A Grande Revolução Socialista de Outubro e os Países da América Latina

A. Zorína


Primeira Edição:........
Fonte: Problemas - Revista Mensal de Cultura Política nº 38 -Jan-Fev de 1952.
Transcrição e HTML: Fernando A. S. Araújo, Agosto 2007.
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desenho Lenin

Os acontecimentos dos últimos trinta e dois anos confirmaram as palavras de J. V. Stálin no sentido de que não se pode considerar de forma alguma a Revolução de Outubro como um fenómeno puramente nacional e somente nacional. J. V. Stálin escreveu:

“A significação mundial da Revolução de Outubro consiste não apenas em que constitui a grandiosa iniciativa de um país, que abriu uma brecha no sistema do imperialismo, sendo o primeiro foco do socialismo no meio do oceano dos países imperialistas, como também em que forma a primeira etapa da revolução mundial e uma base potente para o seu desenvolvimento posterior”.(1)

O movimento revolucionário mundial nunca teve uma base como a que recebeu, personificada pela ditadura do proletariado na URSS.

A primeira guerra mundial, a crise geral do capitalismo e a vitória da revolução proletária na Rússia abalaram os alicerces do imperialismo nos países coloniais e dependentes. Os povos dos países da América batina que, não obstante a sua independência formal, se acham de fato submetidos ao capital monopolista anglo-americano constituindo uma arena de luta feroz entre as potências imperialistas, também despertaram e se ergueram para a luta.

Por força da situação semi-colonial dos países latino-americanos conservaram-se em sua economia as formas mais atrasadas, semi-feudais e semi-escravagistas de exploração que frequentemente se entrelaçam , nas mais originais combinações, com as formas capitalistas. A circunstância de existir, ao lado da grande propriedade da terra, o papel dominante do capital estrangeiro, provoca a resistência e a reação das massas populares e das forças progressistas dos países latino-americanos e cria ao mesmo tempo um campo favorável ao desenvolvimento das forças reacionárias.

A Primeira Guerra Mundial desamarrou um pouco as mãos da burguesia nacional dos países da América Latina: diminuiu bruscamente a importação das mercadorias européias pelo fato de que os principal, abutres imperialistas se achavam ocupados com a guerra. Graças a esta circunstância uma série de países da América Latina — México, Argentina, Brasil, Chile e Peru — conseguiram consideráveis êxitos no seu desenvolvimento econômico nesse período.

A partir de 1914 aumentou sensivelmente o peso específico dos países latino-americanos na vida política e econômica internacional, a indústria latino-americana, absolutamente insignificante antes da primeira guerra imperialista mundial deu um passo à frente substancial por ocasião da mesma. Fortaleceu-se consideravelmente a burguesia nacional. Com o progresso da indústria aumentou o número do proletariado. Elevou-se ao mesmo tempo a consciência nacional e de classe e se consolidaram as forças progressistas dentro dos países da América Latina. Após a primeira guerra mundial a luta inter-imperialista na América Latina se intensificou e se tornou mais complexa.

Os imperialistas dos Estados Unidos foram os primeiros os principais imperialistas a se aproveitarem da situação que se criara, arrebatando sucessivamente as posições do imperialismo inglês nos países da América Latina. A burguesia nacional, não desejando entregar sem luta as posições que conquistara com grande trabalho, tentou tirar proveito desta luta inter-imperialista. Modificou-se a correlação das forças de classe na América Latina. Amplas massas populares se integraram na luta contra o imperialismo. Esta luta não era ainda firme e conseqüente uma vez que a burguesia nacional ainda se mantinha à frente das massas. Com o aumento da influência do proletariado e com a formação dos Partidos Comunistas a luta se tornou mais intensa, mais de massas e mais conseqüente.

A brusca diminuição das encomendas procedentes do exterior de mercadorias latino-americanas nos anos que se seguiram à Primeira Guerra Mundial criou uma situação difícil para os países industriais da América Latina e agravou extraordinariamente as condições de vida das massas populares, intensificando o seu ódio à opressão imperialista e à reação feudal. Nessas condições a Grande Revolução Socialista de Outubro inspirou nas massas trabalhadoras dos países coloniais e dependentes da América Latina a fé na possibilidade da vitória sobre o imperialismo.

Nos anos de 1919 a 1923 desenrolou-se uma tempestuosa onda de greves e de agitações camponesas em toda a América Latina.

O papel do proletariado na vida social e política dos países latino-americanos se elevou consideravelmente nesse período. Algumas greves abrangeram centenas de milhares de operários. O proletariado assumiu o seu papel de vanguarda na luta das forças progressistas da América Latina contra a reação e no movimento anti-imperialista. Surgiram poderosas organizações sindicais que reúnem a maioria da classe operária do México, Cuba e Chile. É verdade que na maioria dos países da América Latina o proletariado, já mesmo em princípios da Segunda guerra mundial, ainda não se livrara totalmente da influência dos nacional-reformistas burgueses, dos anarco-sindicalistas e dos social-reformistas. O desenvolvimento da consciência de classe do proletariado deu porém, um considerável passo à frente. Para isso contribuíram, em grau bastante elevado, as notícias procedentes da longínqua Rússia sobre a vitoriosa revolução socialista do proletariado e sobre a formação da União das Repúblicas Socialistas Soviéticas.

A luta que se desenvolveu após a primeira guerra mundial por reformas democráticas e progressistas atingiu também as camadas pequeno-burguesas dos países da América Latina.

O ódio à reação e à opressão imperialista levou a pequena burguesia à luta, ao mesmo tempo em que a sua falta de confiança necessária na direção do proletariado levaram-na a vacilações entre a burguesia nacional-reformista e o proletariado revolucionário. Em muitas ocasiões as camadas pequeno-burguesas tentavam se apresentar na arena política de maneira independente, rejeitando a direção ideológica tanto dos nacional-reformistas burgueses como do proletariado revolucionário, verificando-se, porém, que as suas reivindicações independentes eram extremamente nebulosas, indefinidas («moralização da administração pública», etc.) e contraditórias.

O ascenso do movimento de libertação nacional e anti-imperialista América Latina abrangeu também uma considerável parte da burguesia nacional nos primeiros anos que se seguiram à guerra mundial de 1914-1918.

Manifestou-se nesse período, com força particular, o papel dúplice da burguesia nacional na América Latina. Por um lado o desenvolvimento da indústria, das vias de comunicação e do comércio nos países latino-americanos conduziu ao crescimento da burguesia local e a sua rivalidade com os imperialistas estrangeiros atirou-a para as fileiras dos participantes do movimento de libertação nacional. Por outro lado, o crescimento do proletariado, a elevação de sua consciência de classe e o desencadeamento da luta popular sob a direção do proletariado empurraram a burguesia, apegada a seus estreitos interesses de classe e temendo a intensificação da atividade das massas trabalhadoras, para o caminho da traição a seu povo, para o caminho da capitulação em face dos imperialistas. Daí decorrem as freqüentes modificações na trajetória política da burguesia nacional, as suas vacilações entre a política progressista e a política reacionária, entre a luta contra os imperialistas e as capitulações perante os mesmos. Após a primeira Guerra Mundial a burguesia nacional se esforçou no sentido de tirar proveito das contradições entre as potências imperialistas por meio de acordos entre algumas e contra as outras. Esperava conseguir desta forma a sua independência sem para isto lançar mão dos meios revolucionários de luta, ao mesmo tempo em que limitava ao extremo a atividade política das massas populares. Isto conduzia, na realidade unicamente à substituição de uns patrões imperialistas por outros, não tocando nas bases da dependência colonial.

As influências das idéias da Grande Revolução Socialista de Outubro e o ascenso do movimento de massas favoreceram o surgimento dos Partidos Comunistas em países da América Latina como o México (1919), Argentina (1920), Chile (1921) e Brasil (1922). Nos anos subseqüentes surgiram Partidos Comunistas em quase todos os demais países latino-americanos.

O aparecimento dos Partidos Comunistas contribuiu em grau considerável para o desenvolvimento político dos países da América Latina uma vez que deu início ao movimento revolucionário independente do proletariado que se apóia na teoria de vanguarda do marxismo-leninismo Pela primeira vez na história dos países da América Latina se elevou a grande e invencível bandeira de Lênin e Stálin.

Até mesmo um correspondente de um jornal dos guardas brancos a «Voz Russa» ao descrever o quadro da crise econômica no Brasil foi forçado a constatar com pesar:

«Muitos consideram a Rússia como o paia ideal, onde o comunismo acabou com todas estas desgraças... As massas se sentem atraídas para a Rússia Soviética. Os bolcheviques encontram ali um campo bastante favorável».(2)

Aproveitando esta situação favorável, os Partidos Comunistas começaram a se esforçar tenazmente por conquistar a hegemonia ideológica e política do proletariado revolucionário no movimento geral pela democracia e pela libertação nacional. Tratava-se de uma tarefa bastante complexa. Os Partidos Comunistas da América Latina tiveram que travar uma luta sistemática contra o anarco-sindicalismo e os mais diversos agentes do sindicalismo burguês e do nacional-reformismo. Os Partidos Comunistas apoiavam, ao mesmo tempo, as manifestações políticas dos partidos e grupos progressistas não proletários, conquanto que realmente lutassem contra a reação feudal e o jugo imperialista.

Deve-se também levar em consideração que freqüentemente os próprios membros dos Partidos Comunistas tinham que se libertar de estados de, espírito pequeno-burgueses, de vacilações políticas e da ausência de princípios em política; a fim de encontrarem o caminho do bolchevismo tiveram que superar sobrevivências ideológicas estranhas.

Quase a partir do início de sua existência os Partidos Comunistas dos países da América Latina tiveram de trabalhar em condições de feroz reação e de ferozes perseguições (Chile, Argentina e Brasil). Apesar, porém, das condições inerentes ao trabalho ilegal e da repressão ininterrupta, os Partidos Comunistas cresceram e se fortaleceram, superando os seus erros e ampliando as suas fileiras com os operários e camponeses avançados e os melhores representantes da intelectualidade revolucionária. Criou-se e se desenvolveu a imprensa partidária e sindical. Em novembro de 1921 a «Pravda» observava que nessa imprensa periódica

«a Revolução Socialista de Outubro, a III Internacional, a Rússia Soviética, os artigos e discursos de seus dirigentes ocupam o primeiro lugar e também nas assembléias e congressos operários, quaisquer que sejam os motivos pelos quais foram convocados».(3)

Os Partidos Comunistas da América Latina dirigiam greves e demonstrações de rua, manifestações camponesas e trabalhavam nos sindicatos e outras organizações de massa.

Em países como o Chile (1931-1932) e Cuba (1933) os PartidosComunistas, juntamente com amplas massas de trabalhadores, travaram combates revolucionários sérios que enriqueceram a sua grande experiência política.

Em 1935, nas condições do novo ascenso revolucionário que se ampliava por toda a América Latina, os Partidos Comunistas, seguindo as indicações do VII Congresso da Internacional Comunista, tiveram participação ativa na luta de massas baseada na plataforma da frente única popular pelos direitos democráticos e pela liberdade, pela resis-tência decisiva à reação e à agressão imperialista.

Após o pérfido ataque da Alemanha hitlerista à União Soviética os partidos Comunistas do México, Brasil e Cuba e de outros países latino-americanos, chefiando a irrefreável tendência das massas trabalhadoras a cooperarem com o grande povo soviético e as Nações Unidas contra a reação fascista, contribuíram em grau considerável para a inclusão desses países na luta contra as potências do «eixo» ao lado das Nações Unidas.

Levando em conta a intensificação da simpatia das massas populares em relação à União Soviética e sob a sua pressão direta, os governos da maioria dos países latino-americanos (14 entre 20) foram forçados a reconhecer de-jure o governo soviético e a trocar com ele representantes diplomáticos, verificando-se que onze desses países reconheceram a União Soviética por ocasião da segunda guerra mundial.(4) Isto aconteceu a despeito da resistência das forças reacionárias tanto internas quanto externas dos países da América Latina.

Pelo exemplo dos mais importantes países da América Latina pode-se perceber como, sob a influência das idéias da Grande Revolução Socialista de Outubro e da formação da U.R.S.S., se desenvolveu irreprimivelmente o movimento de libertação nacional e anti-imperialista entre as amplas massas populares.

ARGENTINA

EM 1916 chegou ao poder na Argentina o partido reformista burguês dos radicais chefiado por Irigoyen. Os radicais, que defendiam os interersses da burguesia nacional, não realizaram nenhuma reforma democrática séria, a despeito de suas promessas. Além disso, a polícia e as tropas frequentemente faziam uso de suas armas para dispersarem as reuniões e demonstrações populares.

Nos anos da Primeira Guerra Mundial formou-se no Partido Socialista da Argentina uma ala revolucionária de esquerda que desmascarava sistemáticamente a política social-chovinista dos lideres do Partido. Sob a influência direta da Revolução de Outubro esta ala de esquerda intensificou os seus trabalhos e procedeu à publicação de seus órgãos de imprensa («Bandera Roja», etc), em cujas páginas manifestavam-se simpatias em relação à revolução russa e se popularizava a doutrina de Marx.(5) Em Janeiro de 1918 a ala esquerda foi excluída do Partido Socialista e formou o, «Partido Socialista Internacional» que em 1920 ingressou nas fileiras da Internacional Comunista, passando a se denominar Partido Comunista.(6)

A influência da Revolução de Outubro foi assinalada na Argentina pelo tempestuoso ascenso do movimento operário de massas em 1918. 1919. O secretário do Sindicato dos Trabalhadores em Transporte da Argentina, testemunha dos acontecimentos que então se desenrolaram, assim os descreve:

«Manifestações, paradas e comícios, particularmente em homenagem à Rússia revolucionária, se verificam diariamente. representam um espetáculo majestoso pela sua colossal quantidade de bandeiras... Nos palcos se representam peças de orientação revolucionária e as obras dos chefes da revolução russa se vendem nas ruas e nos bondes:».(7)

Apesar das repressões, ampliava-se a onda do movimento paredista e grevista. Em novembro de 1918 puseram-se em greve os metalúrgicos de uma grande usina de Buenos Aires. Dois meses após o início da greve os proprietários da usina chamaram tropas e cavalarianos que espingardearam uma pacífica reunião dos operários. Em sinal de protesto desencadeou-se em 9 de janeiro de 1919 uma greve geral espontânea na cidade que posteriormente se estendeu também a outras cidades do país. Duzentos mil operários participaram dos funerais das vitimas dos espingardeamentos. A procissão fúnebre também foi vítima do ataque das tropas e da polícia. As ruas se cobriram de centenas de operários mortos e feridos. Apesar de tudo cem mil pessoas compareceram ao local do enterramento. Quando se iniciou o comício fúnebre as tropas abriram fogo de metralhadoras, com ferocidade incrível e indiscriminadamente, contra milhares de operários, mulheres e crianças. Os operários indignados começaram a invadir as casas que vendiam armas e a levantar barricadas. À noite a reação começou a fazer pogrons nos bairrosoperários.(8) Também as sedes dos sindicatos foram atacadas e devastadas. Os líderes anarco-sindicalistas se apressaram em entrar em entendimentos com as autoridades e apelaram traiçoeiramente para as massas no sentido de que cessassem a greve, mas a maioria dos operários não atendeu, porém, a esse apelo. A fúria dos cem-negros continuava a lavrar nos bairros operários. Os operários emigrados russos eram perseguidos com particular ferocidade e acusados de fundarem Soviets. Por especial encomenda das autoridades a polícia “descobriu” rapidamente um «Soviet sul-americano de deputados operários chefiado por três operários russos».(9) Os policiais invadiam as residências dos operárias, destruíam a sua parca propriedade e assassinavam pessoas completamente inocentes. Declarou-se o estado de guerra em todo o país. Foi somente a 15 de janeiro que o governo ordenou às autoridades militares que interviessem e fizessem cessar as desordens. Em Buenos Aires foram assassinados cerca de quatro mil operários(10), mais de dois mil foram atirados às prisões no decurso da «semana sangrenta».

O diário londrino «The Times» se apressou a comunicar que «acha-se definitivamente estabelecido o fato da influência bolchevique nas agitações de Buenos Aires».(11)

O «Izvestia» de 21 de fevereiro de 1919 comunicou, assinalando o extraordinário ímpeto do movimento revolucionário em Buenos Aires, que, prosseguindo em sua campanha contra o «contágio bolchevique», o general Rian, pacificador dos «rebeldes», ordenara a prisão de todos os «agitadores» russos e a sua internação em navios de guerra. Assim a reação argentina, submissa à vontade de seus patrões imperialistas, se esforçava para sufocar o movimento das massas em seu país por meio de uma repugnante calúnia e de repressões. O resultado, porém, foi totalmente oposto. Após os acontecimentos de janeiro de 1919 o jornal «Bandera Roja» começou a sair diariamente. Conclamava à luta pelo estabelecimento do regime soviético e da ditadura do proletariado. O seu êxito foi imenso. Pouco tempo depois o jornal foi fechado, a sua redação devastada e os seus redatores foram condenados a seis anos de prisão.(12)

Os acontecimentos da «semana sangrenta» serviram como batismo de fogo para o proletariado argentino e não fizeram cessar o movimento operário. A onda grevista continuava a se elevar.

A Federação dos Marítimos, em janeiro de 1919, realizou uma greve vitoriosa. Em abril entraram em greve em Buenos Aires 80 mil operários da indústria de costuras, estendendo-se esse movimento rapidamente a outras cidades da Argentina. Em Rosário entraram em greve os operários municipais, os metalúrgicos e os operários da indústria petrolífera.(13) Tornaram-se freqüentes as greves entre os operários agrícolas, particularmente depois da criação, em princípios de 1920, do Sindicato dos Operários Agrícolas, acontecimentos sem precedentes até então.

Em maio de 1920 entraram em greve na província de Santa Fé alguns milhares de operários agrícolas(14) que não se deixavam atemorizar nem mesmo pelas forças enviadas para reprimi-los. Os ferroviários declararam-se em greve geral em sinal de solidariedade e ajuda aos operários agrícolas. Os operários incendiavam os estoques de feno, de grãos e gêneros alimentícios e atacavam os fura-greves.(15) As tropas e a polícia eram lançadas em muitos distritos para castigar os grevistas, o que inevitavelmente dava origem a conflitos sangrentos.

O jornal argentino burguês «La Nacion», aterrorizado pelas «proporções ameaçadoras» do movimento grevista, se referia com furor à «hidra bolchevique», ao «perigo russo» e insistia que se tomassem previdências urgentes a respeito.(16)

As agitações estudantis não cessaram no decurso de alguns anos tanto na Argentina como em muitos outros países da América Latina Os elementos mais progressistas dos meios estudantis apresentaram também palavras de ordem políticas ao lado da exigência de uma reforma universitária. Nos comícios estudantis aprovavam-se resoluções que expressavam simpatias em relação à Rússia Soviética. Algumas greves dos operários argentinos eram apoiadas por greves estudantis de solidariedade. Uma série de participantes ativos do movimento estudantil aderiu às organizações proletárias revolucionárias.

Apesar da repressão governamental e da campanha de caluniar, dos líderes socialistas e anarco-sindicalistas, as conquistas da Grande Revolução Socialista de Outubro na Rússia continuavam a inspirar a luta dos operários argentinos.

BRASIL

A VITÓRIA da Revolução Socialista de Outubro na Rússia agitou as massas trabalhadoras do Brasil. O proletariado, os pobres da cidade e a pequena burguesia de mentalidade revolucionária manifestavam abertamente a sua simpatia às idéias da Revolução de Outubro em numerosos comícios e demonstrações de rua. O proletariado brasileiro ainda não possuía então o seu partido político e a sua luta de classe freqüentemente se desenvolvia de maneira espontânea, em parte sob a direção dos anarco-sindicalistas. Entre a melhor parte dos anarco-sindicalistas observava-se uma manifesta atração para as palavras de ordem da Grande Revolução Socialista de Outubro e simpatia em relação à Rússia Soviética.

O ascenso do movimento grevista teve início numa série de cidades industriais do Brasil em 1917, assumindo uma amplitude particular no Estado de São Paulo,(18) onde os operários manifestavam grande firmeza na luta pelas suas reivindicações. As greves eram acompanhadas decomícios e poderosas demonstrações.

Nessa situação de ascenso revolucionário verificou-se em novembro de 1918 no Rio de Janeiro, sob a direção dos líderes sindicais anarquistas, um levante armado dos operários sob a palavra de ordem “Viva a República Socialista!». A preparação política, militar e técnica do levante fora tão débil que o governo conseguiu sufocá-la rapidamente.(19) Mas em muitas empresas continuou ainda por alguns dias uma política e numa concentração operária perto do Rio de Janeiro os operários conseguiram se apoderar das empresas industriais e proclamar uma «república socialista». Também esta manifestação da classe operária foi sufocada alguns dias após. Sentia-se a ausência de um partido político do proletariado, capaz de unificar e chefiar a luta das amplas massas populares pelos direitos democráticos e pela liberdade. Apesar da reação que se desencadeou e das posteriores ofensivas contra o nível de vida das massas trabalhadoras, o ascenso revolucionário que se manifestara de maneira tão brilhante no Brasil, continuava. Aniquilando os restos das liberdades democráticas, o governo reacionário brasileiro ao mesmo tempo abria as portas do país ao capital estrangeiro.

Em 1922 um grupo de operários revolucionários e de intelectuais fundou o Partido Comunista do Brasil(20) forçado, desde o primeiro instante de seu aparecimento, a trabalhar nas condições de uma profunda ilegalidade.

Continuava a se elevar a onda do amplo movimento popular contra a fúria da reação e o jugo imperialista. Em 1922 tiveram início manifestações revolucionárias em alguns destacamentos militares do exército brasileiro. Os dirigentes dessas manifestações eram elementos progressistas da oficialidade, a parte avançada da juventude militar ligada a círculos pequeno-burgueses que visava estabelecer no país um mínimo que fosse de liberdades democráticas. (A Escola Militar do Brasil, ao invés da universidade, era o centro da ciência progressista e das idéias revolucionárias).

Em 5 de julho de 1922 o Forte de Copacabana no Rio de Janeiro abriu fogo contra a sede do Estado Maior instalado no Ministério da Guerra.(21) As forças governistas cercaram o forte por todos os lados e durante todo o dia submeteram-no a tiroteio de artilharia e aeroplanos bombardearam-no do ar. Tendo se convencido de que seria inútil continuar a resistência, os dirigentes do levante abriram os portões do forte e propuseram que todos os insurrectos que o desejassem poderiam abandoná-lo. Na fortaleza permanecem apenas 18 heróis — os célebres «18 do Forte» como são chamados no Brasil — que haviam decidido morrer de armas na mão. Lutaram até o último alento num combate contra as forças governistas de quatro mil homens. Somente dois foram feitos prisioneiros. Quando um deles recobrou os sentidos na enfermaria e soube da morte dos seus companheiros arrancou as faixas que envolviam as suas feridas e morreu com as palavras: «Viva a Revolução!».

A morte heróica desses homens abnegados produziu uma profunda impressão em amplos círculos do povo brasileiro e provocou uma nova tendência em se continuar a luta pelas transformações democráticas.

Após o aniquilamento desse levante entrou-se num período de reação. Não obstante, o Partido Comunista do Brasil comemorou em 7 de novembro de 1922 o quinto aniversário da Grande Revolução de Outubro. O Partido explicava sistematicamente às massas operárias o que é a Rússia Soviética e defendia o Estado Soviético da propaganda de calúnias desenvolvida pela imprensa reacionária. O Partido Comunista travava, ao mesmo tempo, uma luta ativa contra o anarquismo. Começaram a surgir no Brasil em 1924, após a morta de V. I. Lênin, traduções das obras de V. I. Lênin e se criou um determinado mínimo de literatura marxista-leninista, no original e em tradução para o espanhol e o português. Em 1926, por exemplo, o Partido Comunista conseguiu difundir 254.923 exemplares de diferentes folhetos e de trabalhos marxistas-leninistas. Organizaram-se cursos de marxismo-leninismo; estes caíram por três vezes nas mãos da polícia, o que não impediu que se realizassem 240 conferências sobre a Grande Revolução de Outubro, a teoria e a tática da revolução proletária.(22) Estudava-se em cursos especiais o trabalho de Lênin «A doença infantil do «esquerdismo» no comunismo».

As páginas mais brilhantes da história do movimento revolucionário no Brasil se acham ligadas ao nome de Luiz Carlos Prestes que se destacara particularmente entre os jovens representantes do setor progressista da oficialidade. Animado por um ardente amor à pátria, visava a libertá-la do jugo dos capitalistas estrangeiros e dos latifundiários reacionários. Com este objetivo se tornou, após terminar o curso de engenharia militar, participante ativo do movimento revolucionário no exército, ensinava os seus soldados a ler e a escrever e realizava entre eles a propaganda revolucionária, conquistando o seu amor e a sua confiança. Unidades do exército se levantaram em julho de 1924, numa das maiores cidades do Brasil, sob a direção da oficialidade liberal. Contavam com o apoio dos operários de tendências revolucionárias que exigiam a criação de um governo operário. Nas ruas de São Paulo realizavam-se manifestações em que se cantava a «Internacional».(23) Durante três semanas os insurrectos mantiveram esta cidade em seu poder e lutando se retiraram em seguida para o interior do país sob a pressão das forças governistas. Nessa ocasião Prestes organizou em outubro de 1924 um grande levante militar na cidade de Santo Ângelo, com o objetivo de apoiar o movimento que se iniciara. Dentro de pouco tempo as forças governistas cercaram os insurrectos, porém Prestes, chefiando um destacamento de 1.500 homens, conseguiu romper o cerco inimigo.

Foi assim que teve início a legendária marcha da «Coluna Prestes» através de todo o Brasil, do sul ao norte e vice-versa, marcha de 25.000 quilômetros que se prolongou por mais de dois anos (1924 a 1927) nas condições de indescritíveis privações e perseguições das forças governistas.(24)

Uma certa quantidade de operários, camponeses e estudantes se juntou à «Coluna Prestes». A Coluna atravessou elevadas montanhas e caudalosos cursos d'água, caatingas, pântanos perigosos e o inferno verde de florestas virgens. Os insurrectos não possuíam os elementos mais necessários à luta. Lutavam em uniformes rasgados, famintos, esgotados por esforços sobre-humanos, castigados pela malária e pela febre amarela. «Não permitiremos que a chama da revolução se apague” — era a palavra de ordem, sob a qual lutaram no decurso de dois anos e meio. Os prestistas visavam a levantar as massas para o assalto revolucionário ao poder pelo exemplo de uma luta heróica.

Apesar da ausência de um claro programa e do caráter moderado das reivindicações políticas (liberdade de palavra, de imprensa, introdução do voto secreto, anistia aos prisioneiros políticos), a marcha da «Coluna Prestes» teve uma significação progressista para o Brasil atrasado e semi-colonial. A Coluna queimava nas praças públicas os livros de dividas, libertava os prisioneiros e quebrava os instrumentos de tortura. A partir de 1925 começou a publicar o jornal revolucionário «O Libertador». Elevava-se constantemente a popularidade da coluna e de seu chefe. Formaram-se legendas e se cantavam canções sobre os heróis da Coluna.(25)

Os prestistas não conseguiram, porém, provocar um amplo movimento de massas. Em princípios de 1927 a «Coluna Prestes» foi forçada a atravessar as fronteiras da Bolívia, onde se internou.

Apesar do fato de que a marcha da «Coluna Prestes» não conduziu a uma grande explosão revolucionária a despeito da expectativa de seus iniciadores, deixou, entretanto, uma profunda impressão na consciência das massas populares do Brasil e serviu de ponto de partida para o movimento revolucionário e democrático que se intensificou nos anos subseqüentes. O nome de Prestes, fiel amigo de seu povo, que se ligou ao mesmo por indestrutíveis laços de sofrimentos e de luta, se tornou próximo e querido das amplas massas do povo brasileiro que deram a Prestes a tocante denominação de «Cavaleiro da Esperança».(26) É preciso dizer que esta marcha serviu de grande lição para o próprio Prestes. Este compreendeu que não é um punhado de heróis mas as massas populares que desempenham o papel principal na luta revolucionária. Compreendeu que somente o comunismo traz consigo o aniquilamento total da exploração do homem pelo homem.

Na emigração, Prestes se dedicou a um estudo profundo das obras de Marx, Engels, Lênin e Stálin.

Daí por diante, comunista e secretário geral do Partido Comunista do Brasil e o maior revolucionário da América Latina, Luiz Carlos Prestes se coloca à frente das amplas massas populares e as levanta para a luta contra o fascismo e o imperialismo. Quando Prestes (1937) foi condenado pelo governo reacionário de Vargas a 46 anos de prisão permaneceu na prisão por nove anos), Romain Rolland declarou, ao se manifestar em sua defesa:

«Os ditadores do Brasil subestimam o amor do qual se acha cercado a figura legendária do «Cavaleiro da Esperança”. O nome de Carlos Prestes é sagrado para nós. Pertence à humanidade !»(27).

Por ocasião da segunda guerra mundial a reação brasileira, sob a pressão das forças democráticas não só foi forçada a libertar Luiz Carlos Prestes da prisão, mas também não pôde impedir a sua eleição, ao lado de outros comunistas, para o senado brasileiro e os órgãos eletivos do país.

Porém o governo reacionário de Dutra, servil lacaio da vontade de seus patrões americanos, dentro em pouco desencadeava a mais violenta campanha anticomunista e anti-soviética. Em 1947 rompeu as relações diplomáticas com a União Soviética, colocou o Partido Comunista do Brasil na ilegalidade, privou os comunistas das imunidades parlamentares e iniciou contra eles e todas as forças progressistas do Brasil uma campanha e perseguições ferozes.

O terror e as repressões não puderam quebrar a vontade de luta do povo brasileiro. E atualmente Prestes, o Partido Comunista e as forças avançadas do país, nas condições mais difíceis, travam uma luta ativa pela paz, pela independência nacional, e contra a transformação do Brasil em instrumento reacionário do imperialismo dos Estados Unidos.

MÉXICO

A VITÓRIA da Grande Revolução Socialista de Outubro encontrou o México(28) um dos maiores países da América Latina, no processo da revolução democrático-burguesa contra a reação feudal-clerical e a opressão do imperialismo estrangeiro. Esse caráter da revolução mexicana era condicionado pela participação das massas populares que punham em toda a marcha da revolução a marca de suas reivindicações e pela dependência colonial do pais em relação ao imperialismo estrangeiro, em primeiro lugar, o imperialismo americano. V. I Lênin escreveu em maio de 1917, desmascarando a essência usurpadora da política imperialista dos Estados Unidos:

«Os bandidos sem corôa,, isto é, os capitalistas, se revelaram nesta guerra em nada melhores do que os monarquistas. Acaso a «democracia» americana — isto é, os capitalistas democráticos — não pilharam as Filipinas e não pilham o México?»(29)

A Grande Revolução Socialista de Outubro teve uma grande influência revolucionária sobre o México. Condicionou o ascenso do movimento de massas e particularmente do movimento .operário que se estendeu por todo o país. Assim teve lugar, em setembro da 1920, diante do edifício do palácio do povo, na cidade do México, uma manifestação da qual participaram 40 mil operários que entusiasticamente aclamavam a Rússia Soviética. Os manifestantes exigiram a nacionalização da terra e a promulgação de leis de proteção ao trabalho.(30) Em novembro de 1920 irrompeu na cidade de Vera Cruz uma greve dos operários do porto que se estendeu ao Estado de Coahuila. Essa greve provocou a paralisação integral da navegação ao longo da costa oriental do México. Também numa série de outros Estados surgiram greves e agitações camponesas.

A influência da Revolução de Outubro sobre o México se manifestou igualmente na extraordinária popularidade que as idéias do poder soviético conquistavam, entre as massas populares. Por ocasião das manifestações revolucionárias e as greves de 1920-1921 fizeram-se repetidas tentativas de criação de Soviets. No outono de 1920 os mineiros em greve do Estado de Coahuila, em resposta à recusa dos patrões em realizar entendimentos para aumento dos salários, ocuparam as minas de carvão e organizaram Soviets. Após haverem se armado, os grevistas obrigaram a recuar as forças governistas enviadas contra eles. Uma manifestação armada dos operários do Estado de Yucatan em princípios de 1921 se processou sob a palavra de ordem de «Viva a República Soviética do México!»(31) No verão de 1921 os operários do Estado de Michoacan criaram Soviets.(32) Em dezembro de 1921 os operários das fábricas têxteis da cidade de Pueblo e redondezas proclamaram uma «república soviética» cujo primeiro ato foi a nacionalização da terra e a sua distribuição entre os operários.(33) Embora todas essas manifestações apresentassem um caráter extremamente desorganizado e local, testemunhavam, porém, a elevação da consciência revolucionária do proletariado mexicano que gradualmente começava a se libertar da influência do anarco-sindicalismo e do reformismo. A fundação do Partido Comunista do México em setembro de 1919 teve grande significação para a formação da consciência do proletariado quanto a seus interesses de classe e a seu papel dirigente do movimento revolucionário.

A luta do povo mexicano contra o imperialismo estrangeiro e a reação interna condicionou particularmente as suas simpatias em relação à Rússia Soviética, cujas manifestações em defesa da liberdade e da independência dos povos dos países coloniais e dependentes constituíam um brusco contraste com a política imperialista dos Estados Unidos que preparavam uma nova intervenção no México. Em vista desse estado de espírito das amplas massas o presidente Obnegon, desejando acentuar a independência de sua política exterior, em 15 de agosto de 1922 proibiu que o representante do tzar, o barão Wendhausen, exercesse as funções de cônsul, negando-se, porém, a reconhecer de jure a URSS, em virtude da pressão dos Estados Unidos. Em 1923 as massas populares do México empreenderam, sob a direção do Partido Comunista, uma enérgica campanha pelo reconhecimento da URSS. Sob a pressão das amplas massas trabalhadoras o presidente Obregon, visando fortalecer sua autoridade entre o povo, entrou em negociações com o governo Soviético em agosto de 1924, das quais resultou o estabelecimento de relações diplomáticas entre o México e a URSS. A chegada da representação consular soviética à capital do México foi assinalada por poderosa demonstração. O povo mexicano celebrou com entusiasmo o reconhecimento da União Soviética, na qual via uma garantia de êxito na luta contra o imperialismo e a reação interna. Vendo na União Soviética um baluarte de todas as forças democráticas do mundo e levando em conta a sua simpatia em relação à luta do povo mexicano, círculos avançados do México organizaram, em janeiro de 1939, a Sociedade de Relações Culturais com a URSS. Fundou-se em janeiro de 1929, por iniciativa do Partido Comunista, um bloco operário-camponês com o objetivo de consolidar todas as forças progressistas na luta contra a reação e o imperialismo estrangeiro.

O governo burguês e latifundiário do México, que se orientava cada vez mais para a direita, dentro em pouco passou à ofensiva contra o movimento operário e camponês. Em junho de 1929 o Partido Comunista do México foi colocado na ilegalidade e foi fechado o seu órgão central o jornal «El Machete». Seguiu-se a destruição das organizações do Partido Comunista, da União da Juventude Comunista, do Bloco Operário e Camponês, dos sindicatos revolucionários e o fechamento de seus jornais, ás prisões em massa e a expulsão do país de seus membros.

A política interna reacionária do governo mexicano se achava estreitamente ligada às concessões ao imperialismo norte-americano e à submissão da política exterior do México aos interesses dos Estados Unidos.

Sob a pressão do imperialismo americano o governo mexicano rompeu em 23 de janeiro de 1930 as relações diplomáticas com a URSS. Uma vez que entre o México e a União Soviética não havia nenhuma contradição ou conflitos que pudessem servir de pretexto ao rompimento de relações, o governo mexicano apresentou como motivo o argumento de que as manifestações de protesto contra a ofensiva da reação e contra o terror no México, que tiveram lugar numa série de capitais americanas (Washington, Buenos Aires, Rio de Janeiro) teriam sido «organizadas por Moscou». Na sua resolução por motivo do rompimento das relações com a URSS o C. C. do Partido Comunista do México considerou este fato como uma continuação lógica da política contra-revolucionáría do governo mexicano que agia por ordem do imperialismo americano e apelou para o povo no sentido de que mantivesse uma estreita solidariedade com a classe operária da URSS.(34) Apesar das imundas calúnias da reação, continuaram a aumentar as simpatias para com a União Soviética entre o povo mexicano. A intensificação do movimento operário e camponês em conseqüência da crise econômica de 1930 foi acompanhado do desenvolvimento de uma campanha de massas pelo restabelecimento das relações diplomáticas com a URSS. O congresso da Federação Mexicana do Trabalho que se reuniu em março de 1934 apresentou uma resolução que exigia o restabelecimento de relações normais com a União Soviética. A intelectualidade mexicana também se integrou no movimento. O primeiro congresso nacional dos escritores revolucionários do México exigiu do governo o restabelecimento imediato das relações diplomáticas com a URSS e a legalização do Partido Comunista do México. O comício de massas organizado pela Sociedade dos Amigos da União Soviética por motivo do XVIII aniversário da Revolução de Outubro que teve lugar na cidade do México em novembro de 1935 e ao qual assistiram cerca de oito mil pessoas aprovou também uma resolução que exigia o restabelecimento das relações diplomáticas com a URSS.

Os êxitos alcançados pelo movimento popular de massas no México tiveram como resultado a eleição de Lázaro Cardenas, homem progressista, à presidência da República (1934-1940), o qual enveredou pelo caminho das reformas democráticas e anti-imperialistas (a reforma agrária, a nacionalização das empresas pertencentes às companhias petrolíferas estrangeiras em 1938 e uma série de outras).

Os êxitos de significação histórica e universal da União Soviética na realização do plano qüinqüenal tiveram também influência sobre algumas providências do governo de Cardenas que visava a realizar o chamado plano sexenal de desenvolvimento do México aprovado no congresso do Partido Nacional Revolucionário que se realizou em Queretaro em dezembro de 1933.

Não tiveram êxito, porém, as tentativas de planificação da economia do país nas condições da sociedade capitalista. Cardenas manifestou as vacilações e a falta de conseqüência próprias dos políticos pequeno burgueses tanto na sua política interna como particularmente, na sua política exterior. Sob a pressão da reação interna e do imperialismo estrangeiro Cardenas não restabeleceu relações diplomáticas com a União Soviética e permitiu a entrada no México do agente fascista Trotski.

A formação no México de uma frente popular e anti-imperialista em fevereiro de 1936 ativou a campanha pelo reconhecimento da URSS. Sob a pressão de todas as forças progressistas e anti-fascistas do México o governo de Ávila Camacho restabeleceu relações diplomáticas com a URSS em novembro de 1942. Realizou-se a troca de missões que em junho de 1943 foram transformadas em consulados. O povo mexicano compreende muito bem o papel da União Soviética como baluarte da paz e da democracia e como defensora da liberdade e da independência de todos os povos. Os trabalhadores do México revelam um grande interesse em relação à vida da União Soviética, à sua história, economia e cultura. Gozam de grande popularidade os informes e artigos dos homens públicos mexicanos que visitaram a URSS

Na época atual, quando os círculos governantes reacionários do México submetem cada vez mais a sua política aos objetivos de agressão do imperialismo americano, o exemplo da União Soviética inspira povo mexicano na sua luta contra o imperialismo e a reação, pela independência nacional e a soberania do México,

CUBA

CUBA uma república formalmente «independente», é, na realidade, uma semi-colônia dos Estados Unidos. A «emenda Platt», conhecida por todos, só serviu para legalizar o «direito» dos Estados Unidos intervir nos problemas internos de Cuba, sob o pretexto da defesa da «independência» de Cuba. Aproveitando-se do direito dos mais fortes, os imperialistas norte-americanos enviaram repetidamente suas forças a Cuba quando ali surgiam agitações populares. Da última vez as forças dos Estados Unidos desembarcaram na ilha em 1917 e permaneceram até 1922, mas os Estados Unidos continuaram a manter em Cuba uma base militar e marítima na baía de Guantanamo.

Todos os setores da economia nacional de Cuba e em primeiro lugar a sua indústria açucareira se acham de fato submetidos aos Estados Unidos.

A partir do começo da primeira guerra mundial e até 1920 Cuba passou por uma fase de ascenso econômico. A produção do açúcar cubano quase duplicou, encontrando um amplo mercado de venda nos países beligerantes. Os aristocratas de Cuba ganharam milhões com a venda de suas terras. O «boom» do açúcar de 1915 a 1920 recebeu a denominação de «dança dos milhões».(35) Mais da metade da terra arável passou à propriedade das companhias plantadoras americanas. Quase todo o comércio exterior de Cuba ficou nas mãos dos capitalistas dos Estados Unidos. O embaixador dos Estados Unidos era o senhor absoluto da ilha.

Em 1921 terminou o «boom» do açúcar e teve início a queda catastrófica da produção de açúcar em Cuba. Piorou bruscamente a situação das massas populares, começaram as greves dos operários industriais e agrícolas e as agitações entre os camponeses e os estudantes. Chegou então em Havana um representante pessoal do presidente dos Estados Unidos, Woodrow Wilson, o general Crowder que rapidamente enfeixou em suas mãos todos os fios principais dos problemas nacionais de Cuba. As menores manifestações do descontentamento popular eram sufocadas impiedosamente. A franca violação da soberania de Cuba provocou a indignação das massas populares dos países latino-americanos

O general Machado foi presidente de Cuba de 1926 a 1933. Com a sua subida ao poder teve inicio um terror branco sem limites.(36) Os direitos democráticos e a liberdade eram abertamente calcados aos pés. Todas as organizações progressistas foram colocadas fora da lei eseus dirigentes atirados às prisões ou assassinados. Toda a espécie de acusações caluniosas eram fabricadas pela polícia contra os revolucionários. Nas câmaras de torturas das prisões os presos eram bestialmente torturados e assassinados. Temendo o ódio popular, Machado aparecia nas ruas de Havana em automóvel blindado e guardado por policiais armados; no teto do palácio presidencial estabeleceram-se metralhadoras para o caso em que sucedessem agitações populares.

O célebre revolucionário cubano Júlio Antônio Mella era então o secretário da Liga Anti-imperialista de Cuba. Indômito lutador revolucionário, não se curvou diante das repressões e convocou as massas à luta contra os opressores e pela independência política e econômica pais. Num dos comícios contra o terror branco endereçou ao presidente as seguintes palavras: «És um tirano! Os que desejas matar derrubarão o regime que criaste!».(37) .Quando pela primeira vez chegou ao porto de Havana o vapor soviético «Vorovski» e o governo de Cuba não permitiu que penetrasse na baía, Mella se colocou à frente do movimento de protesto e, aproveitando esta circunstância, popularizou amplamente os êxitos da União Soviética.(38) Num barco de pesca dirigiu-se às escondidas ao navio soviético que se mantinha em mar alto e comunicou ao comando que o povo cubano condenava da maneira mais decidida a conduta do governo reacionário. Sob a influência dos êxitos da edificação socialista na URSS Mella reconhecia cada vez mais que a luta das massas populares contra os opressores não pode ser vitoriosa sem a existência de um forte partido operário revolucionário, inundou o Partido Comunista de Cuba em julho de 1925 em conjunto com um grupo de operários revolucionários.

Em 7 de novembro de 1925, já na qualidade de dirigente do Partido Comunista do Cuba, pronunciou um brilhante discurso num comício de massa dedicado ao oitavo aniversário da Grande Revolução Socialista de outubro. No momento em que pronunciava o seu discurso foi preso e atirado ao cárcere. Mas os protestos dos trabalhadores da América Latina e o movimento popular em Cuba assumiram uma tal amplitude que Machado foi forçado a pôr Mella em liberdade. Tendo emigrado para o México, Mella dedicou todas as suas forças à luta libertadora dos operários latino-americanos contra a exploração imperialista e colonial. Escreveu uma série de livros e folhetos e era um dos redatores da imprensa comunista. Em 10 de janeiro de 1929 o amado dirigente das massas populares latino-americanas morreu vítima de assassinos a soldo de Machado.(40)

Indignados pelo covarde assassinato de seu chefe, os trabalhadores de Cuba continuaram, sob a direção do Partido Comunista, a luta contra a sangrenta ditadura de Machado. Até mesmo a burguesia nacional visava a derrubar o poder de Machado, criatura do governo de Washington.

A crise econômica mundial de 1929 a 1933 se refletiu pesadamente sobre a economia de Cuba que dependia inteiramente do comércio com os Estados Unidos e a exportação cubana para os Estados Unidos diminuiu mais de três vezes. O início de 1933 foi assinalado pelo ascenso do movimento popular em Cuba. A onda de greves econômicas, as agitações camponesas e as manifestações estudantis se elevavam irresistivelmente. Em 1 de agosto de 1933 teve início uma greve geral do proletariado cubano sob a palavra de ordem de «Abaixo Machado!». Toda a vida econômica do país ficou paralisada. Numa série de distritos os camponeses pegaram em armas e começaram a expulsar as autoridades locais. Começaram a surgir espontaneamente Soviets de deputados operários e camponeses.

Nas cidades, os funcionários públicos, os pequenos comerciantes e a juventude estudantil manifestavam abertamente a sua simpatia aos insurrectos. Os imperialistas dos Estados Unidos, visando tranqüilizar as massas populares de Cuba e desejando impedir o desenvolvimento do movimento revolucionário, foram forçados a «aconselar” Machado a apresentar um pedido de demissão.(41) Em agosto de 1933 o ditador fugiu para o estrangeiro, após haver roubado pela última vez o tesouro nacional. O governo de Cespedes, ligado à camarilha de Machado e aos Estadas Unidos, manteve-se no poder por pouco tempo. Numa situação de agudas dificuldades econômicas e de um extremo rebaixamento do nível de vida da população, irrompeu no exército, em 5 de setembro de 1933, um levante chefiado pelo sargento Batista e apoiado pelo povo que trouxe ao poder o governo burguês nacional-reformista de Grau San Martin. Mas já as primeiras providências anti-imperialistas e democráticas desse governo provocaram o descontentamento dos Estados Unidos. O embaixador americano deixou Cuba e nas suas margens surgiram, os navios de guerra do “bom vizinho”, os Estados Unidos. Desta vez a pressão do imperialismo americano produziu os seus efeitos: Batista (já coronel e chefe do estado maior) organizou em janeiro de 1934, com o apoio de agentes americanos um novo golpe, derrubou o governo progressista de Grau e começou a realizar uma política de reação aberta. As organizações revolucionárias novamente foram vítimas de cruéis perseguições e o Partido Comunista foi forçado a passar à ilegalidade.

As repressões policiais não puderam, porém, sufocar a tendência do povo cubano à libertação. Em 1934-1935 centenas de milhares de Operários participaram de greves. Os camponeses apoderaram-se das propriedades em alguns distritos. Em 1938 como resultado do ascenso do movimento popular de massas e a crescente influência política do Partido Comunista que conseguira a criação de um bloco popular-revolucionário, o governo de Batista(42) foi forçado a enfraquecer a sua tendência reacionária e restabelecer em parte algumas liberdades democráticas.(43)

Essa política de ziguezague, inconseqüente e vacilante, é característica de muitos políticos latino-americanos, cuja essência pequeno-burguesa os obriga a manobrar entre a reação e a democracia. Os políticos desta espécie ou estabelecem compromissos e até mesmo entram em acordo com a reação ou, sob a pressão do movimento democrático e libertador das massas, inspiradas pelo grande exemplo dos povos da União Soviética, realizam reformas extremamente vacilantes e inconseqüentes.

Na conferência do Partido Comunista de Cuba em agosto de 1940 foram aprovadas resoluções sobre a criação de comitês populares de luta pelas reivindicações imediatas dos trabalhadores e sobre a necessidade do fortalecimento da atividade propagandística e editorial do Partido. Em cumprimento das resoluções da conferência, o Partido Comunista de Cuba organizou, em complemento aos círculos, novas escolas do Partido e círculos, procedendo à realização de um grande trabalho de edição das obras de Marx, Engels, Lênin e Stalin. Foram editados «O Estado e A Revolução», «Manter-se-ão os Bolcheviques no poder?», «Os fundamentos do leninismo», «O materialismo dialético e histórico» e muitos outros. Foram também editados muitos folhetos dos mais eminentes militantes do Partido Comunista da Cuba.(44)

Em 1942 ogoverno de Cuba reconheceu a União Soviética e estabeleceu com esta relações diplomáticas.

CHILE

DEPOIS DA primeira guerra mundial observou-se no Chile, assim como em outros países latino-americanos, um ascenso do movimento revolucionário, sob a influência direta da Revolução de Outubro. Em 1919 estendeu-se por todo o país uma tempestuosa onda de manifestações previstas e agitações camponesas.(45)

Elementos proletários se afastaram do Partido Democrático Chileno e formaram o Partido Socialista que saudou a Grande Revolução de Outubro na Rússia e se solidarizou com os seus ideais. Em 1921 o Partido Socialista se reorganizou e se transformou no Partido Comunista do Chile que na luta pela influência sobre as massas superara as tendências pequeno-burguesas vigentes em seu meio.

Monteiro, um dos presidentes mais reacionários do Chile, subiu ao poder em 1931 nas condições de uma profunda crise econômica.

Eleva-se uma poderosa onda de descontentamento popular. As tendências revolucionárias se apoderaram não só da cidade, mas começaram a penetrar no campo, no exército e na frota. Comícios e manifestações eram realizadas quase ininterruptamente nas ruas da capital, o Partido Comunista saiu da ilegalidade.

Em setembro de 1931 explodiu um levante que abrangeu uma parte considerável dos vasos da marinha chilena. A tentativa feita pelo governo de diminuir os soldos dos marinheiros, em conseqüência da difícil situação financeira do país, foi a causa direta do levante. Os marujos desarmaram e prenderam os oficiais, elegeram o estado maior e em determinados navios criaram-se os comitês de marinheiros. Bandeira vermelhas foram içadas nos navios.(46)

Em diferentes distritos do país surgiram agitações em destacamentos de infantaria e em unidades de aviação.

O Partido Comunista do Chile se dirigiu às massas trabalhadoras apelando para que apoiassem os marinheiros mas não se achava praticamente preparado para organizar e chefiar as manifestações revolucionárias dos operários, dos camponeses, dos soldados e marinheiros. Os dirigentes do levante, não possuindo nenhuma experiência política, não manifestavam a decisão suficiente na luta contra o governo. Este conseguiu em breve sufocar os levantes isolados nos destacamentos de terra. Em 6 de setembro a aviação governista teve ordem de bombardear navios insurrectos.(47) Apesar da resistência heróica e da firmeza dos marujos, o levante foi sufocado. Começaram então as greves políticas de massas e as manifestações de rua e se intensificou o movimento camponês.(48) Houve choques armados entre os manifestantes e a polícia. Surgiram novos levantes em determinados destacamentos militares. Embora os comunistas tivessem representado um grande papel no movimento de 1931-1932, este foi, no fundamental dirigido por elementos democráticos pequeno-burgueses, chefiados pelo coronel do exército chileno Grove que se denominava socialista, embora na realidade a sua política não tivesse nada de socialista.(49) Os operários, a pequena burguesia urbana e a parte avançada dos estudantes e da intelectualidade se manifestaram em junho de 1932 acompanhando levante da guarnição da capital. Criou-se na capital um Soviet de deputados operários. Em substituição ao governo Monteiro e na crista deste grande movimento popular subiu ao poder o governo de Grove que, levando em conta a grande influência do país do socialismo na consciência das massas populares, proclamou o Chile como «república socialista». Durante o curto tempo de sua permanência no poder o governo de Grove realizou uma política relativamente progressista que revelava tendências democráticas e em parte anti-imperialistas e por isso foi acolhido com simpatia pelas massas populares. Esta política era realizada, porém, de maneira extremamente inconseqüente e indecisa.(50) O governo de Grove não armou os operários como estes exigiam e não afastou inimigos jurados do povo — os funcionários e os oficiais reacionários — do aparelho estatal e do exército. Não obstante funcionaram no Chile Soviets de deputados operários, nos quais o Partido Comunista do Chile representava o papel dirigente, fizeram-se tentativas de se criar também Soviets de camponeses. Permitiu-se, dessa forma, a liberdade de atividades políticas para as diferentes organizações das massas trabalhadoras.

Os acontecimentos do Chile provocaram ansiedade entre todos os imperialistas. Os cruzadores ingleses e norte-americanos receberam ordem de partir para as águas do Chile.

Duas semanas após a sua subida ao poder o governo “socialista” de Grove foi derrubado pelas forças reacionárias do país que contavam com o apoio e a ativa ajuda dos imperialistas estrangeiros. Os Soviets foram dissolvidos e a resistência dos operários cruelmente sufocada.

Apesar da todas as repressões continuava a se desenvolver no Chile um poderoso movimento contra a reação e o imperialismo. O Partido Comunista lutava com êxito pela influência entre as massas e pela criação de uma frente única popular. O professor Aguirre Cerda, candidato da Frente Popular, foi eleito presidente do Chile nas eleições de 1938, numa situação de tempestuoso ascenso do movimento de massas. Este governo, porem, igualmente não soube desenvolver uma luta séria contra a reação interna e não pôs em prática as medidas anti-imperialistas que as massas trabalhadoras exigiam.(51)

O Pleno do C. C. do Partido Comunista do Chile realizado em 1940 constatou que “entre o programa prometido de melhoramento da situação do povo e a realidade se formou um grande abismo... O medo dos círculos governamentais em face das massas populares os conduziu à reconciliação com os inimigos do povo... As forças unificadas da reação não tendo encontrado resistência entre os círculos governantes, levantam a cabeça”.(52)

Nos anos subseqüentes a reação no Chile, à cuja frente se encontra Gonzalez Videla, inspirada e apoiada pelo imperialismo das Estados Unidos, se tornou tão desenfreada que em 1947 decidiu romper relações diplomáticas com a União Soviética e realizou uma ofensiva feroz contra o Partido Comunista e as forças democráticas da país.

O rompimento pelo Chile, assim como pelo Brasil, das relações diplomáticas com a União Soviética só serve para demonstrar que esses governos «são estranhos aos elementares princípios da democracia, não se acham ligados a seus povos e não passam de lacaios do imperialismo estrangeiro».(53)

Nos círculos democráticos de todos os países esse ato dos governos do Chile e do Brasil não pôde deixar de ter a condenação geral como ato reacionário e anti-democrático, dirigido em primeiro lugar contra os interesses dos povos do Chile e do Brasil.

* * *

OS AGRESSORES norte-americanos têm um medo mortal dos progressos das forças democráticas e da subida ao poder dos governos progressistas no hemisfério ocidental. Os círculos governantes dos Estados Unidos contam com os governos reacionárias e anti-populares nos países da América Latina e com a divisão das forças democráticas apoiando com esse objetivo os agrupamentos mais reacionários desses países. A resistência das massas populares e a perspectiva de sérias lutas de classe obrigam o imperialismo americano a aumentar a pressão política, a exigir a liquidação total de todas as liberdades democráticas e a submissão servil às ordens de Washington.(54)

Atualmente, quando os fomentadores de uma nova guerra mundial se esforçam por todas as formas no sentido de conseguir a realização de seus delirantes planos de conquista do domínio mundial, os êxitos da construção socialista e a política pacífica e conseqüente da União Soviética inspiram os povos da América Latina à luta tenaz contra a agressão imperialista em todos os seus aspectos.

O Congresso Continental Americano pela Paz que teve lugar no México de 5 a 11 de setembro de 1949 demonstrou que todas as forças democráticas e progressistas da América Latina estigmatizam unanimemente os fomentadores de guerra e se unificam para uma luta decisiva pela paz, pela liberdade e pela independência nacional.


Notas:

(1) J. STÁLIN — «Cuestiones del Leninismo», pág. 130 E.L.E., 1941 — MOSCOU. (retornar ao texto)

(2) «Pravda« de 10 de Julho de 1921. (retornar ao texto)

(3) «Pravda» de 20 de novembro de 1921. (retornar ao texto)

(4). «A Política Exterior da União Soviética no período da guerra Pátria», I, II e III, ed. russa, 1944-1947. (retornar ao texto)

(5) Revista «O Movimento Operário Internacional», n. 3, pág. 43, 1921. (retornar ao texto)

(6) «Izvestia», de 22-2-1921. (retornar ao texto)

(7) «O Movimento Operário Internacional», ns. 5-6, pág. 46, 1920. (retornar ao texto)

(8) Idem págs 22-23. (retornar ao texto)

(9) Idem, idem (retornar ao texto)

(10) G. Donski — A Luta pela América Latina, pág.134, 1923. (retornar ao texto)

(11) “Izvéstia», 24-2-1919; «The Times», 7-1-1919. (retornar ao texto)

(12) “O Movimento Operário Internacional», ns. 5-6, pág 22, 1920 (13) Idem, p. 1, 1923: ; «Izvestia», de 5-3-1921. (retornar ao texto)

(13) Idem, p. 1, 1923; «Izvestia» de 5-3-1921. (retornar ao texto)

(14) Idem, idem, número 1-2, 1920. (retornar ao texto)

(15) Idem. idem. (retornar ao texto)

(16) Idem, Idem. (retornar ao texto)

(17) [a nota nº 17 não existe no original da revista]

(18) «Problemas Coloniais», n. 2, pág. 230, 1934. (retornar ao texto)

(19) Revista “A Internacional Vermelha dos Sindicatos”, n. 2, pág. 153, 1929, e n. 136, pág. 124, 1924. (retornar ao texto)

(20) “Juventude Internacional» n. 2, págs. 32-33, 1941. (retornar ao texto)

(21) “L.V.S.” n. 2 pág. 154, 1929; «Problemas Coloniais» n. 2. pág. 231, 1934 (retornar ao texto)

(22) «Inprekor», n. 61, pág. 1.046, novembro de 1936. (retornar ao texto)

(23) Octavio Perez — «La mort ménall», pág. 11, Paris, 1936 (retornar ao texto)

(24) A. Lourier — «Um Herói do Povo Brasileiro», Moscou, 1939 (retornar ao texto)

(25) J. AMADO — «Vida de Luiz Carlos Prestes». (retornar ao texto)

(26) “Internacional Comunista», ns. 5-6, 1936, e n. 9. 1940. (retornar ao texto)

(27) J. Amado – “Vida de Luiz Carlos Prestes” (retornar ao texto)

(28) V. os escritos de M. S. Alperovitch (Informe ao Instituto do Oceano Pacífico, Academia de Ciências da U.R.S.S., de 18-11-1947). (retornar ao texto)

(29) LÊNIN, Obras, t. XX, pág. 231-232, ed. russa. (retornar ao texto)

(30) «New York Call» de 27-9-1920. (retornar ao texto)

(31) «Izvéstia», de 29 de abril de 1921. (retornar ao texto)

(32) «Pravda», de 19 de agosto de 1921. (retornar ao texto)

(33) “L’Humanité», de .23-12-1921. (retornar ao texto)

(34) «Pravda>, de 7-2-1930. (retornar ao texto)

(35) A. Pincus — «Terror in Cuba», págs. 7-12, Nova York, 1936 (retornar ao texto)

(36)«La Terreur à Cuba», pág. 5-8, Paris, 1933. V. A. Pincus, obra citada (retornar ao texto)

(37) «Os Lutadores da Revolução», pág. 46, Moscou, 1941 (retornar ao texto)

(38) Idem, pág. 46-47. (retornar ao texto)

(39) [a nota nº 39 não existe no original da revista]

(40) O Partido Comunista dos Estados Unidos organizava anualmente comícios dedicados à memória de Júlio Mella. Num desses comícios realizados em janeiro de 1940 os representantes dos trabalhadores cubanos lembraram a todos os presentes as notáveis palavras do seu herói popular, Julio Mella: «Uma das duas . . . vitória ou escravidão... Mas devemos lutar de modo que até mesmo a nossa morte seja útil ao povo». E realmente: a morte de Mella não fora em vão. (retornar ao texto)

(41) A. Pincus. Obra citada, pág. 14. (retornar ao texto)

(42) A partir de 1933 Batista se tornou o ditador de fato de Cuba. Embora preferisse ocupar um posto de segunda categoria no governo e por vezes permanecesse inteiramente fora do governo, nenhuma providência séria era tomada sem a sua aprovação. De 1933 a 1940 sucederam-se alguns presidentes em Cuba mas o poder real permaneceu durante todo o tempo nas mãos de Batista. (retornar ao texto)

(43) E. Rabines — «Ante Ia VIII Conferência Pan-americana», págs. 38-39, 1938 (retornar ao texto)

(44) «Internacional Comunista», número 12, pág. 111, 1940. (retornar ao texto)

(45) «O Movimento Operário Internacional» número 3, 1921, págs. 47-49 e número 10, 1923, pág. 6-7 (retornar ao texto)

(46) G. Valdez – “O levante dos marítimos chilenos». págs. 3-26 MOSCOU, 1932 (retornar ao texto)

(47) «L’Humanité», «Le Temps», «Daily Telegraph» de 7-9-l931. (retornar ao texto)

(48) «Vida Econômica» de 6-10-31, «Estrela Vermelha» de 7-9-31' (49) J. Siqueíros — «El Grovismo», pág. 3, 1947, San Francisco. (retornar ao texto)

(49) J. Siqueiros - «El Grovismo», pág. 3, 1947, San Francisco. (retornar ao texto)

(50) «Estrela Vermelha» de 15-6-1942. (retornar ao texto)

(51) «Le Temps» «Berliner Tageblatt» de 9-6-32. (retornar ao texto)

(52) «Internacional Comunista» n. 12, 1940, p. 108. (retornar ao texto)

(53) “Internacional Comunista” n. 12, 1940, p. 108. (54) Vide «Izvestia» de 23-10-47. (retornar ao texto)

(54) L. C. PRESTES — «Os povos latino-americanos lutam contra o imperialismo dos Estados Unidos», «Pravda» de 4-9-49. (retornar ao texto)

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Inclusão 04/11/2007
Última alteração 09/03/2010