artesanato crescerá neste período em 86,4%, enquanto a produção das grandes empresas modernas crescerá em 169%. No decurso do plano trienal, foi previsto concluir a transformação das empresas industriais de capital privado em empresas mistas estatal-capitalistas.
Notas de rodapé:
(126) V.I. Lênin, Teses do Informe Sobre Tática do PCR(b), no III Congresso da Internacional Comunista, Obras, t. XXXII, p. 434. (retornar ao texto)
(127) I.V. Stálin, Sobre a Situação Econômica da União Soviética e a Política do Partido, t. VIII, p. 120. (retornar ao texto)
(128) V.I. Lênin, A Catástrofe que nos Ameaça e Como Combatê-la, Obras, t. XXV, p. 338. (retornar ao texto)
(129) Resolução do IV Congresso do PC (6) da URSS, em O PCUS nas Resoluções e Decisões dos Congressos, Conferências e Reuniões Plenárias do CC, parte II, 7ª edição, 1954, p. 195. (retornar ao texto)
(130) V.I. Lênin, Esboço Inicial do Artigo, As Tarefas Imediatas do Poder Soviético. Obras, t. XXVII, p. 181. (retornar ao texto)
(131) Resolução da Reunião Plenária do CC do PC(b) da URSS, 1928 em O PCUS nas Resoluções e Decisões dos Congressos, Conferências e Reuniões Plenárias do CC, parte II, 7ª edição, 1954, p. 526. (retornar ao texto)
(132) K. Gottwald, O Histórico XIX Congresso do Partido Comunista da União Soviética e as Nossas Tarefas, em Por Uma Paz Duradoura, Por Uma Democracia Popular!, de 7 de novembro de 1952. (retornar ao texto)
Inclusão | 04/07/2015 |