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É próprio do capitalismo em geral a separação entre a propriedade do capital e a aplicação deste na produção, a separação entre o capital monetário e o industrial ou produtivo, a separação entre o capitalista que vive só das rendas do capital monetário e o empresário e todas as pessoas que participam diretamente na gestão do capital. O imperialismo, o domínio do capital financeiro, é o capitalismo no seu grau mais elevado, no qual essa separação adquire imensas, proporções. O predomínio do capital financeiro sobre todas as demais formas de capital implica a situação dominante do capitalista de renda e da oligarquia financeira, a situação destacada de alguns Estados, dotados de “potência” financeira, entre todos os demais. Pode-se julgar da extensão deste processo pelos dados estatísticos das emissões de toda espécie de valores.
Lênin — Obras Escogidas — T. I — Págs. 1001-2 — ELE, 1948 — El imperialismo, fase superior del capitalismo — Cap. III.
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As riquezas do universo concentram-se cada vez mais nas mãos de uns poucos magnatas do capital, cujo poder é bem superior ao dos reis e dos Parlamentos.
Lapidus e Ostrovitianov — Pr. Ec. Pol. — Cap. XXIV — § 120 — Pág. 564 — Calvino, 1944.
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... os grandes bancos, ao concentrarem o domínio da economia de todo o país não deixam de ser instituições capitalistas, motivo pelo qual não podem servir de meios para organizar a produção social de acordo com um plano. Os bancos monopolistas utilizam seu poder para saquear as massas populares em benefício de um pequeno número de magnatas do capital financeiro.
Luis Segal — Princípios de Economia Política — Cap. XI (2) — Pág. 321 — EPU, 2.a ed., 1947.
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Achamo-nos em presença, não mais da luta de competições entre grandes e pequenas empresas, entre estabelecimentos tecnicamente atrasados e estabelecimentos de técnica adiantada. Achamo-nos diante da estrangulação, pelos monopolistas, de todos os que não se submetem ao monopólio, ao seu jugo, à sua arbitrariedade.
Lênin — O imperialismo, fase superior do capitalismo — Cap. I — Pág. 30 — Vitória. 1947.
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Assim é que o capital financeiro significa o domínio de um punhado de capitalistas sobre o conjunto da produção social, o domínio da oligarquia financeira que emprega seu poder para reforçar a exploração da classe operária e de todas as camadas laboriosas da população.
Luis Segal — Princípios de Economia Política — Cap. XI (2) — Pág. 321 — EPU, 2.a ed., 1947.
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Um dos pivôs mais importantes da oligarquia financeira é o sistema do holding. Comparando-se os dados citados por Lênin e os algarismos recentes, vê-se que nesse domínio o monopólio capitalista fez igualmente enormes progressos. O papel das sociedades anônimas adquiriu grande amplitude. A variedade das formas de organização adotadas pelos sistemas de controle e de holding desenvolveu-se consideravelmente. Os dados citados nas páginas precedentes mostram que com o auxílio de um sistema de etapas múltiplas de holding os trustes obtêm o controle de um grupo de sociedades anônimas, mesmo se só possuem uma parte insignificante do seu capital (1% e menos). O controle do capital de numerosas empresas por um centro único por meio do sistema holding atingiu enormes extensões. Por exemplo, no seu livro The House of Morgan, L. Cory calcula que o capital controlado por Morgan e seus associados na véspera da crise elevava-se a 74 bilhões de dólares; tinham nas suas mãos 72 sociedades cujos capitais montavam a 20 bilhões de dólares. Segundo os algarismos publicados em maio de 1929 pelo American Bankers Association, 24 banqueiros nova-iorquinos eram administradores de 438 sociedades, das quais 297 empresas industriais e comerciais; um desses banqueiros estava à frente de 47 consórcios, etc. Um documento oficial apresentado ao Congresso dos Estados Unidos salienta que, nas sociedades de utilidade pública, havia 90 pessoas das quais cada uma delas era membro de conselhos de direção ou de controle em nunca menos de 50 empresas; uma quinzena dentre eles eram administradores de 2.117 empresas. Dá-se o mesmo nos outros países, embora em menor escala. Pode-se assim dizer que o número de pessoas que, de fato, controlam a riqueza da sociedade capitalista diminui constantemente. Lênin mencionava que somente 300 capitalistas governavam a Alemanha, mas, no capitalismo de após guerra, esse número é muito menor. O escritor pró-fascista Ferdinand Fried, analisando a “oligarquia da riqueza” observa que 100 a 140 pessoas têm as posições chaves da economia alemã. O antigo embaixador dos Estados Unidos em Berlim, Gérard, dá uma lista de 64 pessoas que controlam a riqueza dos Estados Unidos. O Deutsche Bergwerkszeitung, órgão da indústria pesada alemã, nota que 100 pessoas somente controlam as sociedades anônimas francesas, e que à frente dessas 100 pessoas não há senão 2 homens que são a personificação de todo o poderio do capital financeiro do país.
E Varga et L. Mendelsohn — Données complementaires à l’imperialisme de Lénlne — Pág. 339 — Editions Sociales, 1950.
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Lênin cita como sinal evidente do aumento do capital financeiro e da oligarquia financeira o enorme aumento das emissões de capital que, durante a primeira década do século XX, passaram de 100 bilhões a 198 bilhões de francos. De 1921 a 1930, esse total elevou-se a cerca de 550 bilhões de francos, paridade de antes da guerra. Em cinco anos somente, de 1926 a 1930, foram emitidos novos valores equivalentes a 333 bilhões de francos de antes da guerra, o que representa o triplo de antes da guerra. O total dos valores circulantes aumentou também consideravelmente, e é interessante observar nesse sentido que o valor total dos títulos citados pelo New-York Stock Exchange, para janeiro de 1929 somente (calculado em francos de antes da guerra), era mais elevado do que é valor total dos títulos que circulavam em todo o mundo capitalista em 1910.
O aumento da oligarquia financeira implica um aumento do ônus que esta oligarquia impõe à sociedade. Em primeiro lugar, 03 lucros dos acionistas aumentaram consideravelmente em relação aos do período de antes da guerra. Lênin cita dados que mostram que os lucros dos bancos decorrentes da emissão de ações industriais na Alemanha são em média de 50 por cento. Mas a emissão total dos títulos aumentou enormemente, e com isso a renda da emissão dos títulos deve ter aumentado também. Em particular, a considerável “mouillage”(1) do capital dos grandes monopólios, durante o período do após-guerra, mostra claramente o enorme aumento dos lucros da oligarquia financeira. A “mouillage” do capital é um dos métodos favoritos empregados para proporcionar lucros aos acionistas e para ocultar do público o montante real dos lucros realizados.
E. Varga et L. Mendelsohn — Données complementaires à l'imperialisme de Lenine — Págs. 337-38 — Editions Sociales, 1950.
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... os fatos monstruosos concernentes à monstruosa dominação da oligarquia financeira são de tal modo patentes que, em todos os países capitalistas, na América, na França, na Alemanha, criou-se uma literatura que defenda o ponto de vista burguês, mas que dá, contudo, um quadro mais ou menos verídico e faz uma crítica — vulgar naturalmente — da oligarquia financeira.
Na base, há em primeiro lugar o “sistema de participações” sobre o qual já dissemos algumas palavras. Eis a exposição que dele faz o economista alemão Heymann, um dos primeiros, senão o primeiro a ocupar-se do assunto:
“O diretor controla a sociedade matriz; esta, as associações filiais; estas, por sua vez, as filiais das filiais, etc. Pode-se, portanto, sem possuir um capital muito grande ter uma grande influência sobre imensos domínios da produção; porquanto, se a posse de 50% do capital é sempre suficiente para exercer o controle, o diretor não precisa senão de um milhão para poder controlar 8 milhões de capital nas filiais. E se levar mais longe essa cifra chegará até o ponto de controlar dezesseis milhões, trinta e dois milhões, etc.” (Heymann)
Na realidade, a experiência mostra que basta possuir 40% das ações para predominar nos negócios de uma sociedade por ações (Liefmann) porque um certo número de pequenos acionistas disseminados não tem praticamente nenhuma possibilidade de participar das assembleias gerais, etc. A “democratização” da posse das ações, de que os sofistas burgueses e os oportunistas “sociais democratas” eles também esperam (ou afirmam que esperam) a “democratização do capital”, o reforço do papel e da importância da pequena produção, e assim por diante, não é, na realidade, senão um dos meios de aumentar o poderio da oligarquia financeira. É por isso que, entre outros, nos países capitalistas mais adiantados ou mais antigos e “experimentados”, a legislação permite a emissão de títulos de menor valor. Na Alemanha, o montante de uma ação não pode, nos termos da lei, ser inferior a 1000 marcos, e os magnatas alemães das finanças olham com inveja a Inglaterra, onde são autorizadas ações de uma libra esterlina (= 20 marcos, cerca de 10 rublos). Siemens, um dos maiores industriais e “reis da finança” alemães, declarava no Reichstag, a 7 de junho de 1900, que “a ação de uma libra esterlina é a base do imperialismo britânico” (Gaevernitz). Esse negociante tem uma concepção mais profunda, mais “marxista” do imperialismo que certo escritor incongruente, que passa como fundador do marxismo russo e que acha que o imperialismo é um defeito, próprio dum dos povos. (Alusão a G. Plekhanov).
Lênin — Obras Escogidas _ T. I — Págs. 990-1 — ELE, 1948 — El imperialismo, fase superior del capitalismo – Cap. III.
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Na França, o reino da “oligarquia financeira” (Contre l’oligarchie financière en France — título do famoso livro de Lysis que teve até cinco edições antes de 1908) revestiu-se duma forma apenas diferente. Quatro dos bancos mais fortes gozavam do monopólio, “não relativo” e sim “absoluto”, da emissão de valores. Era de fato o “truste dos grandes bancos”. E o monopólio que ele exerce assegura lucros, consequentemente, por ocasião das emissões. Um país que contrai um empréstimo não recebe geralmente mais de 90% do total desse empréstimo; 10% ficam com os bancos e outros intermediários. O lucro dos bancos sobre o empréstimo russo-chinês de 400 milhões de francos elevou-se a 8%; sobre o empréstimo russo de 800 milhões (1904), a 10%; sobre o empréstimo marroquino de 62.500.000 francos (1904), a 18,75%.
O capitalismo, que começou seu desenvolvimento pela pequena usura, em pequena escala, acabou pela usura em grande escala “Os franceses, dia Lysis, são os usurários da Europa.” Todas as condições da vida econômica são profundamente modificadas por esta transformação do capitalismo. A população, a indústria, o comércio e os transportes marítimos podem não continuar a desenvolver-se, pois o “país'' continuará a enriquecer pela usura.
“Cinquenta pessoas que Representem um capital de 8 milhões de francos podem dispor de dois bilhões colocados em quatro bancos.” (Lysis)
Lenin — Obras Escogidas — T. I — Págs. 996-7 — ELE, 1948 — El imperialismo, fase superior del capitalismo — Cap. III.
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Mas os fatos ficam sendo os fatos. Não há trastes na Alemanha, não há “senão” cartéis; mas a Alemanha é governada quando muito por 300 magnatas do capital. E este número diminui sem cessar. Em todas as circunstâncias, em todos os países capitalistas, e quaisquer que sejam as variedades da legislação bancária que os rege, os bancos reforçam e aceleram consideravelmente o processo de concentração dos capitais e de formação de monopólios.
“Os bancos criam na escala social a forma, mas só a forma de uma contabilidade e de uma repartição gerais dos meios de produção...”
escrevia Marx há meio século em O Capital. Os algarismos que citamos sobre o aumento do capital bancário, o aumento do número de agências bancárias e sucursais dos grandes bancos, de suas contas-correntes, etc., nos mostram, concretamente, essa “contabilidade geral” de toda a classe de capitalistas, porque os bancos reúnem, pelo menos por algum tempo, toda a espécie de rendas em dinheiro dos pequenos empregadores, dos empregados e da leve camada superior dos operários. A “repartição geral dos meios de produção”, eis o que resulta aparentemente do desenvolvimento dos bancos modernos, dos quais os mais importantes, em número de 3 a 6 na França e de 6 a 8 na Alemanha, dispõem de bilhões e bilhões.
Lenin — Obras Escogidas — T. I — pág. 979 — ELE, 1948 — El imperialismo, fase superior del capitalismo — Cap. I.
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... o desenvolvimento e a importância das grandes sociedades em cada ramo da economia não dão ainda uma ideia exata do grau de monopolização da riqueza e da potência econômica dos Estados Unidos. Porque essas grandes empresas não são independentes, pois são controladas por alguns grandes bilionários. Assim é que em 1935, 106 das 250 maiores sociedades não financeiras (indústria, serviços públicos, estradas de ferro, etc.) eram controladas por 8 grupos que tinham assim 28,9% do ativo total da nação. Eis as 8 constelações: Morgan, 14,3%; Kuhn-Loeb, 5,2%; Rockefeller, 3,1%; grupo de Chicago, 2%; Mellon, 1,6%; Du Pont de Nemours, 1,2%; grupo de Boston, 0,8%; grupo de Cleveland, 0,7%.
É na indústria propriamente dita que a centralização é mais acentuada. As 250 maiores sociedades industriais, em 1939, detinham 65% da capacidade total de produção do país; os 35% restantes eram divididos entre 75.000 sociedades, Entre os 250 gigantes industriais, porém, 5 grupos (Morgan, Mellon, Rockefeller, Du Pont de Nemours e Cleveland) possuíam, eles sós, 33,6% dos meios de produção dos Estados Unidos, ou seja quase tanto quanto as 75.000 pequenas empresas.
Entre esses poucos grupos financeiros que dominam o conjunto da economia americana, Morgan ocupa um lugar destacado.
Henri Claude — La “libre entreprise” des trusts — in “Démocratie Nouvelle” — Ano 4.° — N.° 11 —- Novembro de 1950 – Pág. 569 — Paris.
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Depois de ter estado durante três décadas levantando capital para expansão de indústrias, a casa Morgan criou, em 1892, a Companhia General Electric como sua primeira fusão de companhias industriais. E dentro dos dez anos seguintes Morgan organizou combinados pelo menos em outras dez indústrias básicas: a U.S. Steel Corp., a International Harvester Co. e a International Mercantile Marine Co.
Ana Rochester — La naturaleza del capitalismo — Cap. VIII — Pág. 118 — Editorial Páginas, 1947.
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...Segundo os trabalhos do “Temporary National 62 a Committee” do Congresso americano, o grupo Morgan controlaria diretamente 41 das 250 maiores sociedades capitalistas, cujo ativo atingia, em 1935, a 30.210 milhões de dólares. Ele domina o financiamento da economia com os seus cinco grandes bancos (J.P. Morgan and Co., First National Bank of New York, Guaranty Trust, Bankers Trust New York Trust); a produção industrial com 13 das maiores sociedades: a U.S. Steel que domina a produção do aço; Kennecot Copper e Phelps Dodge a produção do cobre; a Newmont Mining a do chumbo; a General Electric o material elétrico; e mais minas de ferro, de cobre e de carvão, o material de estrada de ferro, a indústria petrolífera, os grandes “magasins”, etc. O grupo Morgan ainda possui 12 das maiores sociedades de serviços públicos. Domina inteiramente o telefone com essas duas enormes empresas mundiais que são a American Telephone and Telegraph Co. (A.T.T.) e a Consolidated Edison Co. of New York. Os ativos da A.T.T., segundo Berle e Neams, ultrapassariam a riqueza de 21 estados da União em conjunto e o ativo de 8.000 sociedades de importância média.
Ele controla 37% da produção de eletricidade com a Commonioealth and Southern Co., United Gas Improvement Co., American Power and Light, Public Service Corp. of New Jersey, Electric Power and Light, Niagara Hudson Power Co. e American Gas and Electric Co.
Ele domina as estradas de ferro com 11 grandes companhias, controlando 26% das grandes linhas de estrada de ferro dos Estados Unidos, entre as quais New York Central, Great Northern Railway, Northern Pacific Railway, Southern Railway e Western Pacific Railway.
Na realidade, todavia, a influência de Morgan é ainda maior que a indicada por esses dados oficiais. Uma “enquête” de Ana Rochester mostra com efeito que Morgan controla diretamente 51 sociedades financeiras (bancos, companhias de seguros, etc.) e 86 companhias não financeiras, cujo ativo alcança nos Estados Unidos a 43 bilhões de dólares e mais 3 bilhões no estrangeiro. Mais ainda, que o conjunto das sociedades sobre as quais estende a sua influência por intermédio de seus vassalos e de suas relações de negócios tinha em janeiro de 1952 um capital de 77,6 bilhões de dólares, dos quais 72 bilhões na União, representando mais de um quarto do capital de todas as sociedades americanas nos Estados Unidos. A “liberdade de empresa” é, em realidade, a ditadura de Morgan e de alguns outros feudais financeiros sobre a economia americana. A potência de Morgan ultrapassa de longe a que puderam ter os Bourbon, os Romanov e os Hohenzollern.
Henri Claude — La “libre entreprise” des trusts — in “Démocratie Nouvelle” — Ano 4.° — N.° 11 — Novembro de 1950 — Pág. 570 — Paris.
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Os banqueiros interessados em levantar capital para a indústria e os industriais que funcionam no campo bancário, representam a fusão dos interesses financeiros e industriais e são os capitalistas financeiros da atualidade. Por todos os Estados Unidos encontram-se ativos centenares de homens tanto nos assuntos financeiros como nos industriais e um pequeno número desses capitalistas financeiros se destacam como as figuras que controlam a vida econômica. Por meio deles, os grandes bancos e as corporações que dominam os negócios bancários americanos e a indústria básica estão unidos muito mais intimamente do que parecem estar.
Ana Rochester — La naturaleza del capitalismo — Cap. VIII — Pág. 116, Editorial Páginas, 1947.
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... se os Estados Unidos pertencem assim a um punhado de grupos financeiros e de grandes sociedades, a propaganda dos capitalistas e dos social-democratas de direita pode pretender que o sistema das sociedades por ações dá na realidade a propriedade a uma multidão de pessoas, e realiza assim a democracia econômica? Os fatos que respondam a essa impostura.
Nos Estados Unidos, a propriedade das grandes sociedades pertence com efeito a uma minoria de indivíduos a algumas “famílias”, que constituem verdadeiras dinastias feudais: os Morgan, Rockefeller, Du Pont, Mellon, Ford, Harkness, Vanderbilt, Whitney, McCormick, Guggenheim, Harriman, etc. e que são os verdadeiros donos da economia e dá política dos Estados Unidos.
Antes da guerra, com efeito, somente 10.000 pessoas (0,008% da população) possuíam um quarto de todas as ações das sociedades capitalistas e 75.000 (0,6% da população) detinha a metade.
Sempre, conforme o inquérito do Senado americano, 800.000 famílias sobre os 30 milhões de famílias americanas, isto é, menos de 3%, absorviam 21% da renda nacional. Elas recebiam: 10% de todos os salários; 19% de todos os aluguéis; 25% de todos os lucros de empresas; 41% de todos os juros; 48% de todos os rendimentos de propriedades; 71% de todos os dividendos.
No mesmo momento, 4 milhões de famílias (14% do total) tinham uma renda média mensal de 312 dólares, enquanto as despesas de consumo corrente eram avaliadas em 466 dólares.
Enquanto 326 famílias tinham uma renda superior a 500.000 dólares, 2.123.432 famílias deviam viver com menos de 3.000 dólares. A renda total do primeiro grupo igualava a do segundo. Eis aí a “democracia econômica”.
Henri Claude — La “libre entreprise” des trusts — in "Democratie Nouvelle” — Número especial — Ano 4.° — N.° 11 — Novembro de 1950 — Pág. 570 — Paris.
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No seu livro, F. Fried nota, no que concerne à Alemanha, que, nas indústrias de matérias básicas (carvão, potassa, ferro e aço) 19 pessoas ou famílias possuem uma riqueza que monta a 810 milhões de marcos; nas indústrias de transformação, 11 pessoas ou famílias possuem uma riqueza que se eleva a 230 milhões de marcos; na indústria química, 12 pessoas ou famílias possuem uma riqueza que monta a 210 milhões de marcos. Todos juntos, 42 indivíduos ou famílias possuem uma riqueza que orça por 1,25 bilhões de marcos. O mesmo autor recenseia, no domínio do capital financeiro na Alemanha, no pessoas ou famílias que possuem uma riqueza que monta a cerca de 3,4 bilhões de marcos.
James W. Gerard, antigo embaixador dos Estados Unidos na Alemanha, afirmou que 64 pessoas controlam a riqueza nacional dos Estados Unidos. Gerard dizia que esses homens são por demais ocupados para ocupar cargos políticos, mas designam os que os devem ocupar.
Eis uma lista de magnatas americanos classificados conforme os ramos de economia que controlam.
Banqueiros
Petróleo
Siderurgia
Cobre
Alumínio
Automóveis
Química
Eletricidade
Caminhos de Ferro
Indústria da Madeira
Tabaco
Comércio
E. Varga et L. Mendelsohn — Données complementaires a l’imperialisme de Lénine — Págs. 105-109 — Editions Sociales, 1950.
A paz é o caminho da liberdade e da grandeza da América. É o caminho da emancipação de nossos povos do jugo imperialista anglo-americano. A paz é o caminho da democracia e do verdadeiro patriotismo.
Luiz Carlos Prestes — in ‘'Problemas" — Pág. 89 — N.° 27 — Junho de 1950 — Brasil.
A extensão que a “união pessoal” tomou no capitalismo moderno está demonstrada pelos seguintes exemplos:
Em 1934, foi apresentado um relatório ao Congresso dos Estados Unidos. Fornecia dados interessantes a propósito da “união pessoal” que existe entre os serviços públicos e as companhias que lhes fornecem os capitais.
A frente da lista de personalidades que ocupam um número muito grande de lugares de administradores dos serviços públicos encontramos os seguintes nomes:
Personalidades | Número de cadeiras |
E. P. Sommerson. Electric Bond and Share | 240 |
A. I. Koch. American Utilities Cy | 212 |
J. F. McKenna. American Utilities Cy | 190 |
C. A. Dougherty. Associated Gas and Electric Cy | 180 |
Arthur S. Ray. Electric Bond and Share | 179 |
L. T. Edmonds. American Utilities Cy. W. W. Bell. Altoona and Logran Valley Electric Railway Cy |
155 |
W. W. Bell. Altoona and Logan Valley Electric Railway Cy | 127 |
J. Weinberger. American Utilities Cy | 114 |
J. W. Hill. Electric Bond and Share | 112 |
W. H. Wilda. Alabama Utilities Service Cy | 102 |
R. B. Small. Alabama Utilities Service Cy | 102 |
W. M. Mac Parland. Alabama Utilities Service Cy | 102 |
Luke S. Bradley. Alabama Utilities Service Cy | 101 |
L. L. Fenton. Alabama Utilities Service Cy. | 101 |
M. S. 0’Keefe. American Utilities Service Cy | 100 |
Quatorze pessoas ocupam cada uma posições dominantes em 75 a 100 sociedades, enquanto que 61 outras figuram em 50 a 75 companhias.
Albert Aymé-Martin, no seu livro muito conhecido: Nos Grands Financiers contre la nation, cita um certo número de exemplos frisantes da ‘‘união pessoal” no capitalismo monopolizador francês (1930): Octave Homberg é membro do conselho em 52 sociedades, é presidente ou vice- -presidente de 14 dentre elas. As mais importantes são: a Sociedade Financeira francesa e colonial; a Sociedade franco-belga de material de caminho de ferro; o Banco da Indochina; a Central Mining Cy, etc.
Gabriel Cordier é presidente ou membro do conselho de 23 sociedades; as mais importantes são: A Companhia do caminho de ferro Paris-Lyon-Mediterráneo, a Companhia do canal de Suez, etc.
Théodoro Laurent é membro do conselho de 21 sociedades. É presidente de 7 dentre elas. As mais importantes são: Société lorraine de fábricas de aço Rombas, as fundições e fábricas de aço da Marinha e de Homécourt e as oficinas e estâncias de madeiras de França.
André Lebon é membro do conselho de 15 sociedades. É presidente de quatro dentre elas. As mais importantes são: o Crédit-foncier d’Algerie et de Tunisie, Messageries Maritimes, Companhia Geral das Colônias, etc.
Edmond Philippar, é presidente de 6 sociedades e membro do conselho de 18 outras. Mareei Trélat tem assento em 11 conselhos. Os três Mirabaud (Albert, Eugéne e Pierre) ocupam os cargos de diretores de 21 sociedades, e seu sócio Henri Puerari é presidente ou membro do conselho de 9 outras, etc.(3)
E. Varga et L. Mendelsohn — Données complementairee à l'imperíalisme de Lénine — Págs. 115-117 — Editicions Sociales, 1950.
Sob o controle ou a influência do grupo MORGAN NATIONAL-CHASE. Ver Lewis Corey — The Home of Morgan,pág. 119.
E. Varga et L. Mendelsohn — Données complementaires a l’imperialisme de Lénine — Pág. 119 — Editions Sociales, 1950.
Notas de rodapé:
(1) Emprega-se também o termo"Super capitalização”. (retornar ao texto)
(2) F. Fried, Das Ende des Kapitalismus, 1931, pags. 80: Commercial and Financial Chronicle, 30 de Agosto de 1930, pág. 1315. (retornar ao texto)
(3) Neue Zurcher Zeitung, do 11 de maio de 1934, n.° 833; Albert Aymé-Martin, Nos Grands Financiers contre la nation, Paris, 1931, págs. 113-142. (retornar ao texto)