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Camaradas:
A necessidade de actualizar o Programa e os Estatutos do nosso Partido era já vivamente sentida pelas nossas organizações do distrito de Setúbal. A aprovação do Congresso destes documentos fundamentais reforça-nos para o combate contra todos os pretensos equívocos, contra todas as mistificações com que se pretende atacar a integridade ideológica, política e orgânica do nosso Partido.
No distrito de Setúbal, zona do País predominantemente operária e com um conjunto apreciável de grandes empresas, incidem com especial vigor as manobras divisionistas da reacção, tendo como aliados toda a espécie de grupelhos que se classificam a si próprios de «esquerdistas». Foi na Lisnave, na Setenave, na Siderurgia, na Timex, nas empresas de montagem de automóveis que a reacção procurou a todo o custo voltar os trabalhadores contra o Governo Provisório e contra o Movimento das Forças Armadas. Ante a resistência crescente da classe operária aos seus desígnios, os grupelhos lançaram-se resolutamente no trabalho divisionista no seio dos trabalhadores, com ataques abertos e calúnias ao nosso Partido nas Comissões de Unidade e nos plenários, como recentemente aconteceu na Setenave, na Socel e em outras empresas. As tentativas de divisão a nível sindical têm também uma forte incidência no distrito de Setúbal. Estas manobras conjugam-se com o trabalho provocatório no intuito de dividir a organização do Partido através da abordagem de elementos mais hesitantes, com constantes calúnias acerca dos dirigentes do Partido, nacionais, regionais e locais. A toda esta actividade de sapa responderam os trabalhadores com a magnífica demonstração de unidade que foi o dia nacional de trabalho voluntário. Trabalhadores de todas as empresas lançaram-se ao trabalho nesse dia com redobrado entusiasmo, e a restante população não empregada decidiu trabalhar em tarefas públicas, deixando os pequenos grupelhos completamente isolados e desesperados. Ao fim da tarde, os trabalhadores da capital do distrito dirigiram-se em manifestação à Praça Bocage, onde, em fato de trabalho, manifestaram perante a Câmara Municipal o seu apoio ao Governo Provisório e ao M.F.A. num comício que teve a participação de dez mil pessoas. Nesse comício, em que acabaram por tomar parte os outros partidos da coligação e em que se integraram os sindicatos, o Movimento Democrático e o Movimento da Juventude Trabalhadora, ficou nitidamente clara a grande influência de massas do nosso Partido, incessantemente vitoriado pelos trabalhadores. Mas ficou também demonstrado quem são os divisionistas e quem é que luta consequentemente pela unidade da classe operária, pela unidade de todas as forças democráticas e pelo estreitamento da aliança do Povo Português com o Movimento das Forças Armadas.
O nosso Congresso integra-se no contexto dessa luta. Consideramos que as alterações propostas aos documentos fundamentais do nosso Partido irão influenciar favoravelmente a nossa marcha para a conquista de uma verdadeira democracia que encaminhará o nosso povo no sentido da construção do Socialismo.
Viva a unidade da classe operária!
Viva a unidade de todas as forças democráticas!
Viva o reforço da aliança do nosso povo com o M.F.A.!
Viva o Partido Comunista Português!